terça-feira, 24 de janeiro de 2012

SOMBRAS DO PASSADO - Livro de Haroldo Freitas - Parte 12

CONTINUÇÃO

- Mamãe, por favor, gostaria de falar em particular com esta vagabunda.
- Meu filho, em primeiro lugar, bom dia, em segundo, essa vagabunda, como você disse, é a sua filha e, pelo que sei, gravidez não é vagabundagem e, finalmente, como sua mãe e avó de Carol, tenho direito e obrigação de participar dessa conversa.
- Mamãe desculpe. Além de estar arrasado pela noticia que a Cida me deu ontem à noite, o que me fez passar a noite acordado, desde o momento que ela me apanhou no aeroporto até chegarmos aqui, não parou de me acusar e falar bobagens. Realmente, estou muito nervoso e a sua presença é benéfica.
- Compreendo a situação de vocês, mas não podem perder a cabeça e transformar uma simples e bendita gravidez em desgraça nacional.
- Ora D. Beatriz, para a senhora é uma simples e bendita gravidez porque a filha não é sua e a vergonha junto aos nossos vizinhos e amigos não é a senhora que vai passar. Acho melhor a senhora não participar da nossa conversa com a Carol.
- A minha mãe vai ficar e participar. Se você não está satisfeita pode se retirar.
- Vou me retirar sim, antes, porém, gostaria de avisá-los que já tomei uma decisão. Caso ela continue escondendo o nome do vagabundo ou não se case dentro de um mês, tomarei as devidas providencias para ela abortar esse bastardo.
- Minha filha tenha calma e serenidade para aceitar as provações da vida. Não blasfeme contra um inocente que, além de ser seu neto é, principalmente, filho de DEUS. Nada acontece por acaso e sem o consentimento do nosso Pai Celestial.
- Essa conversa é muito bonita para que não está vivenciando o problema, como a senhora. Gostaria de saber se agiria dessa maneira se a filha fosse sua.
- Cida, por favor, vamos para com esse assunto para não criarmos outro problema. O que devemos resolver de imediato é o caso Carol. Quando a sua decisão, embora ache que em parte você tem razão, mas, enquanto eu morar nesta casa, a decisão final será sempre a minha – Ronaldo terminou a frase aos gritos.
Cida saiu da biblioteca batendo a porta com força. Ronaldo sentou-se em frente à filha, que por sua vez, estava sentada ao lado da avó, ouvindo toda aquela discussão, sem parar de chorar. Ronaldo falou rispidamente.
- Pare com esse choro. Devia chorar antes de fazer a besteira, agora não vai resolver nada.
- Diga o nome do moleque que fez isso com você que o obrigarei a reparar o mal que praticou ou lhe darei uma surra que o fará se arrepender ter nascido e nunca mais desonrará filha de família.
- Papai, não adianta o senhor quem é o pai do meu filho. Não o amo e não quero casar com ele. Portanto, o que adiantaria o senhor dar uma surra nele?
- Você vai dizer quem é o vagabundo, nem que eu tenha que surrá-la até você confessar.
Falando aos gritos, Ronaldo levantou e deu uma bofetada no rosto da filha.
D. Beatriz levantou-se e colocando-se em frente de Ronaldo, disse:

CONTINUA AMANHÃ

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