sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO X

OCUPAÇÕES E MISSÕES DOS ESPÍRITOS

Centésima Nonagésima Sexta Parte.

563 – AS OCUPAÇÕES DOS ESPÍRITOS SÃO INCESSANTES?

- Incessantes, sim, se se entende que seu pensamento está sempre ativo, porque eles vivem pelo pensamento. Mas é preciso não comparar as ocupações dos Espíritos às ocupações materiais dos homens. Essa atividade mesma é um prazer, pela consciência que têm de serem úteis.

- ISSO SE CONCEBE PARA OS
BONS ESPÍRITOS; MAS OCORRE O MESMO COM OS ESPÍRITOS INFERIORES?

- Os Espíritos inferiores têm ocupações apropriadas à sua natureza. Confiais ao aprendiz e ao ignorante os trabalhos do homem de inteligência?

564 – ENTRE OS ESPÍRITOS, HÁ OS QUE SÃO OCIOSOS OU QUE NÃO SE OCUPEM COM ALGUMA COISA ÚTIL?

- Sim, mas esse estado é temporário e subordinado ao desenvolvimento de sua inteligência. Certamente há, como entre os homens, os que não vivem senão para si mesmos, mas essa ociosidade lhes pesa e, cedo ou tarde, o desejo de avançar lhes faz experimentar a necessidade da atividade e eles são felizes em poder se tornar úteis. Falamos dos Espíritos que alcançaram o ponto de ter consciência de si mesmos e seu livre-arbítrio, pois, em sua origem, são como crianças que acabam de nascer e que agem mais por instinto que por uma vontade determinada.

565 – OS ESPÍRITOS EXAMINAM NOSSOS TRABALHOS DE ARTE E SE INTERESSAM POR ELES?

- Eles examinam o que possa provar a elevação dos Espíritos e seu progresso.

566 – UM ESPÍRITO QUE TEVE UMA ESPECIALIDADE SOBRE A TERRA, UM PINTOR, UM ARQUITETO, POR EXEMPLO, SE INTERESSA DE PREFERÊNCIA PELOS TRABALHOS QUE FORAM OBJETO DE SUA PREDILEÇÃO DURANTE A VIDA?

- Tudo se confunde num fim geral. Se ele é bom, interessa-se tanto quanto lhe seja permitido se ocupar para ajudar as almas e se elevarem até DEUS. Esqueceis, aliás, que um Espírito que praticou uma arte na existência que o conhecestes, pode vir a praticar outra em outra existência, porque é preciso que ele saiba tudo para ser perfeito. Assim, segundo seu grau de evolução, pode não haver mais especialidade para ele; é o que entendo dizendo que tudo se confunde num fim geral. Notai ainda isto: o que é sublime para vós, em vosso mundo atrasado, não é senão criancice perto dos mundos mais avançados. Como quereis vós que os Espíritos que habitam esses mundos, onde existem artes desconhecidas para vós, admirem isso que, para eles, não é mais que uma obra de escolar? Eu o disse: eles examinam aquilo que pode provar o progresso.

- Concebemos que deve ser assim para os Espíritos mais avançados; mas falamos dos Espíritos mais vulgares e que não se elevaram ainda acima das idéias terrestres.

- Para estes é diferente; seu ponto de vista é mais limitado e eles podem admirar aquilo que vós mesmos admirais.

(CONTINUA AMANHÃ)

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