domingo, 17 de junho de 2012

RAMBO O GRANDE AMIGO - Livro de Haroldo Freitas

CONTINUAÇÃO 

Entretanto, como todo nativo da ilha, era um exímio nadador, o que foi de grande utilidade. 
Tão logo chegamos à praia, tiramos a coleira do nosso amigo e o soltamos. 
Vendo-se livre e aquele mar todo em sua frente, correu para a água e começou a nadar. 
Vendo-o afastar-se muito da areia, começamos a chama-lo, porém, não éramos atendidos. 
Cada vez mais ele se afastava. 
Provavelmente, foi assim que se perdeu do primeiro dono. 
Nesta altura, já estávamos bastante preocupados. 
Foi quando o nosso hóspede, o Raimundinho, atirou-se n’água e, nadando como um peixe, conseguiu alcança-lo, trazendo-o para a areia, onde o prendemos na coleira e não o soltamos mais. 
Nas outras vezes que o levamos à praia, o prendemos em uma corda de nylon, com uns vinte metros de comprimento, e o colocávamos n’água. 
Assim não havia perigo do nosso amigo ir embora. 
Houve, também, uma passagem interessante com o Raimundinho e o nosso amigo. 
Moramos perto da praia e nos passeios diários, pela manhã e a tarde, eram feitos na orla da praia da Ribeira. 
Em uma tarde, o Raimundinho pediu para levá-lo. 
Geralmente ele ia segurando a coleira, mas íamos 15 juntos. 
Nesta tarde, em atenção ao seu pedido e por tratar-se de um animal dócil e obediente, assim, o permitimos. 
Devido aos afazeres em casa, não percebemos a sua demora em retornar do passeio. 
Por volta das 19 horas, notamos a sua ausência e saímos a sua procura. 
Para nossa surpresa, os encontramos na praia, completamente molhados. 
A explicação apresentada pelo Raimundinho, conforme suas próprias palavras, foi o seguinte. 
- Quando nos aproximamos da praia, o Rambo correu para a água, me derrubando e me arrastando pela areia. Só consegui dominá-lo depois que ele entrou n’agua e nadou um pouco. Olhe como estou todo molhado e arranhado. 
Realmente, o Raimundinho estava com os braços, peito e pernas arranhados pela areia, motivado pelo arrastão do nosso amigo. 
Logicamente, ambos estavam completamente molhados. 
Gostaríamos de escrever um pouco sobre a obediência e humildade do nosso amigo. 
Como todos nós, ele, também, as vezes, tinha algum problema estomacal e vomitava ou defecava dentro de casa, durante o dia. 
Quando chegávamos do serviço e, como sempre, ele e o Júnior estavam esperando-nos, 

CONTINUA AMANHÃ

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