quinta-feira, 21 de junho de 2012

RAMBO UM GRANDE AMIGO - Livro de Haroldo Freitas

CONTINUAÇÃO

Porém, quando abríamos a porta, ele abria os olhos ele nos olhava com aqueles olhos grandes, que outrora eram com brilho, alegria e vida e, que agora, estavam sem brilho, sem vida, tristonhos. 
Resolvemos demorar mais para ir vê-lo, afim de deixa-lo quieto e para que conseguisse dormir. 
Entretanto, alguma coisa internamente avisou-nos que deveríamos ir vê-lo. 
O encontramos junto à porta, deitado, como se estivesse dormindo. 
Aliás, em uma das posições que costumava dormir. 
De bruços, com a cabeça apoiada na para dianteira esquerda. 
Realmente parecia que estava dormindo, mas como não se mexeu e nem abriu os olhos quando abríamos a porta, o chamamos. 
- Rambo acorda. 
Está na hora de ir para a rua. Continuava inerte. 
Passamos a mão em sua cabeça e constatamos o que não queríamos aceitar, estava morto. 
Ainda estava quente, tinha acabado de morrer. 
O relógio marcava 23,32 h. 
Ao senti que o momento final se aproximava, provavelmente, com grande esforço, já que estava muito debilitado e fraco, procurou vir até nós, para pedir ajuda ou, simplesmente, para ver-nos pela última vez, porém a porta nos separava. 
Morreu junto à ela.  
Chorando, acordamos a minha mulher, que vendo o nosso grande amigo morto, também, começou a chorar. 
Não conseguimos mais dormir. 
Embora sabendo que era um quadro irreversível, conforme diagnóstico médico, não conseguíamos aceitar com resignação a perda daquele amigão. 
Somos cristãos e espíritas, portanto, sabemos que tudo acontece, até a caída de uma folha da árvore, é com a permissão de Deus e, como Ele é bom e justo, tudo é para o nosso bem, para a nossa evolução espiritual, inclusive, essas separações. 
Tanto para os que vão, como para os que ficam. Todavia, quando acontece conosco é muito difícil aceitarmos, de imediato, com resignação e paciência. 
Neste caso específico, sabíamos que o momento final do nosso amigo estava muito próximo, mas esperávamos que acontecesse um milagre. 
Na manhã seguinte, logo cedo, começamos as buscas para encontrar um local para sepultá-lo. 
Telefonamos para várias Clínicas Veterinárias, Associação de Proteção dos Animais e para o Hospital Veterinário, este pertencente a Universidade Federal da Bahia. 
Não conseguimos coisa alguma, a não a sugestão para chamarmos a Limpeza Pública, pois eles fazem coleta de animais mortos e levam para o Aterro Sanitário da Cidade. 
Embora sabendo que o Espírito do nosso amigo já estava em outro plano e ali, enrolado em um lençol, só estava um corpo sem vida, que logo iria apodrecer e tornar-se pó, não conseguíamos aceitar a ideia de jogá-lo no lixo para transformar-se em pasto de Urubus e outros animais. 
Depois de alguns telefonemas, conseguimos permissão para sepultá-lo em um terreno de um amigo, na periferia da cidade. 
Achamos que Salvador, como a quinta Capital do País, em população, necessita de um Cemitério para animais domésticos, pois, imaginamos que muitas pessoas já passaram pelas mesmas dificuldades que passamos. 
Às 11 horas do dia 18 de março de 2000, uma linda manhã de sábado, com muito sol, que para nós foi um dos dias mais tristes de nossas vidas, o nosso GRANDE E FIEL AMIGO estava sepultado. 
Assim terminou um relacionamento, materialmente falando, que durou 8 anos, 8 meses e 9 dias e que só nos trouxe ALEGRIA, PRAZER E FELICIDADE. 
Amigão, a nossa separação é temporária, pois, voltaremos a nos encontrar em nossa morada definitiva. 

– RAMBO ATÉ BREVE!!! -

 08/07/1992 – 17/03/2000 

FIM

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