segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

SAUDAÇÃO DO NATAL - Livro de CHICO XAVIER - PARTE 01

SAUDAÇÃO DO NATAL

A CEIA ECOLÓGICA
Cornélio Pires

Conversas sobre conversas
Por trás de assunto sem lógica
Disse-me Ilídio: ”Amanhã
Vamos à ceia ecológica.
Você seguirá comigo?”
Pronto, assumi a promessa.
Ilídio é um bom amigo,
Mas que ceia será essa?
“Não deve seguir sozinho,”
Prosseguiu ele,
“Antes da ceia em caminho.”
No outro dia despertei
De ouvidos fenomenais
Estava escutando as pedras,
As plantas e os animais.
Ilídio veio buscar-me
E, no carro em que seguia,
Notei que outro era o rumo
Além da periferia.
Desdobrando-se o caminho,
Vimos nós um casarão...
O amigo esclareceu:
“É a casa do tio Adão.”
Avançamos e no vimos
Em meio de algumas roças
E notamos o barulho
De peões, carros, carroças...
Ilídio parou o carro e descemos,
Era um desfile esperado,
Animais vinham chegando
Seguindo por nosso lado.
Na frente vinha um cabrito
Gritando: “Morra o churrasco”!...
Não desejo festa alguma,
Não quero ver o carrasco!...”
Num caminhão certa vaca
Mascava feno em restolho.
Dizia ao boi que a seguia:
“Meu velho, fique de olho!”

Ao lado vinham dois perus,
Um deles fala : “É demais”
E o outro: “Eu também bebi,
Da cachaça do Moraes”.
Num caminhão, a galinha,
Cercada de frangos novos,
Prosava para a festança...
“Já dei os meus belos ovos.”
Grande fêmea de um suíno,
Seguindo frágil leitoa,
Rogava: “Não maltratem minha
Filha, que é tão boa...”
Dois coelhos numa gaiola
Cochichavam, entre si:
“Não fosse a corda no pé,
Sairíamos “daqui.”
Num planalto assaz pequeno
O aroma de um cajueiro;
Lá longe ia a parada
Dominando o espaço inteiro.
No pátio, o chefão chegou
E passou a esfaquear,
A turma toda apavorada
Pôs-se a gemer e a gritar.
Vendo o sangue, emocionei-me;
Não podia ver aquilo,
Queria voltar à casa,
A fim de ficar tranquilo.
Fui a Ilídio e, com franqueza,
Não podia suportar,
Aquela cena de dor,
Queria a paz do meu lar.
Ilídio riu-se e falou:
“Cornélio, nunca supus
Que você fuja de festa
Para as obras de Jesus.”

E então, desorientado,
Fiquei sabendo, afinal,
Que a ceia da ecologia
Era a festa do Natal.



A MAQUINA DIVINA

Emmanuel

Meu amigo,
O corpo físico é a maquina divina que o Senhor nos empresta para a confecção de nossa felicidade na Terra.
Os vizinhos do bruto precipitam-na ao sorvedouro da animalidade.
Os maus empregam-na criando o sofrimento dos semelhantes.
Os egoístas valem-se dela para esgotarem a taça de prazeres fictícios.
Os orgulhosos isolam-na sem proveito.
Os vaidosos cobrem-na de adornos efêmeros para reclamarem o incenso da multidão.
Os intemperantes destroem-na.
Os levianos mobilizam-na para menosprezar o tempo.
Os tolos usam-na inconsideradamente, incentivando as sombras do mundo.
Os perversos movimentam lhe as peças na consecução de desordens e crimes.
Os viciados de todos os matizes aproveitam-lhe o temporário concurso na manutenção da desventura de si mesmos.
Os indisciplinados acionam-lhe os valores estimulando o ruído inútil em atividades improdutivas.
O espírito prudente, todavia, recebe essa maquina valiosa e sublime para tecer, através do próprio esforço, com os fios da caridade e da fé, da verdade e da esperança, do amor e da sabedoria, a túnica de sua felicidade para sempre na Vida Eterna.

CONTINUA AMANHÃ

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