sábado, 26 de março de 2011

JUSTIÇA DIVINA

Estudos e dissertações em torno da obra
“O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec

Ditado pelo Espírito
Emmanuel


Conteúdo resumido

Esta obra compõe um conjunto de quatro volumes cuja finalidade é consultar a essência religiosa da Codificação Kardequiana, ou seja, tecer comentários e reflexões em torno das quatro primeiras obras básicas da Doutrina Espírita, cujo relacionamento é apresentado a seguir:

• Religião dos Espíritos » O Livro dos Espíritos
• Seara dos Médiuns » O Livro dos Médiuns
• O Espírito da Verdade » O Evangelho segundo o Espiritismo
• Justiça Divina » O Céu e o Inferno

Os comentários expostos nestas obras nos convidam à reflexão sobre a nossa responsabilidade diante do Espiritismo, em sua feição de Cristianismo redivivo.

O objetivo final desse conjunto de obras é reafirmar a necessidade crescente do estudo sistematizado da obra de Allan Kardec – alicerce da Doutrina Espírita –, a fim de que mantenhamos o ensinamento espírita indene da superstição e do fanatismo que aparecem, fatalmente, em todas as agremiações com tendência ao exotismo e à fantasia.


ANTE ALLAN KARDEC

Perante as rajadas do materialismo a encapelarem o oceano da experiência terrestre, a obra kardequiana assemelha-se, incontestavelmente, a embarcação providencial que singra as águas revoltas com segurança.

Por fora, grandes instituições que pareciam venerandos navios estalam nos alicerces, enquanto esperanças humanas de todos os climas, lembrando barcos de todas as procedências, se entrechocam na fúria dos elementos, multiplicando as aflições e os gritos dos náufragos que bracejam nas trevas.

De que serviria, no entanto, a construção imponente se estivesse reduzida à condição de recinto dourado para exclusivo entretenimento de alguns viajantes, em tertúlias preciosas, indiferentes ao apelo dos que esmorecem no caos?

Prevenindo contra semelhante impropriedade, os sábios instrutores que escreveram a introdução de O Livro dos Espíritos, disseram claramente a Allan Kardec: “Mas todos os que tiverem em vista o grande princípio de Jesus se confundirão num só sentimento: o do amor do bem, e se unirão por um laço fraterno que prenderá o mundo inteiro”.

Indubitavelmente, a obra espírita é a embarcação acolhedora, consagrada ao amor do bem.

Urge, desse modo, que os seus tripulantes felizes não se percam nos conflitos palavrosos ou nas divagações estéreis.

Trabalhemos, acendendo fachos de raciocínio para os que se debatem nas sombras.

Todos concordamos que Allan Kardec é o apóstolo da renovação humana, cabendo-nos o dever de dar-lhe expressão funcional aos ensino, com a obrigação de repartir-lhe a mensagem de luz, entre os companheiros de Humanidade.

Assim crendo, traçamos os despretensiosos comentários contido neste volume, em torno das instruções relacionadas no livro O Céu e o Inferno, valendo-nos das oitenta e duas reuniões públicas de estudo da Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba, no decurso de 1961, dando continuidade à tarefa de consultar a essência religiosa da Codificação Kardequiana, com vistas à nossa própria responsabilidade, diante do Espiritismo, em sua feição de Cristianismo redivivo.

Entregando, pois, estas páginas aos leitores amigos, não temos a presunção de inovar as diretrizes espíritas e sim o propósito sincero de reafirmar-lhes os conceitos, para facilitar-nos o entendimento, na certeza de que outros companheiros comparecerão no serviço interpretativo da palavra libertadora de Allan Kardec, suprindo-nos as deficiências no trato do assunto, com mais amplos recursos, em louvor da verdade, para a nossa própria edificação.

Uberaba, 20 de março de 1962.
Emmanuel



1 - BOM COMBATE

Reunião pública de 20-1-61

1ª parte, cap. V, item 6

Voltando à Pátria Espiritual, depois da morte, estamos freqüentemente na condição daquele filho pródigo da parábola, de retorno à casa paterna para a bênção do amor.

Emoção do reencontro.

Alegria redescoberta.

Entretanto, em plena festa de luz, quase sempre desempenhamos o papel do conviva do cérebro deslumbrado, trazendo espinhos no coração.

Por fora, é o carinho que nos reúne.

Por dentro, é o remorso que nos fustiga.

Vanguarda que fulgura.

Retaguarda que obscurece.

Êxtase e dor.

Esperança e arrependimento.

Reconhecidos às mãos luminosas que nos afagam, muitos de nós sentimos vergonha das mãos sombrias que oferecemos.

E porque a Lei nos infunde respeito à justiça, aspiramos a debitar a nós próprios o necessário burilamento e a suspirada felicidade.

Rogamos, dessa forma, a reencarnação, à guisa de recomeço, buscando a tarefa que interrompemos e a afeição que traímos, o dever esquecido e o compromisso menosprezado, famintos de reajuste.

Agradece, assim, o lugar de prova em que te sintas.

Corpo doente, companheiro difícil, parente complexo, chefe amargo e dificuldade constante são oportunidades que se renovam.

Todo título exterior é instrumentação de serviço.

A existência terrestre é o bom combate.

Defeito e imperfeição, débito e culpa são inimigos que nos defrontam.

Aperfeiçoamento individual é a única vitória que não se altera.

E, em toda parte, o verdadeiro campo de luta somos nós mesmos.

CONTINUA AMANHÃ

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