CONTINUAÇÃO
todos os
necessitados. O mérito de aceitar e tirar proveito da ajuda são do necessitado.
Só ele, através do seu livre arbítrio, pode decidir o que é melhor para si.
Gostaria que o irmão falasse mais das reencarnações passadas.
- Como disse anteriormente, a irmã Ana,
hoje Carol, foi trabalhar em uma casa de prostituição, onde vendia o seu corpo
jovem, bonito e cheio de vida, para todos os frequentadores, sem opção de
escolha. Ela, por ser mais jovem e bonita era a preferida de todos, tinha até
fila de espera. Depois de anos nesta vida, sendo usada, seis oito vezes por
dia, começou a decadência. Aos vinte e três anos, magra e doente, não conseguia
arrumar trabalho nos bordeis. Passou a se prostituir na beira das estradas,
transando com qualquer viajante que lhe pagasse um prato de comida. Não se importava
em transmitir doenças, que era portadora, para aqueles infelizes, que se
aproveitavam de sua situação para satisfazerem seus instintos. Em uma de suas
andanças pelas estradas, encontrou estacionada em um Posto de Abastecimento,
uma caravana de Ciganos. Como sabia que era filha de Ciganos, resolveu contar a
sua história e pedir ajuda para tratar de sua doença (Sífilis e tuberculose).
Procurou o chefe da Aldeia e foi apresentada à um Cigano de, aproximadamente,
cinquenta anos, forte, bonito, cabelos pretos e longos que chamava-se Diogo e à
sua mulher, Madalena, morena, que embora já estivesse com alguns fios de
cabelos brancos, era muito bonita.
Depois de ouvirem o relato de Ana e constatarem
que tinha um sinal escuro, logo abaixo do umbigo, chegam a conclusão que se
tratava de Aninha, filha do casal e que fora levada, recém-nascida, por
Belizário e Aurora. Resolveram montar o Acampamento naquele mesmo lugar e no
dia seguinte sairiam a procura de Belizário e Aurora, que conforme informação
de Ana, estavam morando no norte, na cidade de Imperatriz, a mais de dois mil
km de onde estavam. Os três passaram a noite acordados e planejando a vingança
que seria feita contra Belizário e sua mulher, pelo que tinham feito contra
Aninha.
Nas primeiras horas do dia, Diogo pegou a
sua camioneta e iniciou a longa viagem, lavando Madalena e Ana. Os três só
pensavam em vingança.
Madalena não se conformava em ver a sua
filha naquele estado e tomar conhecimento que a sua vida foi só sofrimento.
Tinha errado em trair Belizário, com Diogo, mas achava que isso não dava o
direito de levar a sua filha recém-nascida e
fazê-la sofrer daquela maneira. Ele tinha que pagar por tudo. Da mesma maneira
pensava Diogo. Ana que acabara de encontrar os seus pais, só tinha ódio no
coração.
Depois de passar, a vida toda, por tantas
humilhações e até ser estuprada, ainda criança, por Belizário, não tinha mais
amor em seu coração. Também, só pensava em vingança, o que lhe dava forças para
continuar vivendo.
Após cinco dias de viagem, sem descanso e
com Ana passando mal, chegaram à cidade de Imperatriz. Não viram movimento de ciganos
na cidade. Havia um ambiente hostil com os forasteiros. Quando perguntavam se
existia nas redondezas um acampamento de ciganos, a hostilidade e desconfiança
aumentavam e não conseguiam resposta. Resolveram procurar o padre da Igreja
Matriz. Diogo foi recebido pelo padre Alberto, muito amável e cordial. Depois
de se apresentar e dizer o motivo que o levara até a Igreja, foi informado o
porquê daquela hostilidade, pelos moradores da cidade.
O padre Alberto contou que, a pouco mais
de um mês houvera um tiroteio envolvendo os ciganos, que estavam acampados na
entrada da cidade a mais de dois anos e moradores da cidade. Segundo consta, o
chefe da Aldeia cigana, chamado Belizário, foi cobrar uma dívida do Sr.
Raimundo Nonato, comerciante muito querido no bairro.
Alegando que os juros apresentados eram
exorbitantes, disse que não pagava, pois aquilo era roubo. Houve discussão
entre as partes e o cigano foi expulso do estabelecimento comercial, pelo Sr.
Raimundo Nonato e alguns amigos, que se encontravam na ocasião. Belizário
entrou na sua camioneta e saiu em disparada, prometendo que para receber o seu
dinheiro, de qualquer maneira, até a bala se fosse necessário.
O Sr. Raimundo, sabendo da fama de Belizário
e de seus amigos ciganos, contratou dois seguranças para protegê-lo, além de
alguns parentes que passaram a acompanha-lo. Era uma tragédia anunciada, que
todos sabiam, mas a Policia não tomou qualquer providencia preventiva.
Dias depois do desentendimento havido entre
ambos, ao amanhecer de um domingo, Belizário chegou ao estabelecimento
comercial do Sr. Raimundo, a Churrascaria Gaúcha, que fica anexa ao Posto de
Abastecimento na entrada da cidade, acompanhado de vários ciganos, todos
armados. O Sr. Raimundo alertou o seu pessoal, que era em número menor, da
chegada do cigano e seu bando.
O Sr. Raimundo foi ao encontro de
Belizário tentando chegar a um acordo, para liquidação da dívida. Belizário
dizia que o acordo deveria ter sido
proposto anteriormente, antes de expulsá-lo e humilhá-lo, tendo que sair
correndo como se fosse um bandido. Agora, queria todo o seu dinheiro, inclusive
os juros que tinham aumentado, em razão do atraso ter prorrogado e, iria
receber de qualquer maneira, por bem ou por mal. Os dois foram ficando mais
exaltados e em dado momento o Sr. Raimundo vendo que não haveria condições de
um acordo e, também, vendo que o seu pessoal já estava de prontidão, resolveu
entrar na Churrascaria, onde ficaria mais protegido, em caso de tiroteio. Antes
de chegar à porta de entrada, recebeu um tiro e caiu. O pânico tomou conta do
lugar, era tiro por todos os lados. A turma
CONTINUA AMANHÃ
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