quarta-feira, 19 de outubro de 2011

CARTAS DE UMA MORTA -LIVRO DE CHICO XAVIER -PARTE 15

CONTINUAÇÃO

A AURA DA TERRA E A LIGAÇÃO DA HUMANIDADE

AOS PLANOS INVISÍVEIS

Da volta das regiões atmosféricas do planeta, fui induzida pelo meu preclaro companheiro a contemplar o que podemos chamar de aura da Terra.
Vi a princípio as camadas de espaço que lhe são imediatas como um todo homogêneo numa cor uniforme.
Mas o meu guia exclamou: - “Busca ver como a humanidade se une pelo pensamento aos planos
invisíveis. O teu golpe de vista abrangeu a paisagem, procure agora aos detalhes”.
Fixando atentamente o quadro, notei que filamentos estranhos, em posição vertical, se entrelaçavam nas vastidões sem confundirem. Não haviam dois iguais e as suas cores variavam do escuro ao claro mais brilhante. Alguns se apagavam, mas outros se acendiam em extraordinária sucessão e todos eram possuídos de movimento natural, sem uniformidade em suas particularidades. - “Esses filamentos” – disse-me com bondade – “são os pensamentos emitidos pelas personalidades encarnadas; são reflexos cheios de vida, através dos quais podemos avaliar os cérebros que os transmitiam. Aos poucos conhecerás quais são os da concupiscência, os da maldade, os da pureza, os do amor ao próximo.
Esses raros, que aí vês e que se caracterizam pela sua alvura fulgurante, são os emitidos pela virtude e quando nos colocamos em imediata relação com uma destas manifestações, que nos chegam dos espíritos da Terra, o contato direto se verifica entre nós e a individualidade que nos interessa.”
Livro Cartas de uma Morta - Psicografia Chico Xavier

A PRECE DA AFLIÇÃO MATERNAL

Aguçada a minha curiosidade, quis entrar em relação com um pensamento luminoso que me seduzia, abandonando todos os outros, que nos circundavam, para só fixar a atenção sobre ele. Afigurou-se-me que os demais desapareciam, enquanto me envolvia nas irradiações simpáticas daquele traço de luz clara e brilhante.
Ouvi, então, longínqua voz a exclamar: - “Meu Deus!... Meu Deus!... Atende ao meu coração de mãe desamparada. Se falta a mim e aos meus filhos a proteção do mundo, não vos falte a tu providência misericordiosa! Valha-me neste vale de lágrimas a tua bondade infinita, oh! Pai nosso que estais no céu...”
Ouvindo essa prece comovedora, vi igualmente uma figura de mulher ajoelhada e banhada em pranto. Num átomo de tempo, por intermédio de extraordinária interligação de pensamentos, pude saber qual a razão das suas lágrimas, das suas preocupações e como eram amargos os seus sofrimentos!
Sensibilizada com as manifestações daquela alma exilada, instintivamente enviei-lhe pensamentos consoladores, pronunciando palavras de fé e de esperança.
Como havia pressentido, via-a meditar por instante com o olhar cheio de estranho brilho, levantando-se reconfortada para enfrentar a luta, sentindo grande alívio.
Livro Cartas de uma Morta - Psicografia Chico Xavier

O BÁLSAMO DO CONFORTO

Ah, como me senti feliz em haver derramado sobre aquela alma sofredora o bálsamo do conforto! Já sabia como proceder para consolar os infortunados e os infelizes, que aceitam a sua cruz com abnegação e devotamento, e se elevam espiritualmente, espalhando nos espaços a luz de seus corações resignados, a luz que é o distintivo dos redimidos em contraposição com os orgulhosos, que na Terra somente buscam as suas coroas, as quais rolam apodrecidas no sepulcro.
Continuei a reconhecer o valor das angústias depuradoras para os que resgatam na Terra as faltas do passado ou lutam pela evolução psíquica, reconhecendo que as dores constituem de fato os imperecíveis tesouros do mundo.
Livro Cartas de uma Morta - Psicografia Chico Xavier

CONTINUA AMANHÃ

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