terça-feira, 29 de março de 2011

JUSTIÇA DIVINA - ESTUDOS SOBRE AS OBRAS DE ALLAN KARDEC - 4ª PARTE

Francisco Cândido Xavier

Justiça Divina

Estudos e dissertações em torno da obra
“O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec

Ditado pelo Espírito Emmanuel

7 - INFINITO AMOR

Diante daqueles que supunhas transviados, mesmo que se entremostrem cegos no crime, não te confies à maldição.

Nessas horas difíceis, indagas de ti próprio onde a grande razão pela qual Deus tolera semelhantes abusos.

No entanto, se a inquietação de invade, pensa em teu próprio filho, ao surgirem problemas...

Se notas infelizes lhe assinalam o estudo, sabes dar-lhe na escola o curso repetido ou transferes o exame para segunda época.

Se foge à profissão, diligencias sempre atividades novas, para vê-lo correto e ajustado ao dever.

Se aparece doente, angarias remédio, restaurando-lhe as forças.

Se o vício lhe corrompe as fibras da consciência, não lhe cortas os braços, mas buscas na vida os meios necessários para que se reeduque.

Se comete erro grave, não lhe queres a morte, porquanto sentes que a compaixão te sugere outros campos de serviço e de emenda.

Ainda nas circunstâncias em que o mal te pareça abarcar toda a terra, pensa no amor divino, que sustenta as estrelas e alimenta os insetos, a fim de que percebas, vibrando em toda parte, os apelos constantes do perdão e do auxílio.

Compreenderás, então, que a falta de alguém, hoje, pode ser nossa falta, igualmente, amanhã.

E ao notarmos que nós, Espíritos falíveis, conseguimos amar, embora a imperfeição que nos tisna de sombra, saberemos, por fim, que Deus é sempre amor, sempre Infinito Amor, na Justiça da Lei.

8 - MERECIMENTO MAIOR


Divides alimento com os irmãos subnutridos.

Quanto possível, porém, oferece-lhes, sem qualquer exibição de virtude, o pão do conhecimento espiritual.

Compras agasalho para os que sofrem ao desabrigo.

Quanto possível, no entanto, movimenta as próprias mãos na costura, fabricando essa ou aquela peça de roupa, destinada aos que tremem de frio.

Envias remédio ao enfermo.

Quanto possível, contudo, estende-lhe alguma palavra de encorajamento e esperança.

Entregas, a benefício dos necessitados, os sobejos do reduto doméstico.

Quanto possível, entretanto, aproveita as sobras de tempo a fim de levar-lhes a frase de entendimento que os ajude a destrinçar os problemas da vida.

Ajudas ao companheiro nas horas de compreensão e harmonia ideal.

Quanto possível, porém, ampara-lhe a alma dorida, quando as provações, junto dele, não te gratifiquem o anseio de reconforto.

Oras, de alma tranqüila, entre os irmãos de fé, nos dias de céu azul.

Quanto possível, no entanto, descansa com eles na fonte da prece, quando as lutas e as dores se fizerem mais acirradas.

Exerces a beneficência em atividade manifesta.

Quanto possível, contudo, atende à renúncia silenciosa pela felicidade dos outros, partindo da própria casa.

Desculpas a quem te ofende.

Quanto possível, entretanto, assume a iniciativa da reconcili-ação, cultivando a humildade.

Todo bem, qualquer que ele seja, é bênção creditada a favor de quem o pratica.

Da migalha à fortuna, ofertadas por amor, há toda uma escala de alegria e luz.
Contudo, todo bem praticado com sacrifício tem merecimento maior.

9 - CAIDOS


Aproxima-te dos caídos para ajudar.

Não suponhas, contudo, que eles sejam apenas os companheiros que encontras na estrada, em decúbito, vitimados de inanição ou de desalento.

Assesta as lentes do espírito e surpreenderás os que jazem prostrados, embora garantam o corpo em condição vertical, à maneira de torre inútil.

Entretanto, é preciso compreender para discernir.

Há os que caíram amando, sem saber que o afeto insensato os arrojaria nas trevas.

Há os que caíram em rijas cadeias, por ignorarem que as flores genuínas do lar costumam viver no adubo do sofrimento.

Há os que caíram auxiliando, por desconhecerem que a caridade real pede apoio à renúncia.

Há os que caíram por devotamento à dignidade, transformando a Justiça em gládio de intolerância.

Há os que caíram nos duros freios do orgulho, imaginando-se mais limpos e mais nobres que os seus irmãos.

Há os que caíram no fogo das paixões delinqüentes, ateado por eles mesmos à própria senda.

Há os que caíram nas grades do ódio, por olvidarem que o per-dão é sustento da vida.

E há ainda aqueles outros que caíram na miséria da usura, como se pudessem comer o dinheiro que acumularam chorando...

Cada um deles traz a dor nos recessos da alma por elemento de correção.

Não lhes agrave, assim, o suplício moral, alargando-lhes as fe-ridas.

Todos somos viajores nas trilhas da Terra, carregando fardos de imperfeições.

Hoje, podes estender os braços e levantar os que desfalecem. Amanhã, porém, é novo dia de caminhada e, embora tenhamos a obrigação de orar e vigiar, nenhum de nós sabe realmente se vai cair.

CONTINUA AMANHÃ

Nenhum comentário: