sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

LIVRO TERCEIRO

CAPITULO XII


PERFEIÇÃO MORAL


DO EGOISMO

Trecentésima Décima Quinta Parte

916 – O EGOÍSMO, LONGE DE DIMINUIR, AUMENTA COM A CIVILIZAÇÃO, QUE PARECE EXCITÁ-LO E ENTRETÊ-LO; COMO A CAUSA PODERIA DESTRUIR O EFEITO?

- Quanto maior o mal, mas ele se torna hediondo. Era preciso que o egoísmo fizesse muito mal para fazer compreender a necessidade de extirpá-lo. Quando os homens tiverem se despojando do egoísmo que os domina, eles viverão como irmãos, não se fazendo o mal, entre ajudando-se, pelo sentimento mútuo da solidariedade. Então o forte será o apoio e não o opressor do fraco, e não se verá mais homens a quem falta o necessário, porque todos praticarão a Lei da justiça. É o reino do bem que os Espíritos estão encarregados de preparar.

917 – QUAL É O MEIO DE SE DESTRUIR O EGOÍSMO?

- De todas as imperfeições humanas, a mais difícil de desenraizar é o egoísmo, porque ele se prende à influência da matéria, da qual o homem, ainda muito próximo de sua origem, não pode se liberar, e essa influência concorre para sustentá-lo: suas leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo se enfraquecerá com a predominância da vida moral sobre a vida material e, sobretudo, com a inteligência que o Espiritismo vos dá de vosso estado futuro real e não desnaturado pelas ficções alegóricas. O Espiritismo bem compreendido, quando estiver identificado com os costumes e as crenças, transformará os hábitos, os usos e as relações sociais. O egoísmo se funda sobre a importância da personalidade; ora, o Espiritismo bem compreendido, eu repito, faz ver as coisas de tão alto, que o sentimento da personalidade desaparece, de alguma forma, diante da imensidade. Destruindo essa importância, ou tudo, ou pelo menos fazendo vê-la como ela é, combate necessariamente o egoísmo.

É o choque que o homem experimentado egoísmo dos outros que o torna, freqüentemente, egoísta, porque sente a necessidade de se colocar na defensiva. Vendo que os outros pensam em si mesmo e não nele, é conduzido a se ocupar de si mais do que dos outros. Que o principio da caridade e da fraternidade seja a base das instituições sociais, das relações legais de povo a povo, e de homem a homem, e o homem pensará menos em sua pessoa quando verificar que os outros nele pensam. Ele sofrerá a influência moralizadora do exemplo e do contato. Em presença desse transbordamento do egoísmo, é preciso uma verdadeira virtude para esquecer-se em beneficio dos outros, que, freqüentemente, não são agraciados. É, sobretudo, àqueles que possuem esta virtude que o reino dos céus está aberto; àqueles, sobretudo, está reservada a felicidade dos eleitos, porque eu vos digo em verdade, que no dia da justiça, quem não pensou senão em si mesmo, será colocado de lado e sofrerá no seu abandono.

FÉNELON

(CONTINUA AMANHÃ)

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