JUSTIÇA DIVINA
ESTUDOS E DISSERTAÇÕES EM TORNO DA OBRA
“O CÉU E O INFERNO”
De
ALLAN KARDEC
Ditado pelo Espírito EMMANUEL
44 - DIVINA PRESENÇA
Quando nasceste na Terra, assemelhavas-te ao pássaro semimorto que a tormenta arremessa em esquecida concha da praia, mas apareceu sobre-humana ternura num coração de mulher e foste, pelas maternas mãos, lavado e alimentado milhares de vezes, simplesmente por amor, a fim de recuperares a consciência;
quando o véu da ingenuidade infantil te empanava a cabeça, afligindo os que mais te amavam, o professor percebeu a inteligência que te fulgia no olhar e entregou-te a riqueza imarcescível da escola;
nos dias da primeira mocidade, quando a despreocupação parecia anular-te a existência, amigos notaram o caráter que te brilhava nos gestos e integraram-te a vida nos dons do trabalho;
na enfermidade, quando muitos duvidavam da tua capacidade de reerguimento, o médico verificou que uma força sublime te atuava nas mais íntimas células e estendeu-te, confiante, o remédio eficaz;
nas horas difíceis de incompreensão, ouviste, em meio das próprias lágrimas, inarticuladas canções de conforto e esperança, exortando-te à paciência e à alegria...
Por onde segues, assinalas a luz invisível que te clareia todos os pensamentos... Se sofres, é o apoio que te resguarda; se erras, é a voz que te corrige; se vacilas, é o braço que te sustenta, e se te encontras em solidão, é a companhia que te consola...
Aprendamos a amar e a respeitar esse Alguém, como quem sabe que estamos nele como o fruto na árvore, e, se caíste tão fundo que todos os afetos te hajam abandonado, mesmo aí, nas dores da culpa, recorda que a justiça te golpeia e purifica em direitura do supremo resgate, porque nunca estiveste distante da presença de Deus.
45 - PENAS DEPOIS DA MORTE
Diante do antigo dogma das penas eternas, cuja criação a teologia terrestre atribui ao Criador, examinemos o comportamento do homem – criatura imperfeita – perante as criações estruturadas por ele mesmo.
Determinada companhia de armadores constrói um navio; contudo, não o arremessa ao mar sem a devida assistência. Comandantes, pilotos, maquinistas e marinheiros constituem-lhe a equipagem para que atenda dignamente aos seus fins. Quando alguma brecha surge na embarcação, ninguém se lembra de arrojá-la ao fundo. Ao revés, o socorro habitual envida o máximo esforço, de modo a recuperá-la. E se algum sinistro sobrevém, doloroso e inevitável, o assunto é motivo para vigorosos estudos, a fim de que novos barcos se levantem amanhã, em mais alto nível de segurança.
Na mesma diretriz, o avião conta com mecânicos adestrados, em cada estação de pouso; o automóvel dispõe, na estrada, dos postos de abastecimento; a locomotiva transita sobre trilhos certos e chaves condicionadas; a fábrica produz com supervisores e técnicos; o hospital funciona com médicos e enfermeiros; e a habitação recolhe o amparo de engenheiros e higienistas.
Em todas as formações humanas respeitáveis, tudo está previsto, de maneira que o trabalho seja protegido e os erros retificados, com aproveitamento de experiência e sucata, sempre que esse ou aquele edifício e essa ou aquela máquina entrem naturalmente em desuso.
Isso acontece entre os homens, cujas obras estão indicadas pelo tempo a incessante renovação.
Em matéria, pois, de castigos, depois da morte, reflitamos, sim, na justiça da Lei que determina realmente seja dado a cada um conforme as próprias obras; entretanto, acima de tudo e em todas as circunstâncias, aceitemos Deus, na definição de Jesus, que no-lo revelou como sendo o “Pai nosso que está nos Céus”.
46 - TAREFAS HUMILDES
Anseias, em verdade, pela grande sublimação.
Anotaste a biografia dos paladinos da solidariedade e ambicionas comungar-lhes a experiência.
Choraste, sob forte emoção, ao conhecer-lhes a vida, nos lances mais duros, e quiseras igualmente desprender o coração de todos os laços inferiores.
Recordas Vicente de Paulo, o herói da beneficência, olvidando possibilidades de dominação política, a fim de proteger os necessitados.
Pensas em Florence Nightingale, a mulher admirável que esteve quase um século entre os homens, dedicando-se aos feridos e aos doentes, sem quaisquer intenções subalternas.
Refletes em Damião, o apóstolo que se esqueceu da própria mocidade, para entregar-se ao conforto dos nossos irmãos enfermos de Molokai.
Meditas em Gandhi, o missionário da não violência, que renunciou a todos os privilégios, a fim de ajudar a libertação do povo.
Sabes que todos os campeões da fraternidade no mundo nunca se acomodaram a expectação improdutiva. Em razão disso, estimarias seguir-lhes, imediatamente, o rastro luminoso; entretanto, trazes ainda a alma presa a pequeninas obrigações que não podes menosprezar... Não te amofines, porém, diante delas. Todas as dificuldades e todos os dissabores do caminho terrestre são provas e medidas da tua capacidade moral para a Estrada Gloriosa.
Chão relvoso é começo de floresta.
Humanidade é sementeira de angelitude.
Penetremos o bem verdadeiro para que o bem verdadeiro penetre em nós.
É indispensável que o espírito aprenda a ser grande nas tarefas humildes, para que saiba ser humilde nas grandes tarefas.
Na relatividade dos conceitos humanos, ninguém, na Terra, pode ser bom para todos; contudo, ninguém existe que não possa iniciar-se, desde já, na virtude, sendo bom para alguém.
CONTINUA AMANHÃ
quando o véu da ingenuidade infantil te empanava a cabeça, afligindo os que mais te amavam, o professor percebeu a inteligência que te fulgia no olhar e entregou-te a riqueza imarcescível da escola;
nos dias da primeira mocidade, quando a despreocupação parecia anular-te a existência, amigos notaram o caráter que te brilhava nos gestos e integraram-te a vida nos dons do trabalho;
na enfermidade, quando muitos duvidavam da tua capacidade de reerguimento, o médico verificou que uma força sublime te atuava nas mais íntimas células e estendeu-te, confiante, o remédio eficaz;
nas horas difíceis de incompreensão, ouviste, em meio das próprias lágrimas, inarticuladas canções de conforto e esperança, exortando-te à paciência e à alegria...
Por onde segues, assinalas a luz invisível que te clareia todos os pensamentos... Se sofres, é o apoio que te resguarda; se erras, é a voz que te corrige; se vacilas, é o braço que te sustenta, e se te encontras em solidão, é a companhia que te consola...
Aprendamos a amar e a respeitar esse Alguém, como quem sabe que estamos nele como o fruto na árvore, e, se caíste tão fundo que todos os afetos te hajam abandonado, mesmo aí, nas dores da culpa, recorda que a justiça te golpeia e purifica em direitura do supremo resgate, porque nunca estiveste distante da presença de Deus.
45 - PENAS DEPOIS DA MORTE
Diante do antigo dogma das penas eternas, cuja criação a teologia terrestre atribui ao Criador, examinemos o comportamento do homem – criatura imperfeita – perante as criações estruturadas por ele mesmo.
Determinada companhia de armadores constrói um navio; contudo, não o arremessa ao mar sem a devida assistência. Comandantes, pilotos, maquinistas e marinheiros constituem-lhe a equipagem para que atenda dignamente aos seus fins. Quando alguma brecha surge na embarcação, ninguém se lembra de arrojá-la ao fundo. Ao revés, o socorro habitual envida o máximo esforço, de modo a recuperá-la. E se algum sinistro sobrevém, doloroso e inevitável, o assunto é motivo para vigorosos estudos, a fim de que novos barcos se levantem amanhã, em mais alto nível de segurança.
Na mesma diretriz, o avião conta com mecânicos adestrados, em cada estação de pouso; o automóvel dispõe, na estrada, dos postos de abastecimento; a locomotiva transita sobre trilhos certos e chaves condicionadas; a fábrica produz com supervisores e técnicos; o hospital funciona com médicos e enfermeiros; e a habitação recolhe o amparo de engenheiros e higienistas.
Em todas as formações humanas respeitáveis, tudo está previsto, de maneira que o trabalho seja protegido e os erros retificados, com aproveitamento de experiência e sucata, sempre que esse ou aquele edifício e essa ou aquela máquina entrem naturalmente em desuso.
Isso acontece entre os homens, cujas obras estão indicadas pelo tempo a incessante renovação.
Em matéria, pois, de castigos, depois da morte, reflitamos, sim, na justiça da Lei que determina realmente seja dado a cada um conforme as próprias obras; entretanto, acima de tudo e em todas as circunstâncias, aceitemos Deus, na definição de Jesus, que no-lo revelou como sendo o “Pai nosso que está nos Céus”.
46 - TAREFAS HUMILDES
Anseias, em verdade, pela grande sublimação.
Anotaste a biografia dos paladinos da solidariedade e ambicionas comungar-lhes a experiência.
Choraste, sob forte emoção, ao conhecer-lhes a vida, nos lances mais duros, e quiseras igualmente desprender o coração de todos os laços inferiores.
Recordas Vicente de Paulo, o herói da beneficência, olvidando possibilidades de dominação política, a fim de proteger os necessitados.
Pensas em Florence Nightingale, a mulher admirável que esteve quase um século entre os homens, dedicando-se aos feridos e aos doentes, sem quaisquer intenções subalternas.
Refletes em Damião, o apóstolo que se esqueceu da própria mocidade, para entregar-se ao conforto dos nossos irmãos enfermos de Molokai.
Meditas em Gandhi, o missionário da não violência, que renunciou a todos os privilégios, a fim de ajudar a libertação do povo.
Sabes que todos os campeões da fraternidade no mundo nunca se acomodaram a expectação improdutiva. Em razão disso, estimarias seguir-lhes, imediatamente, o rastro luminoso; entretanto, trazes ainda a alma presa a pequeninas obrigações que não podes menosprezar... Não te amofines, porém, diante delas. Todas as dificuldades e todos os dissabores do caminho terrestre são provas e medidas da tua capacidade moral para a Estrada Gloriosa.
Chão relvoso é começo de floresta.
Humanidade é sementeira de angelitude.
Penetremos o bem verdadeiro para que o bem verdadeiro penetre em nós.
É indispensável que o espírito aprenda a ser grande nas tarefas humildes, para que saiba ser humilde nas grandes tarefas.
Na relatividade dos conceitos humanos, ninguém, na Terra, pode ser bom para todos; contudo, ninguém existe que não possa iniciar-se, desde já, na virtude, sendo bom para alguém.
CONTINUA AMANHÃ
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