quarta-feira, 9 de março de 2011

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

LIVRO QUARTO

CONCLUSÃO

VIII

Trecentésima Setuagésima Segunda Parte.

Como a invenção do microscópio nos descobriu o mundo dos infinitamente pequenos, que não suspeitávamos; como o telescópio nos descobriu os milhares de mundos que não suspeitávamos mais, as comunicações Espíritas nos revelam o mundo invisível que nos cerca, que nos acotovela sem cessar e, sem que o saibamos, toma parte de tudo que fazemos. Algum tempo ainda e a existência desse mundo, que é o que nos espera, será também incontestável como a do mundo microscópico e dos mundos perdidos no espaço. Portanto, não é alguma coisa nos ter feito conhecer todo um mundo? Nós ter iniciado nos mistérios da vida de além-túmulo? É verdade que essas descobertas, se lhes pode dar esse nome, contrariam um pouco certas idéias firmadas; mas todas as grandes descobertas cientificas igualmente não modificaram, transformaram mesmo as idéias mais acreditadas, e não foi necessário que o nosso amor-próprio se curvasse diante da evidência?

Ocorrerá o mesmo com respeito ao Espiritismo e, dentro em pouco, ele terá direito de cidadania entre os conhecimentos humanos.

As comunicações com os seres de além-túmulo tiveram por resultado nos fazer compreender a vida futura, de nos fazer vê-la, de admitirmos as penas e os gozos que nela nos esperam segundo nossos méritos, e por isso mesmo de reconduzir ao espiritualismo aqueles que não viam em nós senão a matéria, uma máquina organizada. Por isso, tivemos razão em dizer que o Espiritismo matou o materialismo pelos fatos. Não tivesse produzido senão esse resultado e a sociedade lhe deveria reconhecimento; mas ele faz mais: mostra os inevitáveis efeitos do mal e, por conseguinte, a necessidade do bem. O número daqueles que ele conduziu a sentimentos melhores, dos quais neutralizou as más tendências e desviou do mal, é maior do que se crê e aumenta todos os dias. É que para eles o futuro não é mais incerto, não é uma simples esperança, é uma verdade que se compreende, que se explica, quando se vêem e quando se ouvem, aqueles que nos deixaram, se lamentar ou se felicitar do que fizeram sobe a Terra. Quem disso é testemunha, reflete e sente a necessidade de se conhecer, de se julgar e de se corrigir.

CONTINUA AMANHÃ

Nenhum comentário: