domingo, 26 de fevereiro de 2012

DESOBSESSÃO - LIVRO DE CHICO XAVIER - PARTE 03

CONTINUAÇÃO

Isolamento hospitalar

A desobsessão abrange em si obra hospitalar das mais sérias.
Compreenda-se que o espaço a ela destinado, entre quatro paredes, guarda a importância de uma enfermaria, com recursos adjacentes da Espiritualidade Maior para tratamento e socorro das mentes desencarnadas, ainda conturbadas ou infelizes.
Arrede-se da desobsessão qualquer sentido de curiosidade intempestiva ou de formação espetaculosa.
Coloquemo-nos no lugar dos desencarnados em desequilíbrio e entenderemos, de pronto, a inoportunidade da presença de qualquer pessoa estranha a obra assistencial dessa natureza.
O amparo e o esclarecimento aos Espíritos dementados ou sofredores é serviço para quem possa compreendê-los e amá-los, respeitando-lhes a dor.
Daí nasce o impositivo de absoluto isolamento hospitalar para o recinto dedicado a semelhantes serviços de socorro e esclarecimento, entendendo-se, desse modo, que a desobsessão, tanto quanto possível, deve ser praticada de preferência no templo espírita,
ao invés de ambientes outros, de caráter particular.
Nesse sentido, é importante que os obreiros da desobsessão, notadamente os médiuns psicofônicos e os médiuns esclarecedores, visitem os hospitais e casas destinadas à segregação de determinados enfermos, para compreenderem com segurança o imperativo de respeitosa cautela no trato com os Espíritos revoltados e desditosos.

Aparelhos elétricos

Os aparelhos elétricos, no recinto, quando a desobsessão seja efetuada em lugar capaz de utilizálos, devem ser restritos a uma lanterna elétrica, destinada a serventia eventual, e, quando seja possível, a um aparelho para gravação de vozes das entidades, notadamente aquelas que se caracterizam por manifestações construtivas, para que se lhes fixem os ensinos ou experiências com objetivo de estudo.
Repitamos que o grupo apenas usará o aparelho para gravação de vozes, quando semelhante medida esteja em suas possibilidades, sem que isso seja fator essencial e inadiável à realização do programa em pauta.
O dirigente da reunião ou o companheiro indicado para o manejo desses engenhos precisa, porém, estar atento, verificando-lhes o estado e o funcionamento, antes das atividades da equipe, prevenindo quaisquer necessidades, de maneira a evitar aborrecimentos e atropelos de última hora.

Componentes da reunião

Os componentes da reunião, que nunca excederão o número de quatorze, conservem, acima de tudo, elevação de pensamentos e correção de atitudes, antes, durante e depois de cada tarefa.
Nenhuma preocupação com paramentos ou vestes especiais.
Compenetrem-se de que se acham no recinto exercendo fraternalmente um mandato de confiança.
Na Doutrina Espírita não há lugar para fé cega. Evitem-se, no entanto, no ambiente da desobsessão, pesquisas ociosas e vãs indagações, críticas e expectações insensatas.
Todos os componentes da equipe assumirão funções específicas.
Num grupo de 14 integrantes, por exemplo, trabalharão 2 a 4 médiuns esclarecedores; 2 a 4 médiuns passistas e 4 a 6 médiuns psicofônicos.
Os médiuns esclarecedores e passistas, além dos deveres específicos que se lhes assinala, servirão, ainda, na condição de elementos positivos de proteção e segurança para os médiuns psicofônicos, sempre que estes forem mobilizados em serviço. Imprescindível reconhecer que todos os participantes do conjunto são equiparáveis a pilhas fluídicas ou lâmpadas, que estarão sensibilizadas ou não para os efeitos da energia ou da luz que se lhes pede em auxílio dos que jazem na sombra de espírito. Daí o imperativo do teor vibratório elevado nos componentes da reunião, a fim de que os doentes da alma se reaqueçam para o retorno ao equilíbrio e ao discernimento.
Os componentes encarnados da reunião não se rendam ao sono nas tarefas dedicadas à desobsessão, para se evitarem desdobramentos
desnecessários da personalidade, cabendo-nos salientar igualmente que nas realizações dessa natureza não devem comparecer quaisquer outras demonstrações ou experiências de mediunidade.

Visitantes

O serviço de desobsessão não é um departamento de trabalho para cortesias sociais que, embora respeitáveis, não se compadecem com a enfermagem espiritual a ser desenvolvida, a benefício de irmãos desencarnados que amargas dificuldades atormentam.
Ainda assim, há casos em que companheiros da construção espírita-cristã, quando solicitem permissão para isso, podem ter acesso ao serviço, em caráter de observação construtiva; entretanto, é forçoso preservar o cuidado de não acolhê-los em grande número para que o clima vibratório da reunião não venha a sofrer mudanças inoportunas.
Essas visitas, no entanto, devem ser recebidas apenas de raro em raro e em circunstâncias realmente aceitáveis no plano dos trabalhos de desobsessão, principalmente quando objetivem a fundação de atividades congêneres. E antes da admissão necessária é imperioso que os mentores espirituais do grupo sejam previamente consultados, por respeito justo às responsabilidades que abraçam, em favor da equipe, muito embora saibamos que a orientação das atividades espíritas vigora na própria Doutrina Espírita e não no arbítrio dos amigos desencarnados, mesmo aqueles que testemunhem elevada condição.
Compreende-se que os visitantes não necessitem de comparecimento que exceda de 3 a 4 reuniões.

CONTINUA AMANHÃ

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