sexta-feira, 29 de abril de 2011

NOSSO LAR -4ª REUNIÃO - 1ª PARTE

NOSSO LAR

ANDRÉ LUIZ (Espírito)

Obra psicografada por FRANCISCO CANDIDO XAVIER


4a Reunião

OBJETO DO ESTUDO: Capítulos 20 a 30, págs. 110 a 167.

QUESTÕES PARA DEBATE

A. O lar em “Nosso Lar” é muito diferente do lar terreno? (Nosso Lar, págs. 110 a 114. Ver item 49 do texto abaixo.)

B. Existe propriedade individual na colônia? (Nosso Lar, págs. 115 e 116. Ver item 50 do texto abaixo.)

C. Por que Laura, ao desencarnar, não passou pelo Umbral? (Nosso Lar, pág. 116. Ver item 51 do texto abaixo.)

D. Como Laura teve acesso à lembrança de seu passado? (Nosso Lar, pág. 118. Ver item 52 do texto abaixo.)

E. Os bônus-hora não aplicados podem ser transmitidos aos filhos? (Nosso Lar, págs. 120 a 124. Ver itens 53 e 54 do texto abaixo.)

F. Qual a função da televisão na colônia? (Nosso Lar, págs. 127 a 135. Ver itens 55 a 57 do texto abaixo.)

G. Pode um Espírito ser perturbado pelos familiares encarnados? (Nosso Lar, págs. 146 a 148. Ver item 59 do texto.)

H. Que efeito pode o ódio causar sobre os Espíritos? (Nosso Lar, págs. 163 a 167. Ver item 64 do texto abaixo.)

TEXTO PARA CONSULTA

49. O lar na colônia espiritual – Laura disse a André que ela, como todos em sua casa, tinha atribuições fora do lar. As finalidades da colônia residem precisamente no trabalho e no aprendizado. A organização doméstica em "Nosso Lar" é idêntica à da Terra? A essa pergunta de André, Laura respondeu: "O lar terrestre é que se esforça por copiar nosso instituto doméstico". Profundos ensinamentos sobre o lar terrestre, bem como sobre o papel da mulher no mundo, foram transmitidos, então, a André Luiz. "As almas femininas, aqui, assumem numerosas obrigações, preparando-se para voltar ao planeta ou para ascender a esferas mais altas", disse Laura, que acentuou o valor do serviço maternal em qualquer plano ao revelar: "Quando o Ministério do Auxílio me confia crianças ao lar, minhas horas de serviço são contadas em dobro". Realçando a importância do trabalho, a mãe de Lísias aduziu: "Todos trabalham em nossa casa. Oito horas de atividade no interesse coletivo, diariamente, é programa fácil a todos. Sentir-me-ia envergonhada se não o executasse também". (Cap. 20, pp. 110 a 114)

50. Propriedade em "Nosso Lar" – A propriedade na colônia é relativa. As aquisições são feitas à base de horas de trabalho. O bônus-hora, no fundo, embora não sendo dinheiro, serve para a aquisição de utilidades existentes na colônia, e qualquer delas pode ser adquirida com esses cupons. As construções em geral representam patrimônio comum, mas cada família espiritual pode conquistar um lar (nunca mais que um), apresentando 30.000 bônus-hora. A casa de Laura foi conquistada pelo trabalho de seu esposo Ricardo, que desencarnou dezoito anos antes dela. (Cap. 21, pp. 115 e 116)

51. O caso Laura – Laura ficara viúva muito jovem, com os filhos ainda pequenos, e teve de enfrentar serviços rudes no planeta. Os filhos foram desde cedo habituados aos trabalhos árduos. A existência laboriosa livrou-a das indecisões e angústias do Umbral, por colocá-la a coberto de muitas e perigosas tentações. Reencontrar Ricardo representava o céu para ela. A casa em que morava fora inaugurada com sua chegada. Mais tarde, Lísias, Iolanda e Judite reuniram-se ao casal, aumentando sua felicidade. (Cap. 21, pág. 116)

52. Recordação do passado – A lembrança das vidas pretéritas é proporcionada aos Espíritos gradualmente. No caso de Laura, só depois de algum tempo é que ela e Ricardo tiveram acesso ao seu passado. Primeiramente, na Seção do Arquivo, os técnicos do Esclarecimento aconse-lharam-nos a ler suas memórias, durante dois anos, abrangendo o período de três séculos. Não foi permitido recordar as fases anteriores, porque ambos foram considerados incapazes de suportar as lembranças correspondentes a outras épocas. Depois de longo período de meditação para esclarecimento próprio, foram então submetidos a determinadas operações psíquicas, a fim de penetrar os domínios emocionais das recordações. Técnicos lhes aplicaram passes nos cérebros e Ricardo e Laura ficaram senhores, então, de 300 anos de memória integral. (Cap. 21, pág. 118)

53. Bônus-hora – O bônus-hora não é uma moeda, mas uma ficha de serviço individual, que funciona como valor aquisitivo. A produção de vestuário e alimentação elementares pertence a todos em comum. O celeiro fundamental é propriedade coletiva. Os que se esforçam na obtenção de bônus-hora conseguem, no entanto, certas prerrogativas na comunidade social. Cada habitante da colônia deve dar, no mínimo, oito horas de serviço útil em cada 24 horas. Como os trabalhos são numerosos, permite-se que o trabalhador dedique por dia quatro horas de esforço extraordinário. Assim, há muita gente que consegue 72 bônus-hora por semana, sem falar dos serviços sacrificiais, cuja remuneração é duplicada e, às vezes, triplicada. O padrão de pagamento vale para todos, estejam na administração ou na obediência, mas modifica-se em valor substancial, segundo a natureza dos serviços. Há o Bônus-Hora-Regeneração, o Bônus-Hora-Esclarecimento, e assim por diante. Os espíritos podem gastar os bônus-hora conquistados, assim como utilizá-los em benefício de outros. Quanto maior a contagem do tempo de trabalho, maiores intercessões podem ser feitas. (Cap. 22, pp. 120 e 121)

54. Herança – As economias em bônus-hora revertem ao patrimônio comum quando o espírito regressa à crosta em nova encarnação. A família tem apenas o direito de herança ao lar, mas a ficha de serviço autoriza o espírito com crédito de bônus-hora a interceder por outras pessoas, além de assegurar-lhe o auxílio da colônia durante sua permanência nos círculos carnais. O verdadeiro ganho da criatura é, assim, de natureza espiritual, no capítulo da experiência. Laura, por exemplo, voltaria à Terra investida de valores mais altos e demonstrando qualidades mais nobres de preparação para o êxito desejado. (Cap. 22, pp. 123 e 124)

55. Compromisso de paz na colônia – Grande paz envolvia a colônia e Lísias explicou o fato, dizendo que há compromisso entre todos os habitantes equilibrados da colônia, no sentido de não se emitirem pensamentos contrários ao bem. Dessa forma, o esforço da maioria se transforma numa prece quase perene. Daí nascerem as vibrações de paz que tanto impressionaram André Luiz. (Cap. 23, pág. 127)


56. Televisão em "Nosso Lar" – Lísias sintonizou um aparelho de televisão que transmitia noticiário da Emissora do Posto Dois, de "Moradia", velha colônia de serviços, muito ligada às zonas inferiores. Era agosto de 1939 e a emissora apelava pela paz no planeta, informando que negras falanges da ignorância, depois de espalhar os fachos incendiários da guerra na Ásia, cercavam as nações européias, impulsionando-as à guerra. Lísias explicou que as notícias da Terra eram censuradas em "Nosso Lar" em razão dos prejuízos que as más notícias já produziram nos habitantes da colônia, quando a comunicação era livre. (Cap. 23 e 24, pp. 127 a 132)

57. Guerra iminente – Músicas suaves eram transmitidas pela TV entre um e outro apelo em favor da paz. Mas a guerra, que acabou acontecendo e durou vários anos, era iminente. As nações haviam-se nutrido de orgulho, vaidade e egoísmo feroz. Agora experimentavam a necessidade de expelir os venenos letais, explicou Lísias a André Luiz. (Cap. 24, pág. 135)

58. No Ministério da Regeneração – Rafael, funcionário da Regeneração, conduziu André, de aeróbus, ao Ministério em que trabalhava. Numerosos edifícios formavam o imponente órgão. Ali estavam as grandes fábricas da colônia, dedicadas à preparação de sucos, de tecidos e de artefatos em geral, onde mais de cem mil criaturas trabalhavam. Em seguida, a pedido do Ministro Genésio, Tobias levou André às Câmaras de Retificação, localizadas nas vizinhanças do Umbral. (Cap. 26, pág. 145)

59. O caso Ribeiro – Nas Câmaras de Retificação, o quadro era desolador. Gemidos, soluços, frases dolorosas pronunciadas a esmo... Rostos escaveirados, mãos esqueléticas, facies monstruosas deixavam transparecer terrível miséria espiritual. De repente, um ancião, gesticulando e agarrado ao leito, à maneira de louco, gritou por socorro. Ele queria sair, ele queria ar... Por que Ribeiro teria piorado tanto? A explicação do Assistente Gonçalves foi de que a carga de pensamentos sombrios, emitidos pelos parentes encarnados, era a causa fundamental dessa perturbação. Fraco e sem força mental para desprender-se dos laços mais fortes do mundo, Ribeiro não conseguia resistir. Passes de prostração já tinham sido aplicados, pouco antes, para acalmar o enfermo. Tobias explicou então que era preciso que a família dele recebesse maior carga de preocupações, para deixar o Ribeiro em paz. (Cap. 27, pp. 146 a 148)

60. Espíritos em sono – Trinta e dois homens de semblante patibular permaneciam inertes em leitos muito baixos, evidenciando apenas leves movimentos de respiração. Eram chamados crentes negativos: indivíduos que converteram a vida em preparação constante para um grande sono, em egoísmo feroz, sem nada de útil fazerem. Tobias lhes aplicou passes de fortalecimento. Dois espíritos começaram, então, a expelir negra substância pela boca, espécie de vômito escuro e viscoso, com terríveis emanações cadavéricas. "São fluidos venenosos que segregam", explicou Tobias. André Luiz instintivamente agarrou os apetrechos de higiene e lançou-se ao trabalho com ardor. Foi seu primeiro serviço e ninguém poderia avaliar sua alegria de um ex-médico da Terra que recomeçava a educação de si mesmo, no plano espiritual, na enfermagem rudimentar. (Cap. 27, pp. 150 e 151)

61. Comunicação com o Umbral – Depois da prece coletiva, ao crepúsculo, Tobias ligou o receptor para ouvir os Samaritanos em serviço no Umbral. As turmas de operações dessa natureza se comunicavam com as retaguardas de tarefa, desse modo, em horários convencionados. Grande multidão de infelizes foi socorrida naquele dia: os Samaritanos estavam trazendo 29 enfermos, 22 em desequilíbrio mental e 7 em completa inanição psíquica. (Cap. 28, pág. 152)

62. O caso Narcisa – André ofereceu-se como voluntário para os serviços da noite. Apesar da fadiga dos braços, experimentava júbilo muito grande no coração. Na oficina de trabalho, servir constitui alegria suprema. Impressionava-o, porém, a bondade espontânea de Narcisa, que atendia a todos, maternalmente. Havia mais de seis anos que ela trabalhava nas Câmaras de Retificação; entretanto, faltavam mais de três anos para realizar seu desejo, que era encontrar alguns espíritos amados, na Terra, para serviços de elevação em conjunto. Veneranda prometeu-lhe avalizar seu pedido, mas exigiu dez anos consecutivos de trabalho ali, para que ela pudesse corrigir certos desequilíbrios do sentimento. Ela era agora uma pessoa feliz, certa de que viverá com dignidade espiritual sua futura experiência na Terra. (Cap. 28, pp. 154 a 156)

63. O caso Francisco – O rapaz desencarnara após um desastre oriundo de pura imprudência. Muito apegado ao corpo físico, foi difícil libertar-se do sepulcro. No plano espiritual tinha agora visões que o assustavam muito. Era o seu próprio cadáver que ele via. Passes e água magnetizada faziam-lhe bem e ele se acalmava; mas sua perturbação era tão grande, que não reconheceu o próprio pai, generoso e dedicado, que o veio visitar. Da última vez que ali esteve, o pai ajoelhou-se diante do enfermo e tomou-lhe as mãos, ansioso, como se estivesse a transmitir vigorosos fluidos vitais; depois beijou-lhe a face, chorando copiosamente. Desde esse dia, Francisco melhorou bastante e sua demência total reduziu-se a crises cada vez mais espaçadas. (Cap. 29, pp. 158 a 160)

64. O caso Paulina – O pai de Paulina encontrava-se enfermo, no Pavilhão 5. Esbelta e linda, Paulina trajava uma túnica muito leve, tecida em seda luminosa. O pai acusava desequilíbrios fortes. De fisionomia desagradável, olhar duro, cabeleira desgrenhada, rugas profundas, lábios retraídos, inspirava mais piedade que simpatia. Quando Paulina se aproximou, o velho enfermo não teve uma palavra de ternura para ela. Com um olhar que evidenciava aspereza e revolta, semelhava-se a uma fera humana enjaulada. Ele não podia esquecer o filho Edelberto, que lhe ministrou o veneno mortal... Seu ódio era grande... Paulina lhe falou sobre o papel da paternidade e a necessidade do perdão. Disse-lhe que a permuta de ódio e desentendimento causa ruína e sofrimento nas almas. A mãe estava internada num hospício. Amália e Cacilda entraram em luta judicial com Edelberto e Agenor, por causa dos bens deixados pelo pai. Paulina disse-lhe então: "Aqui, vemo-lo em estado grave; na Terra, mamãe louca e os filhos perturbados, odiando-se entre si. Em meio de tantas mentes desequilibradas, uma fortuna de um milhão e quinhentos mil cruzeiros. E que vale isso, se não há um átomo de felicidade para ninguém?" Depois de descrever os malefícios que as vantagens financeiras trouxeram para sua família, a filha pediu ao pai que perdoasse; mas ele se mostrava ainda incapaz de esquecer o gesto do filho que o matou para entrar antecipadamente na posse da herança. (Cap. 30, pp. 163 a 167)

CONTINUA AMANHÃ

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