sábado, 26 de novembro de 2011

A SEMENTE DE MOSTARDA - LIVRO DE CHICO XAVIER - PARTE 03

CONTINUAÇÃO

ENSINAMENTO

O Instrutor desdobrando a aula que ministrava aos aprendizes atentos esclareceu, conciso:
Os homens são professores uns dos outros.
Cada um leciona a matéria que lhe constitui o elemento de trabalho.
Assim vejamos:
O alfaiate, a costura;
O sapateiro, o calçado;
O tecelão; a indústria do fio;
O ourives, a fabricação de jóias;
O pastor, a condução do rebanho;
O horticultor, a produção de verdura;
O carpinteiro, a arte de trabalhar a madeira;
Ante a pausa do professor, o aluno José Guedes perguntou:
-Professor; e o embriagado também ensina?
Como não? - respondeu o Instrutor.
Que é que um bêbado ensina? - insistiu o aprendiz.
E o professor idoso e experiente concluiu:
-Um alcoólatra ensina o que devemos evitar.

INICIATIVA

Sempre que puderes, faze por ti mesmo o que tens a fazer.

HUMILDADE E ELEVAÇÃO

A vaidade enlouquece.
A revolta dificulta.
A dor regenera.
A facilidade perturba.
O trabalho educa.
A humildade eleva sempre.


MORDOMIAS

-Estamos construindo um mundo novo - disse Cláudio ao jovem advogado que aderia ao trabalho do grupo, e sem criticar os costumes de vários Países, desejaria conhecer o pensamento de Cristo sobre mordomias. Não me lembro de nenhuma passagem do Novo Testamento que nos conduza às idéias e opiniões do Divino Mestre, nesse sentido...
Um professor dos que se achavam presentes tomou a palavra e informou:
-Jesus era contrário a semelhante sistema de privilégios inaceitáveis.
-Em que tópico será possível encontrar as conclusões que o senhor terá chegado? Falou o rapaz...
O educador buscou um exemplar do Novo Testamento e em voz alta narrou a expressiva história de um homem avaro entre os capítulos 19 a 21 do Evangelho do Apóstolo São Lucas:
-E Jesus disse-lhes a seguir esta parábola: "Havia um rico homem. Suas terras haviam produzido extraordinariamente e que se entretinha a pensar consigo mesmo, assim: Que hei de fazer, pois já não tenho lugar onde possa colocar tudo, o que vou colher? Aqui está, disse, o que farei: demolir os meus celeiros e construir outros maiores, onde depositarei a minha colheita e todos os meus bens. E direi à própria alma: Tens de reserva muitos bens para longos anos! Repousa, come, bebe e goza. Mas Deus, ao mesmo tempo, disse ao homem: Que insensato és!...Esta noite mesmo, tomar-te-ão a alma; para que servirá então o que acumulaste?".
E o professor rematou:
-Nessa parábola simples, Jesus ensina o que pensava acerca de mordomias. O homem era rico, foi surpreendido pela produção abundante das suas próprias terras. Tão grande se lhe fizeram as facilidades que se propôs a levantar celeiros mais amplos, nos quais pudesse ajuntar a enorme colheita e todos os bens que possuía. Ele que já se achava provido do necessário, queria entesourar o supérfluo? Não encontramos aí as ilações do Mestre, com respeito às mordomias dos tempos modernos?
O jovem rapaz que acompanhava a leitura com grande respeito e atenção se manteve, então, em profundo silêncio.

NATURALIDADE

Um homem francamente despreparado para o alto cargo com que fora agraciado pela governança de certo país; foi alvo de reclamações justas da parte de quantos havia sido preterido, em seus próprios direitos, e quando o movimento de revolta se fez mais intenso, um dos interessados foi a um Sábio e expôs a ele o que acontecia, pedindo-lhe orientação.
O Sábio escutou a argumentação do consulente e acentuou:
-Amigo, não te aflijas e volta ao teu trabalho. Se o agraciado subiu à elevada posição que está ocupando, por efeito de bajulação e por desejo de parecer maior do que os outros; em breve, ele cairá por si mesmo.

NECESSIDADE PARA O BEM

A treva noturna é necessária para que se veja, mesmo de longe, o império das estrelas.


O FUNILEIRO

Gaudencia era um homem robusto que, desde a primeira juventude, procurava aprimorar a si mesmo, através dos estudos, entretanto, a escola se fizera inacessível aos seus recursos.
Sequioso de trabalho bateu às portas de um funileiro amigo.
Admirava-lhe a assiduidade no trabalho. Recolheu-lhe os ensinamentos e adotou-lhe a profissão.
Gaudencia organizou a própria oficina, na própria casa de moradia, alugando a casa modesta em que passou a residir com a própria família, na periferia de grande cidade, na qual para logo conquistou excelente clientela.
Entretanto, um obstáculo apareceu.
A vizinhança não se conformava com as batidas do funileiro, sobre chapas de ferro e peças de funilaria.
Às seis horas da manhã de cada dia, começava a barulhada.
Gaudencia empunhava o martelo e moldava, com mestria, peças de utilidade doméstica ou consertava-as com habilidade e bom gosto.
Os vizinhos, principalmente dois deles, reclamavam constantemente, Como agüentar aquela festa de pancadas, todas a manhãs? Não seria conveniente chamar o funileiro e pedir-lhe o controle das horas, para aquelas exibições de batidas? Aquele trecho de rua possuía doentes numerosos, incluindo crianças vítimas de insônia e nervosismo. Não seria compreensível recorrer à proteção policial?
A situação prosseguia quando o sistema hidráulico das residências dos amigos a que nos reportamos apresentou desequilíbrio que requisitava a competência de um encanador habilitado a sana-lo.
Canos de água se desgovernavam e os esgotos estavam longe de cumprir a própria função.
Lembraram Gaudencia.
Não era ele o profissional indicado ao reajuste preciso?
O conhecido funileiro aceitou a incumbência e por seis dias de trabalho caprichoso, recompôs a rede de águas, amparando-lhe os processos de ação.
No dia em que os dois amigos lhe pediram o preço dos serviços com as horas extras que despendera espontaneamente, Gaudencia lhes respondeu:
-Não pensem nisso,. Prometi a Deus que todo o meu trabalho seria gratuito para os amigos, especialmente para os necessitados.
Ambos os amigos se entreolharam boquiabertos já que o trabalho realizado valia verdadeira fortuna e, desde aquele dia, Gaudencia ganhou dois amigos que lhe ampararam toda a vida.

CONTINUA AMANHÃ

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