segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

SOMBRAS DO PASSADO - Livro de Haroldo Freitas - Parte 25

CONTINUAÇÃO

através de orações, uma desgraça em felicidade.
- Mais uma vez peço que tenha calma, procure agir com a razão e deixe a Carol sob a minha responsabilidade. Tenho certeza que entrará em comigo e aceitará o convite de vir morar aqui. E DEUS e os Espíritos Benfeitores darão forças e sabedoria para que possamos encontrar a melhor solução.
D. Beatriz parecia que estava representando uma pessoa amiga, cujo único objetivo era encontrar a melhor solução. Falava de uma maneira calma, simples e convincente. Nem parecia que era membro sanguíneo daquela família. Evidentemente, estava sendo orientada pelos seus Mentores Espirituais, assim também, pelos membros da já formada Equipe Espiritual designada para participar dos trabalhos que seriam iniciados naquela noite.
Ronaldo, aos poucos foi acalmando-se e ouvindo as palavras de sua mãe, como estivessem sendo pronunciadas por outra pessoa. Uma pessoa amiga, velha conhecida, que por mais que a procurasse, em sua memória, não conseguia lembrar-se de onde a conhecia. Só tinha certeza de uma coisa: aquelas palavras não estavam sendo ditas pela sua mãe, embora sendo pronunciadas por ela, eram de uma pessoa que já o conhecia há muito tempo. Talvez a sua mãe tivesse razão, existiriam reencarnações passadas e teria conhecido àquela senhora em outra vida. Ela, provavelmente, teria sido de muita confiança para consigo, como também, teria tido muita confiança nela. Ou seria por ele estar muito confuso com tantos problemas e aquelas palavras meigas e carinhosas, ditas por sua mãe, estavam tocando os seus sentimentos, a ponto de deixa-lo em dúvida quanto a teoria de reencarnações? Realmente, estava confuso e não conseguia coordenar os seus pensamentos.
D. Beatriz continuou falando sobre os problemas atuais que todos enfrentam e, que queiram ou não, tem ligações com o passado. Não, necessariamente, com o passado recente, mas com um passado bem remoto. Um passado tão distante que nem as mentes mais privilegiadas seriam capazes de lembra-los. Todavia, reafirmava que a Doutrina Espírita tinha explicações claras para este, como para outros “mistérios” da nossa pré-existência, ou seja, da vida eterna de nosso Espirito.
O Ronaldo já não contestava, com veemência, as palavras de sua mãe, baseadas, unicamente, no Espiritismo. Quando discordava de alguma coisa, aceitava as novas explicações e quase sempre ficava convencido que aquela senhora que estava sentada ali, ao seu lado, tinha razão, pois além de falar com pleno conhecimento do assunto, era uma velha conhecida que, apesar de não se lembrar de onde a conhecia, acreditava em suas palavras, tendo em vista a confiança que ela lhe passava.
- Conversaram por mais de uma hora. Quando Ronaldo se despediu de sua mãe, tinha concordado que o grande problema Carol, ficaria entregue a ela e que, naquele dia, não iria à Empresa. Retornaria à sua casa, para tentar um diálogo franco e sincero com sua espoas, para salvar o seu casamento. Reconhecia que nos últimos anos se acomodara, aceitando aquela situação que estava quase ocasionado a sua separação conjugal. Embora Cida o acusasse de ter uma amante, ele sabia, por motivos óbvios, que não era verdade, como sabia, também, que ainda a amava muito. Só não conseguia encontrar o motivo da aversão que tinha à Carol. No inicio ficava trabalhando até tarde para evitar, ao retornar para casa, ouvir

CONTINUA AMANHÃ

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