CONTINUAÇÃO
trabalhar
até tarde fazendo horas extra e, logicamente, mais tempo livre para Cida, que a
esta altura, estava grávida. Quando Rodrigo nasceu, o amor e a felicidade
cresceram. Tudo era motivo de alegria. Até o choro do bebê, durante a noite,
era recebido como dádiva de DEUS. Tristeza e brigas não entravam naquela casa,
nem como simples palavras. Na sua vida profissional era um vitorioso.
Constantemente era elogiado pelos seus superiores, por sua competência e
dedicação ao trabalho.
Todavia, desde a gravidez de Carol, Cida
começou a se transformar e as coisas em casa começaram a desmoronar. Na ocasião
do nascimento da filha já tinha sido nomeado Gerente Geral da filial do Brasil
e, logicamente, a sua situação financeira e econômica melhoraram muito,
passando da classe média para a classe média alta. Com referencia ao conforto e
bens materiais nada faltava a sua família.
Entretanto, achava que, por ironia do destino,
quanto mais se aproximava do topo de sua carreira profissional e de conquistas
materiais, a sua vida familiar, o companheirismo com a esposa e filhos e o
diálogo em casa, iam, pouco a pouco, tornando-se mais difícil, mais raro e
tortuoso.
Até Cida
ficar grávida de Carol, a sua maior alegria era os fins de semana, pois, embora
não tivesse condição financeira para levar Cida e Rodrigo para passeios e
Restaurantes de luxo, eram felizes passando em casa, fazendo compras na feira,
passeando na praça do bairro, visitando D. Beatriz e aos domingos almoçando na
Pizzaria. Sempre os três juntos.
Hoje no quarto do Hotel, relembrando a sua
vida, após o nascimento de Carol, não conseguia lembrar o último fim de semana
que passara em casa, junto com a família. Apesar de passar mais tempo fora de
casa, sentia falta de Cida e ainda a amava muito, porém, parecia que alguém
tinha erguido uma barreira invisível, intransponível entre os dois. Bastava
transpor o portão de sua casa para ficar ansioso, nervoso e irritado.
As relações sexuais, entre os dois, cada
vez ficavam mais raras, chegando a uma ou duas vezes ao mês e tudo feito
mecanicamente, por dever ou obrigação de um casal. Até a segunda gravidez de
Cida tinham relações, praticamente, todos os dias. Não existia hora ou lugar determinado,
bastava estar com vontade. Também não existiam regras, valia tudo. O importante
era a satisfação e a felicidade de ambos, e como eram felizes.
Hoje, nem por telefone, a milhares de km
distante, conseguia ter um diálogo amoroso com a esposa, muito menos nos raros
momentos íntimos.
Ronaldo resolveu esquecer aquelas lembranças,
que tanto o magoavam e saiu para uma volta pela cidade. Aproveitaria para ir ao
cinema ou, talvez, ao Teatro e depois jantaria em um Restaurante na praia de
Boa Viagem.
D. Beatriz chegou antes das dezoito horas
no Centro Espírita. Estava ansiosa aguardando a chega de Cida, que combinou ir
diretamente para o Centro e chegar cedo para conhecer melhor o local e as
atividades ali desenvolvidas.
Às
dezenove horas Cida ainda não chegara e o Sr. Mário, presidente do
Centro, iniciou os trabalhos daquela segunda feira.
Primeiramente, fez a oração do dia e leu
um trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo, depois passou a palavra à D.
Beatriz, que faria a Palestra daquela noite.
D. Beatriz levantou-se e dirigindo-se aos
presentes disse: “Meus queridos irmãos Boa noite e que a paz de DEUS esteja com
todos”. A nossa Palestra de hoje será sobre Obsessão.
Depois da palestra, D. Beatriz fez uma
prece em intenção aos obsessores e obsedados, pedindo ao Senhor para iluminar a
mente de todos os obsedados para que possam perdoar todos as aqueles que, nesta
ou em outras encarnações procederam mal para com eles. Acrescentou, ainda, que
só através do amor ao próximo, poderemos perdoar sem restrições. No final, todos
os presentes rezaram o Pai Nosso e, o irmão Mário encerrou os trabalhos.
D. Beatriz, juntamente com outros médiuns,
ficou atendendo alguns frequentadores, que interessados na Doutrina Espírita,
faziam muitas perguntas sobre as suas dúvidas.
Como sempre acontecia às segundas feiras,
a Diretoria do Centro reuniu-se para analisar as atividades da semana
anteriores e programar as da semana corrente. No final o Sr. Mário perguntou:
- Beatriz a sua nora não ficou de vir hoje
ao Centro?
- Ficou sim. Estou preocupada com ela.
- Não se preocupe, deve ter havido algum
imprevisto de última hora, de menor importância.
- O problema é justamente isso. O caso
dela é de obsessão e, como o senhor sabe, eles farão de tudo para impedi-la de vir
ao Centro.
- É verdade, porém, a senhora e todos nós
temos a obrigação de reverte este quatro. Entre em contato com ela e a traga
amanhã para a sessão de desobsessão.
- Sr. Mário, eu não quero forçá-la a vir
ao Centro, prefiro que ela venha por sua livre e espontânea vontade.
- Neste caso, conforme você me contou,
temos que convencê-la a vir imediatamente. Veja como eles estão trabalhando.
Estava tudo certo para ela vir r na última hora deve ter acontecido alguma
coisa para impedi-la. Nós conhecemos casos idênticos e só com muito trabalho e
perseverança conseguimos êxito.
- É, o senhor tem razão. Hoje já está
tarde, mas amanhã logo cedo telefono para ela.
CONTINUA AMANHÃ
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