segunda-feira, 14 de março de 2011

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

LIVRO QUARTO

NOTA EXPLICATIVA

‘Trecentésima Setuagésima Oitava Parte.

Na época, Alan Kardec sabia apenas o que vários autores contavam a respeito dos selvagens africanos, sempre reduzidos ao embrutecimento quase total, quando não escravizados impiedosamente.

É baseado nesses informes “científicos” da época que o Codificador repete, com outras palavras, o que os pesquisadores europeus descreviam quando de volta das viagens que faziam à África Negra. Todavia, é peremptório ao abordar a questão do preconceito racial.
“Nós trabalharmos para dar a fé aos que em nada crêem; para espalhar uma crença que os torna melhores uns para com os outros, que lhes ensina a perdoar aos inimigos, a se olharem como irmãos, sem distinção de raça, casta, seita, opinião política ou religiosa; numa palavra, uma crença que faz nascer o verdadeiro sentimento de caridade, de fraternidade e deveres sociais.” (ALAN KARDEC. Revista Espírita de 1863, 1ª Edição Rio de Janeiro: FEB, 2005 – Janeiro de 1863)

“O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque todos os homens vêem irmãos seus.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 3, p. 348)

É importante compreender, também, que os textos publicados por Alan Kardec na Revista Espírita tinha por finalidade submeter à avaliação geral as comunicações recebidas dos Espíritos, bem como aferir a correspondência desses ensinos com teorias e sistemas de pensamento vigentes à época. Em Nota ao Capítulo XI, item 43, do livro A Gênese, o Codificador explica essa metodologia.

“Quando na Revista Espírita de janeiro de 1862, publicamos um artigo sobre a “interpretação da doutrina dos anjos decaídos”, apresentamos essa teoria como simples hipótese, sem outra autoridade afora a de uma opinião pessoal controversível, porque nos faltavam então elementos bastantes para uma afirmação peremptória. Expusemo-la a titulo de ensaio, tendo em vista provocar o exame da questão, decidido, porém, a abandoná-la ou modificá-la, se fosse preciso. Presentemente, essa teoria já passou pela prova do controle universal. Não só foi bem aceita pela maioria dos Espíritas, como a mais racional e a mais concorde com a soberana justiça de DEUS, mas também foi confirmada pela generalidade das instruções que os Espíritos deram sobre o assunto. O mesmo se verificou como que concerne a origem da raça adâmica.” (A Gênese, Cap. XI, item 43, Nota, p. 2920)

CONTINUA AMANHÃ

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