terça-feira, 8 de março de 2011

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

LIVRO QUARTO

CONCLUSÃO

IX

Trecentésima Setuagésima Terceira Parte.

Os adversários do Espiritismo não deixaram de se armar contra ele com algumas divergências de opiniões sobre certos pontos da doutrina. Não é de admirar que, no inicio de uma ciência, quando as observações são ainda incompletas e cada um a examina sob seu ponto de vista, sistemas contraditórios pudessem se produzir. Mas há três quartos desses sistemas estão, hoje, diante de um estudo mais aprofundado, a começar por aquele que atribuía todas as comunicações ao Espírito do mal, como se tivesse sido impossível a DEUS enviar aos homens os bons Espíritos: doutrina absurda, porque é desmentida pelos fatos. Ímpia, porque é a negação do poder da bondade do CRIADOR. Os Espíritos sempre nos disseram para não nos inquietarmos com essas divergências, e que a unidade se faria: ora, a unidade está já feita sobre a maioria dos pontos e as divergências tendem, a cada dia, a se apagar. A esta questão: até que a unidade se faça, sobre o que o homem imparcial e desinteressado pode se basear para ajuizar? Eis a sua resposta:

“A luz mais pura não é obscurecida por alguma nuvem; o diamante sem mancha é o que tem maior valor, portanto, julgai os Espíritos pela pureza de seus ensinamentos. Não vós esqueçais de que, entre os Espíritos, há os que não puderam ainda se despojar das idéias da vida terrestre; sabei distingui-los pela sua linguagem; julgai-os pelo conjunto do que vos dizem; vede se há encadeamento lógico em suas idéias; se alguma coisa neles revela ignorância, orgulho ou malevolência; numa palavra, se suas palavras estão sempre marcadas com o selo da sabedoria, que revela a verdadeira superioridade. Se o vosso mundo fosse inacessível ao erro, seria perfeito, e ele está longe disso; estais ainda aprendendo a distinguir o erro da verdade e necessitais das lições da experiência para o exercício do vosso julgamento e vos fazer avançar. A unidade se fará do lado em que o bem jamais se misturou ao mal; é desse lado que os homens se reunirão pela forças das coisas, porque eles julgarão que lá se encontra a verdade.”

Que importam, aliás, algumas dissidências que estão mais na forma que no fundo! Observai que os princípios fundamentais são os mesmos por toda parte e devem vos unir num pensamento comum: o amor de DEUS e a prática do bem. Quaisquer que sejam, portanto, o modo de progresso que se admita, ou as condições normais da existência futura, o objetivo final é o mesmo: fazer o bem; ora, não há duas maneiras de fazê-lo.

CONTINUA AMANHÃ

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