sábado, 5 de março de 2011

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

LIVRO QUARTO

CONCLUSÃO

VII


Trecentésima Sexcentésima Nona Parte.

O Espiritismo se apresenta sob três aspectos diferentes: o fato das manifestações, os princípios da filosofia e de moral que dela decorrem e a aplicação desses principia. Daí três classes, ou antes, três graus entre os adeptos: 1) os que crêem nas manifestações e se limitam em constatá-las; é para eles uma ciência experimental; 2) os que lhe compreendem as conseqüências morais; 3) as que praticam ou se esforçam por praticar esse moral. Qualquer que seja o ponto de vista, cientifico ou moral, sob o que se examinem esses fenômenos estranhos, cada um compreende que é toda uma nova ordem de idéias que surgiu, das quais as conseqüências não podem ser senão uma profunda modificação no estado da Humanidade, e cada um compreende também que essa modificação não pode ocorrer senão no sentido do bem.

Quanto aos adversários, pode-se também classificá-los em três categorias; 1) os que negam sistematicamente tudo o que é novo, ou não vêm deles, e que falam sem conhecimento de causa. A essa classe pertencem todos aqueles que não admitem alguma coisa fora do testemunho dos sentidos; eles não viram coisa alguma, nem querem ver, e ainda menos aprofundar. Ficariam mesmo irritados de ver muito claro com medo de serem forçados em convir que não têm razão. Para eles o Espiritismo é uma quimera, uma loucura, uma utopia, não existe; é muito cedo dizer. São os incrédulos que tomaram partido. Ao lado desses, pode-se colocar aqueles que se dignaram lançar um golpe de olhar para desencargo de consciência, a fim de poderem dizer: “Eu quis ver e não vi coisa alguma”. Eles não compreendem que seja preciso mais de meia hora pata se conscientizar de toda uma ciência. -2) Os que sabendo muito bem em que se apoiar sobre a realidade dos fatos, os combatem, contudo, por motivos de interesse pessoal. Para eles o Espiritismo existe, mas têm medo de suas conseqüências, e o atacam como um inimigo. – 3) Os que encontram na mortal espírita uma censura muito severa de seus atos ou de suas tendências. O Espiritismo, tomado a sério, os embaraçaria. Eles não rejeitam nem aprovam; preferem fechar os olhos. Os primeiros são solicitados pelo orgulho e pela presunção; os segundos, pela ambição, e os terceiros, pelo egoísmo. Concebe-se que essas causas de oposição, não tendo alguma coisa de sólidas, devem desaparecer com o tempo, porque em vão procuraríamos uma quarta classe de antagonistas, a que se apoiasse sobre provas contrárias patentes e atestando um estudo consciencioso e laborioso da questão. Todos não opõem senão a negação, nenhum traz demonstração séria e irrefutável.

CONTINUA AMANHÃ

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