quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

REENCONTRO - LIVRO DE CHICO XAVIER - CAPÍTULO 03

CONTINUAÇÃO

NOVOS CAMINHOS

“No auge do sofrimento e do desespero, ocasionados pela dura separação do convívio amigo de meu filho, uma noite, seguindo pelas ruas de Goiânia, ao passar em frente ao Centro Espírita Amor e Caridade, localizado à Avenida Independência, tive a ideia de ali entrar, embora não fosse espírita.
O presidente desta instituição, Amir Salomão, acolheu-me com simpatia, e vendo-me profundamente abatido, providenciou para que eu iniciasse um tratamento espiritual naquele mesmo dia.
Foi um socorro que chegou na hora certa, pois havia perdido recentemente o meu filho Lúcio Germano Dallago, com 21 anos de idade, em acidente automobilístico.”
Assim, o Sr. Lúcio Dallago, residente na capital goiana, em carta datada de 24 de agosto de 1980, narrou-nos, atendendo nosso pedido, sua duríssima, mas proveitosa experiência, como veremos a seguir, no desenrolar de suas notícias:
“O acidente ocorreu na madrugada do dia 25 de novembro de 1977, na BR-153, quando uma carreta chocou-se com o Opala em que ele viajava com seus amigos Hermilon e Waldir, todos falecidos no local.
Acredito que foi a carreta que os colheu, ocasionando o acidente. Mas, quem sou eu para julgar? Entregamos o caso à Justiça Divina, pois o que nos adiantaria qualquer ação?”
Um sonho revelador
“Três meses após o acidente, aconselhados por amigos e estimulados pela leitura de várias mensagens de pessoas falecidas, recebidas por Chico Xavier, eu e minha esposa fomos a Uberaba, mas não conseguimos falar com o médium.
Retornando a Goiânia, abracei a Doutrina Espírita, passando a estudá-la cada vez mais. Nessa época falei à minha senhora que haveríamos de receber algum aviso para retornarmos a Uberaba, quando nosso filho tivesse oportunidade de nos escrever.
Em agosto de 1978, com um grupo de amigos, dirigimo-nos às margens do Araguaia para uma pescaria. Na terceira noite tive um longo e nítido sonho com meu filho, visitando-o num hospital. Tinha boa aparência e mostrava-se disposto. No dia seguinte, despertei muito cedo, logo meditando sobre aquela “vivência espiritual”. Ansioso para contar o sonho aos familiares e confrades, consegui convencer meus amigos a interromperem a pescaria, e regressamos no quarto dia de um passeio programado para dez.
Retornando a Goiânia, fui aconselhado pelos confrades amigos a procurar Chico Xavier, também eles deduzindo comigo, do sonho, que meu filho estava em condições de enviar-me uma mensagem.
Assim fizemos. Em Uberaba, pela segunda vez, enfrentando uma fila enorme, conseguimos nos avistar pessoalmente com o querido médium, numa reunião pública do Grupo Espírita da Prece. Era o dia 1o. de setembro de 1978.
A nossa emoção foi grande, principalmente de minha esposa, que, mostrando-lhe a foto de Lúcio, mal conseguiu dizer que havia perdido o filho num acidente.
Chico fitou-lhe a face, e mesmo sem ter o mínimo conhecimento de nossa família, perguntou:
- Quem se chama Germano? Estou vendo um senhor de idade...
Minha esposa quase desmaiou, nada conseguindo responder. E antes que eu articulasse qualquer esclarecimento, o médium continuou:
- Não precisa responder, ele está dizendo que é avô de Lúcio, afirmando ainda que antes da encarnação do jovem, na condição de seu neto, eles já eram velhos amigos.
E, com a orientação de que poderíamos colocar sobre a mesa dos trabalhos um pedido de notícias do nosso saudoso filho, o diálogo foi encerrado.
Aguardamos confiantes, em meditação e preces, por horas e horas, e a resposta veio mesmo... Já avançando na madrugada do dia 2, tivemos a feliz emoção de ouvir, dos lábios do estimado médium, a leitura da esperada carta de Lúcio, psicografada naquela reunião.
A mensagem veio trazer consolo e esclarecimento a todos os nossos familiares. Consolidou, também, a certeza da fé espírita que recentemente havíamos abraçado.
Assumi, em memória de nosso filho, a direção da Casa Espírita de Meimei – Lar das Crianças (Rua Santiago, Lote 20, Quadra 219, Setor Palmito, Goiânia, GO.), que hoje ampara quase 60 menores, de 6 meses a 6 anos, onde igualmente funciona o Departamento de Assistência Espiritual e uma distribuição de sopa, aos sábados, aos menos favorecidos.”

CONTINUA AMANHÃ

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