terça-feira, 19 de junho de 2012

RAMBO - UM GRANDE AMIGO - Livro de Haroldo Freitas

CONTINUAÇÃO 

Há mais ou menos três meses, notamos que ele tinha alguma dificuldade em subir a escada, porém, durante uma cirurgia que fez na orelha, devido ao rompimento de uma veia, no mês de outubro/99, a Veterinária constatou nos exames pré-operatórios que ele estava com uma insuficiência no coração. 
Receitou alguns medicamentos, mas avisou que isso era normal, devido a sua idade que deveria ser, aproximadamente, doze anos e, conforme a tabela de equivalência com o ser humano, ele deveria estar com 64 anos. 
Também, nesta ocasião, ela constatou que ele já tinha perdido mais de 50% da visão do olho direito e 20% do esquerdo. 
Devido a estes diagnósticos, achamos que a sua dificuldade de subir a escada era motivada pelos problemas do coração e das vistas. 
Algumas vezes o carregávamos para subir e descer a escada. 
Continuando, no dia 16 de março de 2000, ele amanheceu com as patas dianteiras sujas de sangue. 
Como sempre, o levamos, juntamente com o Júnior, para o passeio matinal, ocorrendo normalmente. 
No retorno, ao examiná-lo, constatamos que estava sangrando pelas gengivas. 
Levamos a Veterinária que o examinou, aplicou a mesma medicação para estancar a hemorragia, também, aplicou soro e fez coleta de sangue para Exames, cujos resultados seriam entregues no outro dia, às 14 horas, quando poderia ser medicado adequadamente. 
Retornamos com ele para casa e durante o resto do dia e a noite lutamos para estancar a hemorragia, com remédios receitados pela Veterinária e também com compressão de algodão molhado com água oxigenada. 
As vezes parava de sangrar, ficávamos alegres, porém, logo voltava a sangrar. 
A nossa única esperança era que, com os resultados dos exames de sangue, a Veterinária fosse medicá-lo e curá-lo. 
Só assim acabaria o seu sofrimento e a nossa angústia. 
No dia seguinte o levamos para o passeio da manhã. 
Notamos que o nosso amigo estava mais abatido e triste. Neste dia não quis tomar o café da manhã e só aceitava soro caseiro. 
Passamos o resto da manhã ao seu lado, com ele deitado, medicando e acariciando-o. 
Ele não reagia, não fazia nada, a não ser olhar-nos com os olhos mais tristes do mundo, como a dizer: 
 - Obrigado por tudo meus amigos, mas, a minha hora está chegando. - 
Após o almoço a minha mulher foi buscar os resultados dos exames e, de imediato, os levaria à Veterinária. 

CONTINUA AMANHÃ

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