terça-feira, 18 de outubro de 2011

CARTAS DE UMA MORTA - LIVRO DE CHICO XAVIER - PARTE 14


CONTINUAÇÃO

O DESERTO DA EXPIAÇÃO REDENTORA

A convite do meu solícito mentor, procurei colocar-me em relação direta com aquelas mentalidades que se debatiam nos sofrimentos.
Ah! Vi, então, o deserto em que se experimentam os que viveram, na Terra, para o seu gozo apenas... Os lagos de sangue em que se asfixiavam os antigos dominadores, responsáveis pela eclosão da mais horrorosas lutas fratricidas. As lágrimas pungentes derramadas pelos traidores sensíveis. Ouvi o gemido de todos quantos haviam prevaricado, fugindo criminosamente ao cumprimento de seus deveres.
Senti que o pranto minava dos meus olhos e um mal-estar inexplicável atacou-me; todavia o meu companheiro espiritual arrancou-me dessa penosa impressão, convidando-me para uma rogativa, que elevamos sentidamente a todas as forças benéficas do Universo para que assistissem aquelas almas flageladas nos padecimentos a que tinham feito jus, derramando sobre elas os eflúvios da paz e da resignação, nas suas provas redentoras.
Livro Cartas de uma Morta - Psicografia Chico Xavier

A SEMENTE DA PAZ E DA ESPERANÇA

Nesse instante em que pedíamos com fervor, vi que um foco de luz atravessava a pesada atmosfera, banhando aquelas frontes imersas no
martírio. Nenhuma delas percebeu aquele clarão; somemte em alguns notei a eflorescência de uma estranha ansiedade, que representava ligeiro alívio ao mesmo tempo...
Escutei, em seguida, o meu guia dizer: - “Vamos, filha! A nossa prece foi ouvida. Se os sofredores não conseguiram receber seus benefícios imediatamente, pelo estado de dor e de endurecimento em que se encontram, basta, para a nossa alegria, que algumas dessas almas vagamente tenham sentido o sagrado influxo dos nossos apelos; porque hoje, nesses corações que experimentaram o anseio da felicidade e da perfeição, plantamos com as nossas rogativas sinceras os lírios perfumados da paz e da esperança”.
Livro Cartas de uma Morta - Psicografia Chico Xavier

OBSERVAÇÕES DE UMA ALMA

Logo que me habituei à nova vida na erraticidade, um dos espetáculos mais empolgantes era o de contemplar a Terra à certa distância.
Podem os espíritos locomoverem-se como o faziam na Terra, lenta e pesadamente, mas não há necessidade de que assim se proceda.
Graças às nossas faculdades volitivas, vencemos as maiores distâncias com rapidez inimaginável, podendo estacionar em qualquer ponto até a zona que nos é possível atingir em nossas condições de relativo desenvolvimento espiritual.
Livro Cartas de uma Morta - Psicografia Chico Xavier

UMA VISITA À TERRA

Eu quis, então, ver o orbe terráqueo, dos lugares onde o ar rarefeita se perde nas extensões infinita e viventes do éter. Desejava saber se eu poderia ver o planeta em seus movimentos rotatórios, porém o que senti em tão grandes alturas foi um imenso torvelinho, como se as atmosferas fossem agitadas por furações destruidoras.
Muito abaixo vi massas informes e indistintas... Aproximando-me gradativamente contemplei a Terra que se afigurou não um ponto móvel no espaço, porém fixo e obscuro. Muito ao longe, ainda vi nessa mancha escurecida, que se ia avolumando, alguns detalhes como nesgas cinzentas e outras claras como espelhos gigantescos: eram as grandes cidades e os oceanos que eu tinha sob as vistas deslumbradas. A ação do sol dava a tudo isto um tom maravilhoso; todavia, aproximando-me mais, experimentei indescritível medo. Não vi o movimento de rotação do orbe; o que me amedrontava é que me parecia aportar em uma grande esfera líquida, cujas extremidades se perdiam numa substância leitosa, com relação à cor, porque eu não podia ponderar a sua estrutura íntima.
Livro Cartas de uma Morta - Psicografia Chico Xavier

CONTINUA AMANHÃ

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