CONTINUAÇÃO
Álvaro Teixeira de Macedo
ÁLVARO Teixeira de Macedo nasceu no Recife em 13 de janeiro de 1807 e desencarnou em 7 de dezembro de 1849, na Bélgica, onde era encarregado dos negócios do Governo Imperial do
Brasil. Publicou, em livro, um poema heróico-burlesco – “A Festa de Baldo”.
Depois da festa
Não te entregues na Terra à vil mentira,
Desfaze a teia da filáucia humana,
Que a Morte, em breve, humilha e desengana
A demência da carne que delira...
O gozo desfalece à própria gana,
Toda vaidade ao báratro se atira,
Sob a ilusão mendaz chameja a pira
Da verdade, celeste, soberana.
Finda a festa de baldo riso infando,
A alma transpõe o túmulo chorando,
Qual folha solta ao furacão violento.
E quem da luz não fez templo e guarida,
Desce gemendo, de alma consumida,
Ao turbilhão de cinza e esquecimento.
Francisco Cândido Xavier - Parnaso de Além-Túmulo
Amadeu (?)
O mistério da morte
O mistério da morte é o mistério da vida,
Que abandona a matéria exânime e cansada;
Que traz a treva em si e abre a porta dourada
De um mundo que entre nós é a luz desconhecida.
Também tive a minhalma outrora perturbada,
De dúvida, incerteza e angústias consumida,
Mas a morte sanou-me a última ferida
Desfazendo as lições utópicas do Nada.
A morte é simplesmente o lúcido processo
Desassimilador das formas acessíveis
A luz do vosso olhar, empobrecido e incerto.
Venho testemunhar a luz de onde regresso,
Incitando vossa alma aos planos invisíveis,
Onde vive e se expande o Espírito liberto.
Francisco Cândido Xavier - Parnaso de Além-Túmulo
Amaral Ornellas
FUNCIONÁRIO público. Nasceu no Rio de Janeiro em 20 de outubro de 1885 e desencarnou a 5 de janeiro de 1923. Talento brilhante, deixou dois volumes de Poesia, consagrados pela crítica
coeva, além de copiosa literatura teatral e doutrinária.
Ave Maria
Ave Maria! Senhora
Do Amor que ampara e redime,
Ai do mundo se não fora
A vossa missão sublime!
Cheia de graça e bondade,
É por vós que conhecemos
A eterna revelação
Da vida em seus dons supremos.
O Senhor sempre é convosco,
Mensageira da ternura,
Providência dos que choram
Nas sombras da desventura.
Bendita sois vós, Rainha!
Estrela da Humanidade,
Rosa mística da fé,
Lírio puro da humildade!
Entre as mulheres sois vós
Francisco Cândido Xavier - Parnaso de Além-Túmulo
A Mãe das mães desvalidas,
Nossa porta de esperança,
E Anjo de nossas vidas!
Bendito o fruto imortal
Da vossa missão de luz,
Desde a paz da Manjedoura,
Às dores, além da Cruz.
Assim seja para sempre,
Oh! Divina Soberana,
Refúgio dos que padecem
Nas dores da luta humana.
Ave Maria! Senhora
Do Amor que ampara e redime,
Ai do mundo se não fora
A vossa missão sublime!
O Tempo
O tempo é o campo eterno em que a vida enxameia
Sabedoria e amor na estrada meritória.
Nele o bem cedo atinge a colheita da glória
E o mal desce ao paul de lama, cinza e areia.
Esquece a mágoa hostil que te oprime e alanceia.
Toda amargura é sombra enfermiça e ilusória...
Trabalha, espera e crê... O serviço é vitória
E cada coração recolhe o que semeia.
Dor e luta na Terra – a Celeste Oficina –
Francisco Cândido Xavier - Parnaso de Além-Túmulo 4
São portas aurorais para a Mansão Divina,
Purifica-te e cresce, amando por vencê-las...
Serve sem perguntar por “onde”, “como” e “quando”,
E, nos braços do Tempo, ascenderás cantando
Aos Píncaros da Luz, no País das Estrelas
CONTINUA AMANHÃ
Nenhum comentário:
Postar um comentário