segunda-feira, 23 de julho de 2012

SOMBRAS DO PASSADO - Livro de Haroldo Freitas


CONTINUAÇÃO


tão perfeito, inclusive colocando o seu principal aliado no seio desta maldita família.
   - É por essa e outras que estou neste Patamar, dono da situação e absoluto no comando da nossa Colônia.
     Em seguida foram fazer uma visita ao casal, colocando mais lenha na fogueira que ardia entre os dois. Como, ainda, tinha que fazer uma visita aos desertores, Belizário e seus compassas, deixaram a visita ao Centro Espírita Nossa Casa para outra oportunidade, aliás, não deveria demorar. Diogo estava encontrando muita resistência oriunda dali.
     D. Beatriz chegando em casa pediu à Janete providenciar cem lanches para a manhã seguinte e foi ao telefone fazer uma ligação para o filho.
     - Alô, residência do Dr. Ronaldo. Boa noite.
     - Alô, Glória sou eu, o Ronaldo está? Gostaria de falar com ele.
     - Um momento D. Beatriz, como a senhora está? Vou transferir a ligação.
     - Alô mamãe, boa noite. Alguma novidade?
     - Boa noite meu filho. Tenho boas novidades e gostaria de transmiti-las pessoalmente. Amanhã,  pela manhã, vamos sair à procura de Carol, você não quer nos acompanhar? Assim a Patrícia, que vai conosco, poderia coloca-lo a par das novidades conseguidas na sessão de hoje à tarde.
     - Mamãe po favor, não me meta nesta idiotice de Sessão Espírita e quanto a sua neta, acho melhor que continue desaparecida, pois, assim não passamos vergonha com o seu estado.
     - Não fale o que você pode arrepender-se amanhã. Ela é sua filha e merece a sua atenção.
     - Ela deixou de ser minha filha a partir do dia que fugiu de casa. Não aceito ter uma marginal como filha e vou deserda-la e retirar o meu nome de sua assinatura. Na próxima semana irei ao Cartório tomar essas providências.
     - Ronaldo, agora sou eu que digo, você está falando asneira. Não temos o direito de ignorar uma filha pelo simples fato de ficar grávida. Ela merece e precisa que a aceitemos como ela é e, não como queríamos que fosse. E tem mais, meu filho: “As tribulações da vida podem ser imposta aos Espíritos endurecidos ou muito ignorantes para fazerem uma escolha com conhecimento de causa, mas são livremente escolhidas e aceitas pelos Espíritos arrependidos, que querem repara o mal que fizeram e tentar fazer melhor tal é aquele que tendo feito mal a sua tarefa, pede para recomeça-la a fim de não perder o benefício do seu trabalho”. “Essas tribulações, pois, são ao mesmo tempo, expiações pelo passado que elas punem e provas para o futuro, que elas preparam”. “Rendamos graças à DEUS que, na sua bondade e justiça concede ao homem a faculdade da reparação e não o condena irrevogavelmente pela primeira falta”.
     “Entretanto, não seria preciso crer que todo sofrimento suportado neste Mundo seja, necessariamente, o indicio de uma falta determinada”. “São, frequentemente, simples provas escolhidas pelo Espírito para acabar a sua depuração e apressar o seu adiantamento”. “Assim, a expiação serve sempre de prova, mas, a prova nem é sempre expiação”.
     - Oh minha mãe, como à senhora está fanática. Só mesmo vocês para acreditarem numa história dessa. Como podemos pedir sofrimento para nós mesmos, ainda, mais, antes de nascermos, antes de existirmos. Não fale essas bobagens para estranhos, podem achar que a senhora está louca.
     - Filho você precisa se reformar urgentemente. Como você vai sofrer até reconhecer os seus erros. Em minhas orações peço à DEUS que lhe ilumine para que possa se reformar, o mais rápido possível. Infelizmente não posso assumir esta tarefa, porque só nós temos o direito de reformar-nos. Vou continuar orando para você abrir os olhos e ver o quanto está errado. Independentemente de tudo isso, preciso falar, pessoalmente, com você. É assunto urgente e de seu interesse.
     - Se o assunto não for sobre essas bobagens vou ai amanhã, depois da missa.
     - De manhã não estarei em casa e como não sei a hora que retornarei passe no final da tarde, lá pelas seis horas.
     - Está bem, boa noite. Vou aproveitar que a Cida foi visitar o irmão e me recolher, pois quando ela chegar já estarei dormindo.
     D. Beatriz desligou e ficou meditando. A tarefa era muito grande e árdua. Como iriam convencer Diogo, um desconhecido e com os poderes dos Espíritos desencarnados, se não conseguia nem dialogar com o seu filho? Com tudo pronto para a tarefa do dia seguinte, recolheu-se para dormir.
     Como é natural, nesse período do ano em São Paulo, amanheceu garoando e com o céu cinzento. D Beatriz e Janete, que se ofereceu para acompanha-la, arrumaram os lanches dentro do carro e foram apanhar Patrícia e Manoel. Já com os quatro acomodados no carro, para quebrar a ansiedade e o gelo entre eles, que pareciam que estavam seguindo  para uma execução de um réu ou para um cerimônia fúnebre, Manoel iniciou uma conversa.
     - Estamos, nós quatro, iniciando uma tarefa para ajudar uma irmã muito necessitada. Não sejamos muito otimistas ou pessimistas, sejamos sensatos  e equilibrados, porém confiantes e com a certeza que estamos fazendo o nosso melhor. Não estamos sozinhos. As Entidades Superiores e os nossos Mentores, com a permissão do Pai, estão do nosso lado, ajudando-nos e guiando os nossos passos. Fiquemos 

CONTINUA  AMANHÃ

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