sábado, 30 de junho de 2012

SOMBRAS DO PASSADO - Livro de Haroldo Freitas

CONTINUAÇÃO


nela, assim sendo, você precisa ler livros espíritas e frequentar o Centro para passar a acreditar e, logicamente, receber as graças de DEUS, de acordo com o seu merecimento. Jamais espere que os seus problemas sejam resolvidos no primeiro dia que for ao Centro. Isto seria milagre e o Centro Espírita não é uma casa de milagres e sim, de reuniões, orações e caridades, ou seja, uma casa de DEUS.
     Carol tinha se levantado e, depois de falar com D. Beatriz, avisou a sua mãe que precisava almoçar antes das treze horas porque ia ao cinema à tarde e retornou para o seu quarto. Rodrigo e D. Glória estavam sentados à mesa, ouvindo o diálogo entre D. Beatriz e Cida.
     D. Glória olhou para o relógio e espantou-se com o horário, as horas tinham passado rapidamente e, dirigindo-se à Cida, falou:
     - Com licença Cida, são quase treze horas, posso mandar servir o Almoço?
     - Puxa é mesmo. Pode sim Glória. Minha sogra, vamos para a sala enquanto a Glória providencia o almoço.
     - Vamos minha filha. Parece que não houve oportunidade para conversar com a Carol.
     - Ela aproveitou a sua presença e não me deu chance para saber por onde andou ontem à noite. Quando descer para almoçar já estará pronta para sair, mas, hoje à noite, quando voltar vai ter que explicar-me tudo direitinho.
     - Vá com calma, nesta altura,  o que menos resolve são as cobranças e brigas. Só servem para afastá-la, ainda, mais de você e aproximá-la das más companhias.
     - A senhora acha que devo ficar calada, feito uma idiota, vendo a minha filha, cada vez mais, emprenhando-se no mundo das drogas, da prostituição, da perdição?
     - Claro que não, mas peço que você seja prudente. Converse como estivesse com uma amiga muito querida precisando de amor, carinho e compreensão. Nunca como um Juiz, interrogando uma ré, pronto para condená-la. Neste momento, Carol está carente de amor, de cumplicidade, de compreensão e, não existe alguém melhor que você para supri-la dessas carências.
     - A senhora fala assim porque não convive no dia a dia com ela. A sua querida neta está insuportável. Sinceramente, acho que não tem mais jeito.
     - Não diga mais isso. Todos nós erramos, porém, temos o dever e o direito de recuperação. O que precisamos é de oportunidades.
     D. Glória veio chama-las para o almoço. Chegando à mesa já encontraram Rodrigo e Carol.
     O almoço transcorreu em clima tenso. Carol não iniciava ou alimentava qualquer assunto. Quando a sua mãe lhe fazia qualquer pergunta ou pedia a sua opinião sobre algo, a resposta era, sempre, em monossílabos, o que deixava Cida, ainda, mais nervosa.
     Rodrigo conversou quase todo o almoço com a avó e o assunto foi a Doutrina Espírita.
     Já estava na sobremesa, quando o telefone tocou. Carol correu para atendê-lo.
     - Alô. Ah é você pai? Não, claro que não fiquei decepcionada, mas pensei que era alguém da minha turma, pois, marcamos para  encontrarmo-nos no Shopping e estou atrasada. Pai, não vamos falar sobre isso. O senhor arruma desculpa de serviço, se manda de casa e, ainda, acha que devo ficar em casa aturando o nervosismo de sua mulher? Não Pai, não aguento mais. Claro que sua mulher é a minha mãe, mas parece mais uma madrasta. Só sabe cobrar e reclamar. Tudo bem, conversaremos quando o senhor voltar, isto é, se o senhor tiver tempo disponível para sua filha. Vou passar para o Rodrigo, ele está aqui ao meu lado, aliás, hoje tivemos um almoço em família, vovó veio almoçar conosco, só faltou o senhor.
     Rodrigo falou com o pai. Depois foi a D. Beatriz e, finalmente, foi a vez da Cida.
     - Alô Ronaldo tudo bem? Aqui continua como sempre, só problema e o maior e á a sua filha. Sim a nossa filha, aliás, parece que é só minha. Por quê? Porque você não liga para ela. É, também, acho melhor desligarmos, as suas cobranças e repreensões só fazem aumentar a minha angústia.
     Cida desligou o telefone e procurou por Carol, provavelmente para desafogar as suas mágoas. D. Glória avisou que ela já tinha saído, o que a deixou mais nervosa.
     O ambiente da casa tornou-se muito pesado e cheio de energias negativas depois do telefonema de Ronaldo. Cida alegando dor de cabeça recolheu-se ao seu quarto, deixando na sala D. Beatriz conversando com Rodrigo e D. Glória.
     Por volta das dezesseis horas, D. Beatriz despediu-se do neto e de D. Glória e voltou para casa mais preocupada. Chegando em casa, pegou um romance Espírita, psicografado pelo Espírito de André Luiz. A leitura estava tão interessante que, quando se deu conta, já passava das dez horas da noite. Durante aquelas horas de leitura esquecera os problemas de Cida.
     Ronaldo, após desligar o telefone, sozinho em seu quarto do Hotel, ficou pensando no que estava acontecendo com o seu casamento. Começou lembrando-se das dificuldades que passaram. O salário que ganhava mal dava para cobrir as despesas.
     Quando fazia horas extras, o salário aumentava e podia fazer algumas extravagâncias, como ir ao Teatro, jantar em bons Restaurante, comprar roupas novas, etc. Porém, tinha absoluta certeza, amavam-se e  eram felizes. Aos poucos foi galgando posições na Empresa, salário aumentando, sem a necessidade de 

CONTINUA AMANHÃ

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