domingo, 22 de julho de 2012

SOMBRAS DO PASSADO - Livro de Haroldo Freitas


CONTINUAÇÃO


     - Patrícia você está otimista como o Sr. Mário? Você acha que conhecendo a origem do problema, podemos resolvê-lo rapidamente? Em minha opinião, vamos ter muito trabalho para convencer o Baltazar a passar para o lado do bem e muito mais para localizar e trazer o Diogo e a Madalena. Eles já devem estar formando outro grupo para ajuda-los.
     - Estou de acordo com o Sr. Mário, conhecendo a origem a possibilidade de solução é maior, o que não quer dizer facilidade. Há quantos anos este pensamento de vingança está martelando a mente de Diogo? Não será fácil trazê-lo ao Centro e, muito menos, mudar o seu pensamento. Entretanto, como bem disse o Sr. Mário, com Fé, ajuda das Entidades Benfeitoras e Permissão do Pai, tudo é possível. Não podemos é desanimar e esperar que aconteça. Precisamos trabalhar, trabalhar e trabalhar.
     - Como assim? O que podemos fazer?
     - Acho que deveríamos aproveitar o domingo e sair a procura de Carol. Chamaríamos o Sr. Mário ou o Manoel, para nos acompanhar.
     - E onde começaríamos a procura?
     - Pelos Terminais Rodoviários e depois pelas ruas do centro.
     - E se ela foi sequestrada?
     - Não creio. Os sequestradores não demoram tanto tempo para entrarem em contato com os familiares para pedir resgate. Fazem dois meses que ela desapareceu. Os moradores de rua são muito desconfiados, mas acho que conseguiremos alguma informação.
     - Você acha que sem recompensa eles darão alguma informação?
     - Poderemos levar lanches para facilitar a aproximação e o dialogo.
     - Você tem razão. Vou providenciar os lanches e telefonar para o Manoel. O Sr. Mário aproveita o domingo para ir ao sítio com a família e não seria justo convidá-lo. Embora, tenha certeza que ele largaria tudo para ajudar o próximo.
     - Muito bem, quanto ao seu filho seria interessante que ele se afastasse de casa, para evitar brigas com a sua nora. Sabemos que o objetivo do irmão Diogo é provocar uma tragédia familiar, ou seja, Cida matar a filha, o marido e suicidar-se.
     - Se ele sair de casa será pior. A Cida vai pensar que ele a abandonou por outra mulher e precipitar as coisas, até matá-lo.
     - Mas se ele viajar à Miami a serviço? A senhora me falou, outro dia, que ele precisava ir à Matriz e estava impossibilitado por causa da fuga da Carol. Provavelmente ela aceitaria sem problema. Ele poderia convidá-la a ir junto. Fale com ele.
     - Ele não sairá da cidade antes de encontrar a Carol, a Cida não irá com ele e, também, não o deixará viajar.
     - Insista nessa ideia. Convença a fazer essa viagem e que fique fora, pelo menos, vinte dias. É um tempo razoável que ganharíamos para reformular o pensamento do irmão Diogo.
     - Minha filha, o que seria de mim sem a sua amizade, sem os seus conselhos. Não tenho como agradecê-la, a não ser com a minha amizade sincera e o meu reconhecimento. Muito obrigado por você existir e ser minha amiga.
     - Não tem o que agradecer e a senhora sabe que faço é de coração e não gosto de receber agradecimentos. Como a senhora e todo bom espírita sabem, tudo que fazemos à alguém é oportunidade que DEUS nos dá para que possamos amortizar as nossas dividas. Nós devemos agradecer à Ele essas oportunidades e pedir forças para aproveitá-las.
     Já estavam a mais de trinta minutos paradas, em frente à casa de Patrícia. O papo estava bom, mas começa a escurecer e D. Beatriz tinha que providenciar os lanches e telefonar para o Ronaldo. Patrícia ficou com a incumbência de telefonar para o Manoel.
     Marcaram para às sete horas saírem a procura de Carol. Despediram-se e D. Beatriz seguiu para sua residência.
     Diogo, devido o fracasso de Baltazar, resolveu que ele, pessoalmente, comandaria a sua vingança. Contratou novos membros, escolhidos entre os piores e perversos, formando uma verdadeira gang do mal, que para ele, era uma Tropa de Elite.
     Desceram para o nosso Planeta e seguiram, primeiramente, para fazer uma visita à Carol, provocando mais sofrimentos a menina, para que ficasse mais revoltada contra os seus pais e ajuda-lo, indiretamente, no seu projeto de vingança. O seu atual Contra Mestre, o Jeremias, indagou:
     - Patrão o senhor não acha que está fazendo sofrer a sua própria filha?
     - Aparentemente sim, mas por traz desse sofrimento está a sua vontade de vingança contra Belizário e Aurora, que a fizeram sofrer mais do que está sofrendo hoje. Antes de reencarnar como Carol, tivemos uma conversa, ainda como Ana e elaboramos esse plano, nos mínimos detalhes, no qual a sua participação seria fundamental. Agora, com esquecimento do passado, ela lamenta o seu sofrimento, mas quando do desfecho final e ela estiver de volta ao Mundo Espiritual, com toda faculdade de memória funcionando, verá o quanto foi valiosa e importante para a concretização de nossa vingança.
     - É Patrão, só o senhor mesmo para planejar tudo isso. Vamos continuar a nossa tarefa e prometo não fazer mais perguntas idiotas e confiar, cegamente, no senhor. Só uma mente privilegiada poderia fazer um planejamento 

CONTINUA AMANHÃ

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