AMOR E VERDADE
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
Ditados por
Espíritos Diversos
CAPÍTULO 1
Celso Cassanha
Acácia, minha querida Acácia, Jesus nos abençoe.
Querida Célia Maria e querido André Luiz.
Deus nos abençoe e nos proteja.
Estou assim, à maneira de convalescente, quase inseguro, depois de tratamento longo.
Venho até aqui com a mãezinha Pia e outros amigos espirituais que são hoje, aos meus olhos, o prolongamento de nossa própria família.
Muitas vezes imaginei que saberia facear os problemas espirituais após a desencarnação, com serenidade absoluta.
Temperamento reservado, qual vocês sabem, os meus pensamentos a esse respeito nasciam e desapareciam em mim mesmo.
As primeiras horas, os amigos, as trocas de idéias e depois...
foi a verdadeira desencarnação.
Estive em cãs a te os momentos últimos, em que comecei a divisar a presença da vovó Maria, da mãezinha Pia, de se nosso Maciel.
Era preciso partir, e eu não pudera anestesiar-me com o sono repousante dos que são liberados do corpo físico agoniado e doente. ..
Foi a bossa Pia a lembrar-me que deveria seguir com eles, os nossos afetos do coração.
Não hesitei.
Era noite alta..
Aproximei-me de você e percebi que a força de sua fé lhe controlava os sentimentos, mas, ao despedir-me da nossa querida Célia, o pranto da separação se me desaou do peito, a cair através dos olhos que não mais conseguia governar.
Depois foi a despedida de nossa André e de Lourdinha com os filhos e a despedida da Estela e de nosso Ararê com as crianças.
Quem disse que era um homem resistente a qualquer tipo de emoção? Pedi aos amigos para voltar ao nosso recanto da Dois de Julho, e tornei a abraçá-la, notando que, embora sonhando, você também tinha lágrimas e voltei ao quarto de Célia para repetir a mesma cena de pranto que me lavava todo o espírito.
Celso Cassanha
CAPÍTULO 2
Celso Cassanha
Era porém, necessário deixar a nossa casa que amei e amo tanto, visitar o nosso querido Lar do Amor Cristão e finda essa romaria de saudade, Pia e Maciel me enlaçaram entendendo que minhas forças jaziam exaustas.
Viajei em companhia deles, qual se voltasse a ser criança, incapaz de interessar-me pelo caminho.
O espírito reside onde tem preso o coração.
E eu continuava preso a você, aos filhos e aos netos queridos...
Compreendo que todos esses amigos tentavam me arrebatar à depressão de que me vi tomado quase totalmente.
Esse foi meu período de convalescença no hospital doméstico, de vez que não tive necessidade de orientar-me para fora de mim...
Nossa pia, no entanto, foi a mãezinha Pia a primeira a relembrar os meus casos e compromissos de pai e esposo desencarnado, dizendo-me que o trabalho cura todos aqueles que se encontrem decididos a trabalhar...
Com a devida permissão de nossos Mentores, tive a alegria de voltar ao nosso Grupo e tendo comparecido ao nosso trabalho, senti-me renovado para cooperar com os amigos do coração.
Acácia trabalhe como sempre.
Não se senti fatigada ou sozinha.
A nossa união prossegue acima de quaisquer circunstâncias e o Lar é a nossa lavra de fé e serviço ao próximo.
E retirando-me em companhia do nosso Maciel, já que o relógio nos compele a isso, peço a você receber o amor imenso e as imensas saudades do esposo e amigo, companheiro e servidor reconhecido de sempre.
Sempre o seu, Celso.
Celso Cassanha
CAPÍTULO 3
Laura Maria Machado Pinto
Henrique, é muito difícil escrever depois de tamanhas provocações.
Isso ocorre porque de um lado é a dor fixada de modo irremovível e de outro a transformação amarga na essência, mas sempre configurado a promessa de melhores dias.
Compreendo o seu sofrimento que é o nosso, entretanto, estaria consolada com o reconforto que você pudesse articular, adentro de você mesmo, em nosso benefício.
Nossas lágrimas se entrelaçam, nossas tribulações ainda não diminuíram.
Ainda assim, muito embora traga o coração partido pela saudade e pela angústia daquele acontecimento que as palavras não descrevem, peço a você coragem e fé em Deus...
Minha benfeitora falou do estranho poder materno de que Deus dotou a alma da mulher-mãe e me afirmou que o descanso me alcançaria tão logo visse as meninas devidamente protegidas e reconfortadas...
Admito que não suportaria ver você, chorando por mim, desconhecendo em que cinzas se me consumira a identidade pessoal.
Refletindo na sua agonia espiritual, diante do que restava de nós, deixei que as lágrimas me ensopassem as vestes alvas do pouso em que me estirar.
A vovó Carmela e outras afeições se encarregavam de consolar-nos.
Nós, os adultos, para logo entrarmos no conhecimento do acidente de que nos retiráramos tão despojados de tudo, como quando nascemos na Terra.
Querido Henrique, você sabe que eu não entregaria você a ninguém, no sentido de me substituir junto ao seu coração dedicado e amigo, entretanto, nesse outro lado da vida, é impossível que o nosso amor deixe de ser amor verdadeiro e o amor verdadeiro pede forças para afirmar-lhe que, depois do aguaceiro de pranto, outras alvoradas surgirão.
Você está moço e não nasceu para uma vida de experimentações e desequilíbrios.
Laura Maria Machado Pinto
CAPÍTULO 4
Carlos Alexandre da Silva Paraizo
Entretanto, busque tranqüilizar-se a fim de meditarmos com acerto.
Semelhante comportamento é igualmente o meu, agora em que me vejo na contingência de rogar a Deus nos auxilie a vê-lo reintegrado em uma vida normal de homem de bem.
Não nos percamos da fé e estejamos conscientes de que as circunstâncias oportunamente nos trarão alguém que me ampare, amparando a você, como se faz preciso.
Querido Henrique, perdoe-me se me exponho, assim, nestas palavras, nas quais procuro reerguer-lhe as forças.
Acontece que amo a você com a dedicação de todos os dias e não se me faria possível dizer-lhe o que afirmo, sem o misto do carinho espiritual.
Minha mãe saberá entender-me.
E o mesmo acontecerá ao nosso amigo Carlos, para quem a nossa Zélia espera igualmente um dia novo.
Abençoe-me com as suas energias positivas de homem de bem e receba todo o coração da esposa e hoje companheira maternal que deseja ser para você o apoio e a compreensão de que ambos necessitamos para ser mais felizes.
Em você e com você todo o carinho, com as muitas saudades e esperanças da sua.
Laura Maria Laura Maria Machado Pinto Mãezinha Eddie abençoe-me como se me visse de novo criança em seus braços...
Desejo identificar-me consigo de tal modo neste instante, que me sinta na forma de um ramo podre ligado à bênção de árvore de que nasci...
Sinto, em verdade, a presença do papai Guilherme e da Boné conosco, da nossa Iracema e da nossa Germana.
Entretanto, quero escrever como na escola assinando o nome do seu Carlinhos...
Carlos Alexandre da Silva Paraizo
CAPÍTULO 5
Carlos Alberto Elisei
Somente aqui em contato com a vovó Severina, que me recolheu carinhosamente, posso efetuar a revisão de meus próprios conceitos.
Exigia uma habitação planetária de que a nossa Terra ainda se acha muito longe.
Abominava tudo o que fosse mentira, mas não compreendi que a própria pessoa humana precisa disfarçar-se no corpo transitório a fim de assimilar os ensinamentos da vida.
Carlos Alexandre da Silva Paraizo Querido papai Edson e querida Mãezinha Elvira, estamos unidos na seara do bem, procurando os caminhos de ascensão espiritual.
O sentimento manda que lhes fale de saudade, mas o coração me solicita que lhes reafirme a confiança de sempre no trabalho em que nos achamos imanizados uns aos outros.
Refiro-me aos serviços do "A Caminho da Luz", o núcleo de atividade que nos fala sempre muito alto aos corações.
Recebamos as tarefas com que fomos honrados, com a certeza de que Jesus nos protegerá.
Querida Mãezinha, o trabalho é a nossa bênção maior.
Unido ao esforço do papai Edson e Mãezinha Elvira para o bem de nossos semelhantes que sempre redunda no bem para nós mesmos, abraça-os no carinho e na gratidão de todos os momentos, o filho sempre reconhecido.
Carlos Alberto Elisei
CONTINUA AMANHÃ
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