quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

REENCONTRO - LIVRO DE CHICO XAVIER - CAPÍTULO 11

CONTINUAÇÃO

AVISO SURPREENDENTE

Em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, nos idos de 1950, D. Genny Villas Boas Mercatelli conheceu Chico Xavier, quanto integrava um grupo de confrades que trabalhava pela fundação de um hospital psiquiátrico espírita na cidade paulista de Araras, o qual se chamaria Sanatório Antônio Luiz Sayão.
Desde essa época nasceu uma grande amizade entre ambos, fortalecida pela admiração de seu esposo, Dr. Roberto Mercatelli, pelo médium mineiro. Com a mudança de Xavier para Uberaba, em 1958, o casal passou a visitá-lo assiduamente, encontrando sempre no dileto amigo palavras de orientação e incentivo para as suas múltiplas tarefas na seara espírita, especialmente no Sanatório, que passaram a dirigir desde a sua fundação, em 1957.
Certa ocasião, o casal Mercatelli foi procurado por um amigo da cidade de Leme, SP, que se encontrava enfermo e desejava receber orientação espiritual por intermédio de Chico Xavier, a quem não conhecia pessoalmente. Na impossibilidade de o Dr. Roberto ausentar-se, D. Genny e sua filha prontificaram-se a acompanhá-lo a Uberaba. A viagem foi programada para uma próxima segunda-feira, dia de semana em que, naquela época, Xavier também atendia em reunião pública. Assim foi feito, e no dia 3 de junho de 1968 lá estavam na Comunhão Espírita Cristã, acompanhados de outros confrades, aguardando a vez para falarem com o médium.
Naquela noite, D. Genny sentia-me muito feliz não só por prestar um auxílio fraterno, como também pela participação de uma “reunião do Chico”, que por motivos alheios à sua vontade não freqüentava havia quase um ano. Mas uma grande surpresa a aguardava para os minutos seguintes. Aproximou-se do médium amigo e logo após os cumprimentos iniciais, sem que tivesse oportunidade de abordar qualquer questão doutrinária ou expor algum problema pessoal, Xavier lhe afirmou:
- Genny, você precisa voltar hoje mesmo porque sua mãezinha necessita de sua presença.
- Será possível, Chico? – ela respondeu, profundamente surpresa com a informação. – Realmente, mamãe tem estado adoentada. Porém, não tenho notícia recente do Paraná, onde ela se encontra, de que piorou, tanto é que, hoje cedo, saí de Araras despreocupada.
O médium, pacientemente, reafirmou:
- Vai, minha irmã, vai que a sua mãezinha está precisando muito de você. Aqui está um amigo dos companheiros de Araras, dizendo que os acompanhará na viagem de volta. É aquele senhor gordo, de rosto vermelho, que viajava com vocês nas campanhas pró construção do Sanatório... seu nome termina em ini... ini...
D. Altiva Noronha, residente em Uberaba, naquela noite acompanhava sua dileta amiga Genny àquela reunião doutrinária, e naquele momento entrou no diálogo, exclamando:
- Estou recebendo a intuição de que o nome é Bertolini.
- Esse mesmo – respondeu o médium. – É Augusto Bertolini. (*)
Chico conheceu esse confrade em Limeira, SP, em 7 de abril de 1950, quando, em companhia de sua esposa Alice, integrava um grupo de Araras que, numa viagem de jipe a Minhas Gerais, chegou até Pedro Leopoldo. Nesta cidade, avistaram-se primeiramente na Fazenda Modelo, onde o médium trabalhava, e no mesmo dia, à noite, participaram de uma reunião doutrinária no Centro Espírita Luiz Gonzaga, quando Xavier psicografou uma bela mensagem assinada por Antônio, avô do Dr. Lauro Michielin (que integrava o grupo em companhia de sua futura esposa Dra. Aparecida Crepscki, e de D. Genny V. B. Mercatelli), incentivando o movimento pró construção do Sanatório. No dia seguinte, o grupo dirigiu-se a Belo Horizonte em companhia do médium, que o apresentou a vários espíritas e amigos daquela capital.
Assim, após um intervalo de dezoito anos. Chico reencontrou-se, naquela noite, com Augusto Bertolini, este já estando no Outro Lado da Vida, mais uma vez acompanhando seus confrades de Araras.
D. Genny, aturdida com o aviso inesperado, agradeceu e afastou-se, permitindo que o médium fosse mais claro com os demais:
- A mãezinha dela já fez a passagem para o Plano Espiritual. Vocês devem voltar hoje mesmo.
A seguir, o confrade da cidade de Leme recebeu a orientação espiritual almejada e todos se despediram de Chico.
O grupo demorou-se ainda um pouco na Comunhão, aguardando a vez para receber passe magnético, permitindo que D. Geralda de Andrade Freitas, uma amiga do casal Mercatelli, residente em Uberaba, os alcançasse para comunicar a seguinte notícia telefônica vinda de Araras, transmitida há poucos minutos pelo Dr. Roberto Mercatelli: a mãe de D. Genny havia desencarnado às 16,30 horas, daquele dia, na cidade paranaense de Santo Antônio da Platina.
Estava confirmada a informação antecipada por via mediúnica.
A palavra de Sayão
Quando D. Genny retornou a Araras, após demorar-se uns dez dias no Paraná, em companhia de seus familiares consternados com o passamento de sua progenitora, encontrou em sua correspondência uma feliz surpresa: uma carta do Espírito de Antônio Luiz Sayão remetida de Uberaba.
Chico Xavier havia psicografado esta carta naquela reunião pública de 3 de junho de 1968, depois da despedida do grupo de Araras, provavelmente noite alta. No dia seguinte, enviou-a à D. Genny, que recebia, sem nada ter pedido, a bênção de palavras confortadoras do patrono espiritual do Sanatório, ajudando-a a superar uma fase difícil, de problemas familiares e de obstáculos no campo do ideal maior.
(*) Ver referência à sua pessoa na carta mediúnica de Ítalo Scanavini (Cap. 6, Nota de no. 10).

CONTINUA AMANHÃ

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