AS LEIS MORAIS
CAPÍTULO I
A LEI DIVINA OU NATURAL
O BEM E O MAL
Duzentéssima Vigésima Primeira Parte.
637 – O SELVAGEM QUE CEDE AOS SEUS INSTINTOS E SE NUTRE DE CARNE HUMANA, É CULPÁVEL?
- Eu disse que o mal depende da vontade. Pois bem! O homem é mais culpável, à medida que sabe melhor o que faz.
(As circunstâncias dão ao bem e ao mal uma gravidade relativa. O homem, freqüentemente, comete faltas que por serem a conseqüência da posição em que a sociedade o colocou, não são menos repreensíveis, mas a responsabilidade está em razão dos meios que ele tem de compreender o bem e o mal. É assim que o homem esclarecido que comete uma simples injustiça é mais culpável aos olhos de DEUS do que o selvagem ignorante, que se abandona aos seus instintos.)
638 – ALGUMAS VEZES, O MAL PARECE SER UMA CONSEQÜÊNCIA DA FORÇA DAS COISAS. TAL É, POR EXEMPLO, EM CERTOS CASOS, A NECESSIDADE DE DESTRUIÇÃO, MESMO SOBRE SEU SEMELHANTE. PODE-SE DIZER, ENTÃO, QUE HÁ SUBVERSÃO À LEI DE DEUS?
-Ainda que necessário, não deixa de ser o mal. Mas essa necessidade desaparece à medida que a alma se depura, passando de uma existência a outra. Então, o homem não é senão mais culpável quando o comete, porque ele compreende melhor.
639 – O MAL QUE SE COMETE, FREQÜENTEMENTE, NÃO0 É O RESULTADO DA POSIÇÃO QUE NOS DERAM OS OUTROS HOMENS? NESSE CASO, QUAI9S SÃO OS MAIS CULPÁVEIS?
- O mal recai sobre aquele que lhe é causa. Assim, o homem que é conduzido ao mal pela posição que lhe é dada pelos seus semelhantes, é menos culpável que aquele que lhe são a causa, porque cada um carregará a pena, não somente do mal que haja feito, mas do que haja provocado.
640 – AQUELE QUE NÃO FAZ O MAL, MAS QUE APROVEITA DO MAL FEITO POR OUTRO, É CULPÁVEL NO MESMO GRAU?
- É como se o cometesse; aproveitar é participar. Talvez tenha recuado diante da ação. Mas se a encontrando pronta ela a usa, é que aprova e que o faria ele mesmo se pudesse, ou se ousasse.
(CONTINUA AMANHÃ)
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