terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O LIVRO DOS ESPIRITOS

LIVRO QUARTO

ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES


CAPÍTULO II

PENAS E GOZOS FUTUROS

NATUREZA DAS PENAS E GOZOS FUTUROS

Trecentésima Quadragésima Parte


976 – A VISÃO DOS ESPÍRITOS QUE SOFREM NÃO É PARA OS BONS UMA COISA DE AFLIÇÃO? EM QUE SE TOMA SUA FELICIDADE, SE É PERTURBADA?

-Não é uma aflição, posto que sabem que o mal terá um fim. Eles ajudam os outros a progredirem e estendem-lhes a mão. Essa é sua ocupação e um prazer quando têm êxito.

- ISSO SE CONCEBE DA PARTE DOS ESPÍRITOS ESTRANHOS OU INDIFERENTES; MAS A VISÃO DOS PESARES E DOS SOFREIMENTOS DAQUELES QUE AMARAM SOBRE A TERRA, NÃO PERTURBA SUA FELICIDADE?

- Se não vissem esses sofrimentos, é que vos seriam estranhos depois da morte. Ora, a religião vos diz que as almas vos vêem; mas eles consideram vossas aflições sob um outro ponto de vista, pois sabem que esses sofrimentos são úteis ao vosso adiantamento se os suportais com resignação. Eles se afligem, pois, mais com a falta de coragem que vos retarda, que com os sofrimentos em si mesmos, que não são senão passageiros.

977 – OS ESPÍRITOS NÃO PODENDO SE ESCONDER RECIPROCAMENTE SEUS PENSAMENTOS, E TODOS OS ATOS DA VIDA SENDO CONHECIDOS, SEGUIR-SE-IA QUE O CULPADO ESTÁ NA PRESENÇA PERPÉTUA DE SUA VÍTIMA?

- Isso não pode ser de outro modo, o bom senso o diz.

- ESSA DIVULGAÇÃO DE TODOS OS NOSSOS ATOS REPREENSÍVEIS E A PRESENÇA PERPÉTUA DAQUELES QUE LHE FORAM AS VÍTIMAS SÃO UM CASTIGO PARA O CULPADO?

- Maior do que se pensa, mas somente até que ele tenha expiado suas faltas, seja como Espírito, seja como homem, nas novas existências corporais.

(Quando estivermos no mundo dos Espíritos, todo o nosso passado estando a descoberto, o bem e o mal que fizemos serão igualmente conhecidos. É em vão que aquele que fez o mal queira escapar da visão de suas vítimas; sua presença inevitável será para ele um castigo e um remorso incessante até que tenha expiado seus erros, enquanto que o homem de bem, ao contrário, não encontrará, por toda parte, senão olhares amigos e benevolentes. Para o mau, não há maior tormento sobre a Terra, que a presença de suas vítimas e, por isso, ele as evita sem cessar. Que será quando a ilusão das paixões estando dissipada, ele compreender o mal que fez, vendo seus atos mais secretos revelados, sua hipocrisia desmascarada, e não podendo se subtrair à sua visão).

(Enquanto a alma do homem perverso está atormentada pela vergonha, pelo desgosto e pelo remorso, a do justo goza uma serenidade perfeita.)

CONTINUA AMANHÃ

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