quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

REENCONTRO - LIVRO DE CHICO XAVIER - CAPÍTULO 04

“MUDEI DE ROUPAGEM,
SEM MUDAR A PRÓPRIA IDENTIDADE”


Querida mãezinha e meu querido papai Lúcio, peço para me abençoarem.
O meu avô Germano e o meu tio Aldo me trouxeram até aqui e me auxiliaram a traças estas linhas. Venho rogar-lhes paciência e coragem. A morte não existe como pensamos na Terra. Atravessamos um choque estranho que eu não sei descrever, porque prevalece em nós, pelo menos no que me sucedeu, um sono feito de anestesia e de esquecimento.
Compreendo tudo agora e sei quanto choraram porque podem imaginar como eu chorei, à feição de um menino grande sequestrado, sem volta, em outro lugar que não a nossa casa.
O acidente me afetou qual uma explosão na qual a gente se perde por algum tempo. Disso nada sei, mas posso assegurar-lhes com os nossos daqui, que não me perdi no acontecimento. Mudei de roupagem, sem mudar a própria identidade.
Agora, é coragem para nós todos. Chega um momento na vida de cada um, no qual apenas a fé em Deus é a alavanca da salvação de nosso próprio raciocínio.
Peço-lhes para que vivam valorosamente e não culpem a ninguém se o carro foi a condução que as Leis de Deus me deram para voltar à vida espiritual, a que me vou habituando pouco a pouco.
Recordem os nossos queridos Hermilon e Waldir, e creiam que se ficarem fortes, minha fortaleza se restabelecerá mais depressa.
Numa situação destas, em que a gente se vê noutra forma, dando notícias por intermédio de outra pessoa, como se estivéssemos numa janela aberta para uma praça repleta de amigos, não é muito fácil. Por isso, creio que dar o meu sinal de presença é bastante para que me saibam vivo, e com a mesma disposição para trabalhar.
Por enquanto, estou no tratamento de idéia vagarosa e vida mansa, mas tenham a certeza de que tudo comigo vai melhorar quando me derem coragem para recomeçar.
Meu abraço às irmãs e lembranças aos amigos.
Do acidente nada me perguntem, porque não quero turvar a cabeça que já está ficando mais clara por dentro.
Auxiliem-me a deixar de lado o que não devo carregar comigo e a recordar o que preciso fazer agora: recuperar o meu equilíbrio, confiar em Deus e na vida, e reformar-me qual eu era, decidido a cumprir os meus deveres, sem reclamação e sem choro.
Muitas saudades que, aliás, são nossas. E, em meio das saudades que estão comigo, recebam o abraço com muitos beijos de gratidão e carinho do filho muito grato que, mais uma vez, lhes pede a bênção,
Lúcio Germano Dallago.
1 – Avô Germano – Germano Dallago, avô paterno, desencarnado em Barra Fria, SC, em, 1941, aos 51 anos de idade.
2 – Tio Aldo – Aldo Dallago, tio, desencarnado em Ibaiti, PR, a 12/11/1966.
3 – Hermilon e Waldir – Hermilon Pereira Gonçalves e Waldir Ramos Siqueira Filho, amigos inseparáveis de Lúcio Germano, desencarnados no mesmo acidente.
4 – Meu abraço às irmãs – Irmãs: Sandra Maria, Sônia Cristina e Selma Regina Dallago.
5 – Lúcio Germano Dallago – “Filho de Maria de França e Lúcio Dallago, nasceu em Goiânia a 23/9/1956. Sua breve e saudosa passagem terrena foi caracterizada por uma personalidade carinhosa e alegre, marcada por um espírito caridoso, deixando um grande círculo de amigos na sociedade goianiense. Quando desencarnou, a 25/11/77, preparava-se para o vestibular no Colégio Carlos Chagas”. (Dados biográficos divulgados juntamente com a sua carta mediúnica, em impresso feito pela família.)

CONTINUA AMANHÃ

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