quarta-feira, 6 de abril de 2011

JUSTIÇA DIVINA - ESTUDO SOBRE AS OBRAS DE ALLAN KARDEC - 12ª PARTE -

FRANCISCO CANDIDO XAVIER

JUSTIÇA DIVINA


Estudos e dissertações em torno da obra

“O CÉU E O INFERNO”
De
ALLAN KARDEC


Ditado pelo Espírito EMMANUEL


32 - PREVIDÊNCIA

Há quem pergunte quanto à insistência com que os amigos espirituais se reportam à sublimação da alma.

Aqui, mencionam a reencarnação, exaltando a justiça.

Ali, assinalam a experiência terrestre por escola de aperfeiçoamento moral.

Adiante, ensinam o culto do Evangelho de Jesus, com os princípios espíritas, no recesso dos lares.

Mais além, destacam a oração por luz da vida íntima.

Por que tamanha preocupação com o futuro dos outros?

Isso, porém, e tão natural quanto qualquer instituto de amparo, no plano físico, onde os homens são obrigados a se prevenirem contra as necessidades fatais.

Reúnem-se economistas e administradores, estudando a distribuição dos recursos destinados à alimentação do povo, de vez que o descaso estabelece conseqüências de controle difícil.

Higienistas movimentam medidas que assegurem o asseio público, porquanto relegar populações à imundície é favorecer a epidemia destruidora.

Professores fundam escolas em todas as regiões, para que a ignorância não animalize a comunidade.

Milhares de laboratórios manipulam medicamentos de fórmulas diversas, entendendo-se que, sem o apoio da Medicina, as enfermidades limitariam desastrosamente a existência humana.

Sem previdência, qualquer organização ruiria indefesa.

Enquanto lhes for permitido pela Divina Bondade, as criaturas desencarnadas, despertas para o bem, falarão às criaturas encarnadas quanto aos imperativos da lei do bem. Isso porque todas as paixões inferiores que carregamos para o túmulo são calamidades mentais a valerem por loucura contagiosa, e, compreendendo-se que todos somos uma família única, é preciso reconhecer que o desequilíbrio, de um só, é fator de perturbação atingindo a família inteira.

33 - PROBLEMAS CONOSCO


Não os criaria Deus à parte.

Os gênios perversos das interpretações religiosas somos nós mesmos, quando adotamos conscientemente a crueldade por trilha de ação.

Observa as lágrimas dos órfãos e das viúvas, ao desamparo.

Há quem as faça correr.

Repara os apetrechos de guerra, estruturados para assaltar populações indefesas.

Há quem os organize.

Anota as rebeliões que se transfiguram em crimes.

Há quem as prepare.

Pensa nos delitos que levantam as penitenciárias de sofrimento.

Há quem os promova.

Medita nas indústrias do aborto.

Há quem as garanta.

Pondera quanto aos movimentos endinheirados do lenocínio.

Há quem os resguarde.

Reflete nos mercados de entorpecentes.

Há quem os explore.

Enunciando, porém, semelhantes verdades, não acusamos senão a nós mesmos.

A condição moral da Terra é o nosso reflexo coletivo.

Todos temos acertos e desacertos.

Todos possuímos sombra e luz.

Consciências encarnadas em desvario fazem os desvarios da esfera humana.

Consciências desencarnadas em desequilíbrio geram os desequilíbrios da esfera espiritual.

É por isso que o Evangelho assevera: “Ninguém entrará no reino de Deus sem nascer de novo”.

E o Espiritismo acentua: “Nascer, viver, morrer, renascer de novo e progredir continuamente, tal é a lei”.

Em suma, isso quer dizer que ninguém conseguirá desertar da luta evolutiva.

Continuemos, pois, vigilantes no serviço do próprio burilamento, na certeza de que o amor puro liquidará os infernos, quando nós, que temos sido inteligências transviadas nos domínios da ignorância, estivermos sublimados pela força da educação.

34 - LUGAR DEPOIS DA MORTE


Muitas vezes perguntas, na Terra, para onde seguirás, quando a morte venha a surgir...

Anseias, decerto, a ilha do repouso ou o lar da união com aqueles que mais amas...

Sonhas o acesso à felicidade, à maneira da criança que suspira pelo colo materno...

Isso, porém, é fácil de conhecer.

Toda pessoa humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida ao cumprimento de certas obriga-ções;
nos compromissos do plano familiar;
nas responsabilidades da vida pública;
no campo dos negócios materiais;
na luta pelo próprio sustento...

O dever, no entanto, é impositivo da educação que nos obriga a parecer o que ainda não somos, para sermos, em liberdade, aquilo que realmente devemos ser.

Não olvides, assim, enobrecer e iluminar o tempo que te pertence.

Não nos propomos nivelar homens e animais; contudo, numa comparação reconhecidamente incompleta, imaginemos seres outros da natureza trazidos ao regime do espírito encarnado na esfera física.

O cavalo atrelado ao carro, quando entregue ao descanso, corre à pastagem, onde se refocila na satisfação dos próprios impulsos.

A serpente, presa para cooperar na fabricação de soro antiofídico, se for libertada, desliza para a toca, onde reconstituirá o próprio veneno.

O corvo, detido para observações, quando solto, volve à imundície.

A abelha, retida em observação de apicultura, ao desembaraçar-se, torna, incontinenti, à colméia e ao trabalho.

A andorinha engaiolada para estudo, tão logo se veja fora da grade, voa no rumo da primavera.

Se desejas saber quem és, observa o que pensas, quando estás sem ninguém; e se queres conhecer o lugar que te espera, depois da morte, examina o que fazes contigo mesmo nas horas livres.

CONTINUA AMANHÃ

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