sábado, 29 de outubro de 2011

C CARTAS DE UMA MORTA - LIVRO DE CHICO XAVIER - PARTE 25 - FINAL

CONTINUAÇÃO

UM NOVO CICLO EVOLUTIVO

Interpelamos os Mestres que nos dirigem sobre os quadros dolorosos a que vimos assistindo, com infinita mágoa, em virtude das derradeiras lutas fratricidas que se vêm desenrolando na superfície do planeta. E os nossos venerandos mentores espirituais sempre nos elucidam, explicando que a Terra se acha em vias de conhecer um novo ciclo evolutivo.
Explicam-nos, então, que esses movimentos objetivam não só o cumprimento exato das provações individuais e coletivas dos homens e dos povos, como também representam um trabalho de drenagem sobre as multidões humanas, selecionando as almas então encarnadas nesse mundo.
Livro Cartas de uma Morta - Psicografia Chico Xavier

AS CORRENTES MIGRATÓRIAS

Os nossos Mestres nos falaram das grandes correntes migratórias que modificam as civilizações, asseverando que o mundo atual se encontra à beira desses movimentos inevitáveis. Compreendemos, então, que todos os progressos da civilização terrestre dependem da economia, sobre cuja base repousa todo o edifício da organização social.
Soubemos assim que, em tempos remotíssimos, quando o planeta se encontrava em véspera de inaugurar nova posição progressiva, ocorreu o deslocamento das raças arianas que invadiram os territórios europeus. O congestionamento de certos países, o problema da economia regulamentada, a necessidade de expansão que muitas nacionalidades experimentam nos tempos modernos constituem uma determinação desesperada dessas corrente migratórias, cuja passagem é assinalada por guerras destruidoras, ensaiando novas soluções para as magnas questões da vida coletiva.
Afirmam, portanto, os nossos guias que apenas começamos a presenciar os grandes acontecimentos que, fatalmente, terão de ocorrer nos anos vindouros. As raças amarelas e determinados núcleos da civilização ocidental requerem expansão e nova fonte econômica para a solução dos problemas que os assoberbam; e, nesses dolorosos movimentos, mas necessários, a humanidade se depura, aperfeiçoando-se cada vez mais para o seu glorioso futuro espiritual. Reconhecendo-se embora tudo isso, para as almas dotadas de pouca experiência, com respeito a esses enigmas dos povos, os quadros isolados, como nos é dado conhecer, são profundamente angustiosos.
Mas a dor, a dor soberana que aí na Terra dobra toda a cerviz e subjuga todas as frontes, essa está igualmente aqui conosco, na aquisição de ensinamentos, exercendo a sua função de remodelar e de aperfeiçoar toda a glória suprema da vida.
Todavia, Senhor, vós que sois a grandeza e a misericórdia suprema do Universo, estendei as vossas mãos magnânimas para a Terra, mansão de sombras e de provações, onde irmãos nossos se entregam ao mais proveitoso dos aprendizados.
Dá-lhes fortaleza de ânimo e resignação nos embates contra a adversidade dolorosa, alçando os seus olhos para os vossos impérios resplandecentes, onde compreendemos as luminosas afirmações da Vida Espiritual.
Protegei-me a todos, Senhor, integrando as suas consciências no caminho retilíneo da salvação e os seus entendimentos na compreensão profunda das vossas leis. Que a Terra conheça a nova era do amor e da fraternidade espiritual.
Livro Cartas de uma Morta - Psicografia Chico Xavier

UMA PALAVRA AOS SOFREDORES

Páginas recebidas em 30.10.1936

Concluindo a segunda edição do nosso volume, dedicadas às orfãzinhas, meu filho desejaria que eu dirigisse uma palavra aos sofredores.
Mas não posso dizer-lhes mais do que já lhes disse no conjunto de minhas páginas despretensiosas e humildes. Contei a todos os que sofrem, com palavras simples, as minhas impressões de Além-Túmulo, tentando dirigir-me, em particular, a todos os sofredores, para os quais o vento do infortúnio é mais frio.
Muitos espíritos passaram, despreocupadamente, os olhos pelas páginas em que procurei gravar as emoções de minh’alma, não obstante as dificuldades insuperáveis para me fazer compreendida. Outros lamentaram a ausência de característicos científicos em meus comunicados, ansiosos do rigorismo das críticas minuciosas.
Estas cartas, todavia, não foram grafadas para as teorias científicas que florescem no século, à beira da estrada do Espiritismo evangélico.
Consagrando o meu respeito e a minha veneração aos estudos dos sábios terrenos, eu não saberia corresponder aos seus desejos de conhecimento superior, dentro da minha insipiência individual.
Escrevi-a pensando nas mães sofredoras, cujo coração dilacerado não tem outra luz, no caminho escuro da Terra, que as esperanças e súplicas postas no Céu; vejo-lhes, daqui, as amargas dificuldades e os acerbos desgostos e sinto-lhes, comovida, a tortura dos aflitos, clamando pela misericórdia infinita de Jesus. Grafei-as ponderando as expectativas ansiosas
dos homens desolados que as dores cercam e humilham, nos carreiros aspérrimos do dever e das obrigações mais penosas.
Sim!... A falange onde me encontro para executar as mais santas determinações espirituais, sabe de muitas misérias ocultas e de muitas lágrimas desconhecidas... Nem sempre os grandes infortúnios se circunscrevem às casas públicas do sofrimento. Sob as sedas faustosas e sob o som de músicas festivas, buscamos cicatrizar as úlceras cancerosas e paralisar os soluços em muitos corações que se purificam na Terra.
Não desdenhemos as atividades preciosas dos espíritos insatisfeitos que alargam atualmente os horizontes científicos do século, com o concurso do Além-Túmulo. Mas consideramos a expansão evangélica e moralizadora do Espiritismo como seu objetivo primordial.
A Europa, desde os fins do século passado, não se encontra repleta de fenômenos supranormais, servida pelas constituições medianímicas mais poderosas? Grandes mestres não têm oferecido ao continente inteiro o fruto de seus exames e de pesquisas, no caminho largo das ciências terrestres?
Entretanto, há muitos anos sucessivos, a confusão ali se estabeleceu nas almas, envenenando as fontes culturais do Velho Mundo.
Nos terríveis enganos políticos da Igreja católica romana, a Europa inteira se prepara, aguardando inquieta, a guerra cruel dos extremismos.
Entre a ciência humana e a sabedoria espiritual sempre existiu considerável distância. A primeira é filha do labor inquieto e transitório dos homens. A segunda é filha das grandes e abençoadas revelações das almas.
Na primeira sobram as dúvidas amargosas e as hipóteses falíveis. Na segunda vibram as grandes e eternas esperanças do coração do iluminado

CONTINUA AMANHÃ

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