terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

LIVRO TERCEIRO

CAPITULO XII

PERFEIÇÃO MORAL

DAS PAIXÕES

Trecentésima Décima Segunda Parte


907 – VISTO QUE O PRINCÍPIO DAS PAIXÕES ESTÁ NA NATUREZA, ELE É MAU EM SI MESMO?

- Não, a paixão está no excesso acrescentado à vontade, porque o principio foi dado ao homem para o bem, e as paixões podem levá-lo a grandes coisas, sendo o abuso que delas se faz que causa o mal.

908 – COMO DEFINIR O LIMETE EM QUE AS PAIXÕES DEIXAM DE SER BOAS OU MÁS?

- As paixões são como um cavalo que é útil quando está dominado, e que é perigoso, quando ele é que domina. Reconhecei, pois, que uma paixão torna-se perniciosa a partir do momento em que não podeis governá-la e que ela tem por resultado um prejuízo qualquer para vós ou para outrem.

(As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o ajudam na realização dos objetivos da Providência. Mas se, em lugar de dirigi-las, o homem se deixa dirigir por elas, cai nos excessos e a própria força que, em suas mãos, poderia fazer o bem, recai sobre ele e o esmaga.)

(Todas as paixões têm seu principio num sentimento ou necessidade natural. O principio das paixões, portanto, não é um mal, visto que repousa sobre uma das condições providenciais de nossa existência. A paixão, propriamente dita, é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento. Ela está no excesso e não na causa, e esse excesso torna-se um mal quando tem por conseqüência um mal qualquer)
(Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal, o distancia da natureza espiritual)

(Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal, anuncia a predominância do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição)

(CONTINUA AMANHÃ)

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