segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

LIVRO TERCEIRO

CAPITULO XII

PERFEIÇÃO MORAL

AS VIRTUDES E OS VÍCIOS

Trecentésima Décima Primeira Parte

904 – HÁ CULPA EM SONDAR AS CHAGAS DA SOCIEDADE E AS REVELAR?

- Isso depende do sentimento que o leva a fazê-lo. Se o escritor não tem em vista senão produzir escândalo, é um prazer pessoal que ele se procura apresentando quadros que, freqüentemente, são mais um mau que um bom exemplo. O Espírito aprecia, mas pode ser punido por essa espécie de prazer que toma em revelar o mal.

- DE QUE FORMA, NESSE CASO, JULGAR A PUREZA DAS INTENÇÕES E A SINCERIDADE DO ESCRITOR?

- Isso não é sempre útil. Se ele escreveu boas coisas, aprovei-tai-as; se fez mal, é uma questão de consciência que a ele diz respeito. De resto, se deseja provar sua sinceridade, cabe a ele apoiar o preceito pelo seu próprio exemplo.

905 – CERTOS AUTORES PUBLICARAM OBRAS MUITO BONITAS E DE GRANDE MORALIDADE QUE AJUDAM O PROGRESSO DA HUMANIDADE, MAS DAS QUAIS ELES MESMOS NÃO SE APROVEITARAM; COMO ESPÍRITOS, LHES SERÁ LEVADO EM CONTA, O BEM QUE FIZERAM ATRAVÉS DE SUAS OBRAS?

- A moral sem a ação é a semente sem trabalho. De que serve a semente se não fazeis frutificar para vos nutrir? Esses homens são mais culpáveis, porque tinham inteligência para compreender, não praticando as máximas que deram aos outros, renunciaram a colher os frutos.

906 – AQUELE QUE FAZ O BEM É REPREENSÍVEL POR TER DELE CONSCIÊNCIA E DE RECONHECÊ-LO A SI MESMO?

- Visto que pode ter consciência do mal que faz, ele deve ter também a do bem, a fim de saber se age bem ou mal. È pesando todos os seus atos na balança da Lei de DEUS e, sobretudo, na da Lei da justiça, de amor e de caridade, que ele poderá dizer a si mesmo, se elas são boas ou más, aprová-las ou as desaprovar. Ele não pode, pois, ser repreensível por reconhecer que triunfou das más tendências e disso estar satisfeito, contando que não se envaideça, porque, então, cairia em outra falta.

(CONTINUA AMANHÃ)

Nenhum comentário: