quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

SOMBRAS DO PASSADO - Livro de Haroldo Freitas - Parte 13

CONTINUAÇÃO

- Você ficou louco? Não permitirei que volte a bater em Carol. Sente-se e vamos conversar como pessoas civilizadas.
- Mamãe, pelo amor que a senhora teve para com o meu pai, saia e deixe-me as sós com esta vagabunda, que vai aprender a ser uma moça direita.
- Filho, apesar de, atualmente, vivermos em mundos diferentes continuo amando o seu pai como ele continua amando-me também, mais quem vai sair é você. Deixe-nos sozinhas. Vocês não souberam cria-la, acompanha-la e, principalmente, antes de serem pais, deveriam ter sido amigos. Neste momento, você dois não têm condições psicológicas para interagirem com a situação.
- Mamãe o caso não é viver a situação e sim acabar com o problema uma vez por todas. E as duas únicas soluções que vejo são: o casamento ou o aborto.
- Muito bem, esta é a sua maneira de ver, porém, eu lhe peço que me deixe conversar com a Carol. Quem sabe, talvez possamos resolver a questão de outra maneira. Tome um bom banho e vá para o Escritório. Você chegou de viagem e deve ter muita coisa pendente a sua espera.
- Realmente mamãe, preciso ir ao Escritório. Arranque o nome desse vagabundo, pois à noite, quando retornar, quero tomar algumas providencias.
Ronaldo saiu da Biblioteca e D. Beatriz voltou a sentar ao lado de Carol que, imediatamente, colocou a cabeça no colo da avó, que começou acaricia-la, alisando os seus cabelos. Ficaram assim por mais de dez minutos, sem pronunciarem uma única palavra. Carol quebrou o silencio, dizendo:
- Vovó a senhora acha que devo casar-me com uma pessoa que não amo ou fazer um aborto, matando um inocente, como querem os meus pais?
- Não. As duas alternativas que eles lhes deram são absurdas e contrárias ao bom senso e a lógica. Todavia, eu me pergunto: Porque você se entregou a um rapaz a quem não ama? Principalmente, facilitando a gravidez? Hoje existem muitos métodos para evita-la. Realmente não consigo entender a sua atitude. Na minha época de juventude uma moça solteira grávida era caso raro e quando acontecia, geralmente, ela se entrava por amor. O rapaz assumia a responsabilidade, casando-se de imediato. Quando não acontecia o casamento, a família mandava a jovem para o interior ou, até mesmo para o exterior, a fim de esconder o fato. Havia, como até hoje, alguns pais radicais que expulsavam as filhas de casa.
- Os tempos mudaram vovó. Hoje, a maioria das jovens, por falta de atenção dos pais, é revoltada e procura todos os motivos e meios para castigá-los.
- Em parte você tem razão, mas não seria mais viável que vocês procurassem o diálogo? Até porque, os maiores prejudicados são vocês.
Antes de Carol responder, Cida entrou na Biblioteca e, aos gritos, disse:
- Carol já para o seu quarto. Ficará de castigo até resolver dizer o nome do vagabundo. Não sairá nem para as refeições, a Glória as levará ao quarto.
- Calma Cida, procure entender o momento difícil que a sua filha está passando. Agora,

CONTINUA AMANHÃ

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