domingo, 2 de outubro de 2011

SEXO E DESTINO - CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ - PARTE 91

CONTINUAÇÃO

despertava o netinho tão contraditórios pensamentos? Antes, porém, que se decidisse a acariciá-lo, Sérgio Cláudio levantou a cabeça que lhe entregara por momentos ao ombro nu, e cobriu-lhe o rosto de beijos... Não houve mecha de cabelos que não alisasse com dedos ternos e nem ruga que não afagasse com os lábios enternecidos. Enleada, Márcia recolheu as saudações dos filhos, abraçou a menina, que via igualmente pela primeira vez, referiuse à saúde e, quando entrou a comentar, quanto à vivacidade dos netos, Marina recomendou ao filhinho declamasse a prece da vovozinha, que pronunciara em casa, antes de sair.
Sérgio, com a noção inata do respeito que se deve à oração, despencou-se do regaço a que se agarrara, perfilou-se diante de Dona Márcia, fincando os pés rechonchudos na areia... E, cerrando os olhos, em laboriosa diligência de imaginação para ofertar de si mesmo aquela manifestação de carinho, repetiu, firme: – Amado Jesus, nós pedimos ao senhor trazer vovozinha para morar conosco... Dona Márcia prorrompeu em lágrimas copiosas, enquanto o pequenino se lhe asilava, de novo, nos braços que tremiam de júbilo... – Que é isso, mamãe? a senhora chorando? – Inquiriu Marina, carinhosa. – Ah! minha filha! – respondeu Dona Márcia, aconchegando o neto ao peito – estou ficando velha!... Logo após, despedia-se das companheiras, avisando que naquele domingo almoçaria em Botafogo, mas, intimamente, estava persuadida de que não mais largaria a residência da filha em Botafogo, nunca mais... O menino prendera-lhe o coração.
Acompanhei o grupo até o asfalto. Gilberto, feliz, chamou um táxi. Cláudio, Percília e Moreira, que seguiriam, de volta, me (Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 356) abraçaram em festa. Contemplei o carro que deslizou na direção do Lido, para seguir adiante... Sozinho em espírito, diante da multidão, confiei-me às lágrimas de enternecimento e regozijo. Ansiei abraçar aquela gente generosa e espontânea, que brincava entre o banho e a peteca, ensaiando a fraternidade por família de Deus... Cambaleando de emoção, tornei ao local em que Márcia e o neto tinham fruído o reencontro sublime, a simbolizarem para mim o passado e o presente, urdindo o futuro na luz do amor que nunca morre. Osculei o chão que haviam pisado e orei, rogando ao Senhor os abençoasse pelos ensinamentos de que me enriqueciam... Dos milhares de companheiros reencarnados, em risonha agitação, nenhum me assinalou, de leve, o culto de reconhecimento e de saudade. O mar, entretanto, qual se me visse, compadecido, o gesto medroso, arremessou extenso véu de espuma sobre o trato de areia que eu beijara, como se quisesse guardar a nota apagada de minha gratidão e reverência, na pauta das ondas, incorporando-a à sinfonia imponente com que não cessa de louvar a beleza sem-fim.

--- Fim ---

(Francisco Cândido Xavier - Sexo e Destino - pelo Espírito André Luiz 357)

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Irmão W.

“Porque nós somos cooperadores de Deus.”

Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 3, versículo 9.)

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