sábado, 26 de fevereiro de 2011

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

LIVRO QUARTO


CONCLUSÃO

I

Trecentésima Sexcentésima Segunda Parte.

Aquele que não conhece como fato do magnetismo terrestre senão o jogo dos patinhos imantados que se faz manobrar sobre a água de uma bacia, dificilmente poderia compreender que esse brinquedo encerra o segredo do mecanismo do Universo e do movimento dos mundos. O mesmo ocorre com aquele que não conhece do Espiritismo senão o movimento das mesas; nele não vê senão um divertimento, um passatempo de sociedade, e não compreende que esse fenômeno, tão simples e tão vulgar, conhecido da antiguidade, e mesmo de povos semi-selvagens, pudesse se prender às mais graves questões da ordem social. Para o observador superficial, com efeito, que relação uma mesa que gira pode ter com a moral e o futuro da Humanidade? Mas todo aquele que reflete, lembra que da simples panela que tem fervido desde a antiguidade, saiu o possante motor com o qual o homem transpõe o espaço e suprime as distancias. Pois bem! Vós, que não credes em algo fora do mundo material, sabei, pois, que dessa mesa que gira e provoca sorrisos desdenhosos, saiu toda uma ciência, assim como a solução de problemas que nenhuma filosofia pudera ainda resolver. Apelo a todos os adversários de boa fé, eu os adjuro a dizer se deram-se ao trabalho de estudar o que criticam; porque, em boa lógica, a critica não tem valor senão na proporção de que aquele que a faz conhece aquilo de que fala. Zombar de uma coisa que não se conhece, que não se sondou com o escalpelo do observador consciencioso, não é criticar, é fazer prova de imprudência e dar uma infeliz idéia de seu próprio julgamento. Seguramente, se tivésse-mos apresentado esta filosofia como sendo obra de um cérebro humano, ela teria encontrado menos desdém e seria honrada com o exame daqueles que pretendem dirigir a opinião. Todavia, ela vem dos Espíritos. Que absurdo! Ela mal merece um dos seus olhares; julgam-na sobre o titulo como o macaco da fábula que julgou a noz pela casca. Fazei, se o quiserdes, abstração da origem: suponde que este livro seja obra de um homem e dizei, em vossa alma a consciência, se, depois de o ter lido seriamente, nele não achais matéria para zombar.

CONTINUA AMANHÃ

Nenhum comentário: