sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

SOMBRAS DO PASSADO - Livro de Haroldo Freitas - Parte 15

CONTINUAÇÃO

- Glória a minha nora está fora de si. Vou para casa, mas gostaria que você me telefonasse se ela ou o Ronaldo fizerem alguma coisa com a Carol. Pode telefonar qualquer hora, se por acaso, eu não estiver em casa, diga o que está ocorrendo para a Janete, que ela me localizará onde eu estiver.
- Pode deixar D. Beatriz, qualquer anormalidade eu lhe telefono. Acho, se a Carol ficar em seu quarto sem tentar pular a janela, eles não farão nada contra ela.
D. Beatriz foi direto para casa. Pressentia que aquela situação iria se agravar. Cida muito apegada aos preconceitos e tabus da sociedade, jamais aceitaria a gravidez da filha. Se o rapaz fosse filho de família bem situada, tentaria fazer o casamento, caso contrário, obrigaria a filha fazer um aborto. Não, isto não poderia acontecer. Aqueles três estavam enredados pelos erros que cometeram em reencarnações passadas, precisando aproveitar a oportunidade, nesta reencarnação, para resgatarem suas dividas e reconciliarem-se entre si, não poderiam cometer mais um erro gravíssimo, praticando um aborto.
Logo que chegasse ao Centro, conversaria com o Sr. Mário e Patrícia, para pedir conselhos e ajuda para o seu filho e a família. Precisava fazer alguma coisa para ajuda-los. Mais do que alguém, sabia o que estava acontecendo com aquela família, assim como, sem ajuda de fora, eles não encontrariam a reconciliação para a qual vieram para este Planeta.
Após o almoço, deitou-se e adormeceu. Já passava das três horas da tarde quando acordou. Imediatamente procurou por Janete.
- Janete alguém telefonou para mim? A Glória deixou algum recado?
- Não senhora. Não telefonaram, nem a D. Glória.
- Não é possível, já são quase três e meia. Vou telefonar para Carol.
O telefone de Carol estava desligado. A chamada caia na caixa de mensagem. Resolveu telefonar para o telefone fixo, provavelmente, seria a Glória que iria atender, caso fosse a Cida, desligaria sem dizer nada.
- Alô, residência do Dr. Ronaldo, boa tarde.
- Glória é Beatriz. Você não telefonou. Fiquei ansiosa por notícias. Liguei para o celular da Carol, mas está desligado.
- A D. Cida bloqueou os telefonemas para chamadas, eles só recebem e tomou o celular da Carol. A senhora precisa, urgentemente, fazer alguma coisa. A coitadinha da Carol só faz chorar. Levei o almoço, mas ela nem tocou.
- Glória transfira a ligação paras o quarto dela.
- Não posso. A D. Cida desligou a extensão. Disse que ela vai ficar incomunicável, até resolver dizer o nome do rapaz.
- Não é possível, a Cida está louca. Prender a filha no quarto e deixa-la incomunicável. Não acredito que na virada do ano dois mil, ainda, existam pessoas agindo como estivessem no século passado.
- A senhora quer mandar algum recado paras ela? Está na hora de levar o lanche. Só posso entrar no quarto nos horários de refeições.
- Diga para ela ficar calma e fazer as refeições. Diga, também, que vou falar com o meu filho, para trazê-la para morar comigo.

CONTINUA AMANHÃ

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