terça-feira, 26 de outubro de 2010

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

LIVRO TERCEIRO

AS LEIS MORAIS

CAPÍTULO V

IV – LEI DE CONSERVAÇÃO

MEIOS DE CONSERVAÇÃO

Duzentéssima Quadragésima Segunda Parte.

706 – POR BENS DA TERRA SOMENTE DEVEM-SE ENTENDER OS PRODUTOS DO SOLO?

- O solo é a fonte primeira de onde provêm todos os outros recursos, porque, em definitivo, esses recursos não são senão uma transformação dos produtos do solo. Por isso, é preciso entender pelos bens da terra tudo aquilo que o homem pode desfrutar neste mundo.

707 – OS MEIOS DE EXISTÊNCIA, FREQÜENTEMENTE, FAZEM FALTA A CERTYOS INDIVÍDUOS EM MEIO À ABUNDÂNCIA QUE OS CERCA; A QUE SE DEVE ATRIBUIR ISSO?

- Ao egoísmo dos homens, que não fazem sempre o que devem; depois, e o mais freqüentemente, a eles mesmos. Procurai e encontrareis; estas palavras não querem dizer que basta olhar a terra para encontrar o que se deseja, mas que é preciso procurá-lo com ardor e perseverança, e não com fraqueza, sem se deixar desencorajar pelos obstáculos que, freqüentemente, não são senão meios de pôr à prova vossa constância, vossa paciência e vossa firmeza.

(Se a civilização multiplica as necessidades, ela multiplica também as fontes de trabalho e os meios de viver, mas é preciso convir que, sob esse aspecto, muito lhe resta ainda a fazer. Quando ela tiver terminado sua obra, ninguém poderá dizer que lhe falta o necessário, senão por sua falta. A infelicidade, para muitos, resulta de tomarem um caminho que não é aquele que a Natureza lhes traçou; então lhes falta a inteligência para terem êxito. Há para todos, lugar ao sol, mas com a condição de aí tomar o seu, e não o dos outros. A Natureza não poderia ser responsável pelos vícios da organização social e pelas conseqüências da ambição e do amor próprio.)

(Entretanto, precisar-se-ia ser cego para não se reconhecer o progresso que se efetua sob esse aspecto entre os povos mais avançados. Graças aos louváveis esforços que a filantropia e a ciência juntas não cessam de fazer para o melhoramento do estado material dos homens, e malgrado o aumento incessante das populações, a insuficiência da produção atenuada pelo menos em grande parte, e os anos mais calamitosos não tem nada de comparável aos de outrora. A higiene pública, esse elemento tão essencial da força e da saúde, desconhecida de nossos pais, é objeto de uma solicitude esclarecida. O infortúnio e o sofrimento encontram lugares de refugio. Por toda a parte a Ciência contribui para aumentar o bem-estar. Pode-se dizer que se alcançou a perfeição? Oh, certamente, não; mas o que se da medida do que se pode fazer com a perseverança. Se o homem for bastante sábio para procurar a sua felicidade nas coisas positivas e sérias, e não nas utopias que o fazem recuar ao invés de avançar.)

(CONTINUA AMANHÃ)

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