sábado, 28 de julho de 2012

SOMBRAS DO PASSADO - Livro de Haroldo Freitas


CONTINUAÇÃO


     Sugestões aceita por ela. Patrícia disse que não poderia acompanha-la ao Hospital, porque estava com as chaves do Escritório e se não comparecesse ao trabalho, os outros funcionários não poderiam entrar.
     D. Beatriz agradeceu a todos e foi para casa, levando Patrícia.
     Praticamente, não dormiu esperando o dia amanhecer para ir ao Hospital, apesar de ter telefonado, a noite, para a recepção, proibindo qualquer visita para Carol, em especial os pais. Foi informada que na UTI não era permitida visita, portanto não haveria problema e que, pela manhã, fosse ao Hospital para ratificar, por escrito, o seu pedido.
     Ás seis horas da manhã Manoel buzinou na porta. Ela já estava pronta para sair. Gritou para Janete avisando que estava de saída e foi ao encontro do Manoel.
     - Bom dia Manoel. Você chegou antes do horário. As visitas só começam às sete horas.
     - Bom dia. É bom sairmos cedo, assim não encontramos engarrafamento e poderemos ir devagar. Como a senhora já estava pronta, garanto que acordou antes de mim. 
     - Para falar a verdade nem dormi, passei a noite em claro. Ontem a noite, telefonei para o Hospital e fui informada que na UTI não é permitida visitas, isso me deixou mais aliviada. Estou pedindo à DEUS que não permita que Cida tente fazer essa barbaridade. Tenho fé que as Entidades Superiores a farão desistir dessa ideia, até porque, como disse o Sr. Mário, não é ela que está agindo dessa maneira, são os obsessores. Ela está servindo de ferramenta para os desejos de vingança do irmão Diogo.
     - É isso mesmo. Temos que ter fé e com a graça do Pai, tudo será resolvido, da melhor maneira possível, sem violências e sem mortes. O capítulo final, escrito por Diogo, será substituído por outro, escrito pelos Espíritos Benfeitores. Chegamos D. Beatriz, vamos fazer a nossa parte.
     Foram até a recepção e proibiram a entrada de visitantes para a Carol, principalmente os seus pais.
     Só a D. Beatriz poderia autorizar visitas à Carol.
     Aguardaram até às sete horas para subirem. Já tinham sido informados que a paciente apresentara melhoras e, provavelmente, seria transferida para o apartamento, naquela manhã. Com a noticia, D. Beatriz mudou completamente, parecia que estava no paraíso, ria de tudo e para todos.
     Estavam no apartamento, aguardando a chegada do Médico para autorizar a transferência de Carol, quando foram chamados à recepção. Desceram e encontraram Cida fazendo um grande tumulto. Ao avistar D. Beatriz, se aproximou dizendo.
     - Quem a senhora pensar que é para me proibir de ver a minha filha? A senhora não tem esse direito. Eu como mãe estou proibindo a senhora de ver a Carol e se não aceitarem a minha ordem, vou processar este Hospital.
     - Calma minha filha, vamos conversar como gente educada que somos. Estamos em um local público e por sinal um Hospital onde devemos fazer silêncio.
     - Calma nada e não me chame de filha. A senhora nunca gostou de mim, acho que tem ciúme do Ronaldo, por ter lhe largado e se casado comigo. Não venha com essa pele de Cordeiro, porque por baixo está escondida uma Hiena.
     Cida partiu para cima de D. Beatriz. Os seguranças do Hospital, depois de muito custo, conseguiram dominá-la. O hall do Hospital estava cheio de gente. Funcionários e pacientes que chegavam. Levaram Cida para a sala da Diretoria, juntamente com D. Beatriz e o Manoel, para resolverem a questão.
     Cida não deixava a D. Beatriz falar e partia para a agressão física, sendo contida pelos seguranças.
     Vendo que a situação estava ficando fora de controle, as partes não chegavam a um acordo e, talvez, com receio de ver o Hospital ser processado, por não permitir que uma mãe visitasse a filha, que se encontrava na UTI, o Dr. Adilson, Diretor do Hospital resolveu o seguinte:
     “As duas poderiam visitar a paciente, porém, em horários diferentes. Uma no horário matutino e a outra no horário vespertino”.
     Cida, de imediato concordou, desde que o seu horário fosse o matutino, pois a muito tempo não via a filha e estava com muita saudade e a avó tinha passado o dia anterior ao lado dela.
     O Dr. Adilson considerou justa a proposta da Cida e concordou. D. Beatriz não aceitava a ideia de a Cida ficar só com a filha.
     Chorando, se abraçou ao Manoel pedindo para impedir aquela tragédia que estava preste a acontecer. Cida, vendo a cena, não se conteve.
     - O que eu estou vendo? A velha puritana e virtuosa chorando nos braços do jovem amante. Depois desta cena, você está proibida de ver a minha filha. A sua companhia e outras do mesmo nível fizeram a sua cabeça a ponto de fugir de casa.
     Manoel pediu ao Dr. Adilson para falar em particular com ele, pois, devido às últimas palavras de Cida, achava que estava havendo algo estranho. O Médico concordou e foram ao seu gabinete, sob protestos da Cida que queria acompanhá-los a qualquer custo.
     Manoel contou todo o caso, desde quando Carol estava em casa até a sua fuga. Os motivos, as ameaças de Cida, que a tratava de vagabunda

CONTINUA AMANHÃ

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