sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO IX

EMANCIPAÇÃO DA ALMA

Centésima Nonagésima Segunda Parte.

INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPORAL

DOS PACTOS

549 – HÁ ALGUMA COISA DE VERDADEIRA NOS PACTOS COM OS MAUS ESPÍRITOS?

- Não, não há pactos, mas uma natureza má simpatizando com maus Espíritos. Por exemplo: Queres atormentar teu vizinho, e não sabes como fazê-lo; então chamas para ti os Espíritos inferiores que, como tu, não querem senão o mal, e para te ajudarem querem que tu lhes sirvas nos seus maus propósitos. Mas não se segue daí que teu vizinho não possa se livrar deles por uma conjuração contrária e pela sua vontade. Aquele que quer cometer uma ação má chama, só por isso, maus Espíritos para ajudá-lo. Está, então, obrigado a servi-los, como o fazem para si, porque eles também têm necessidade dele para o mal que queiram fazer. É somente nisso que consiste o pacto.

(A dependência em que o home se encontra, algumas vezes, em relação aos Espíritos inferiores, provém de seu abandono aos maus pensamentos que eles lhe sugerem e não de quaisquer estipulações recíprocas. O pacto, no sentido vulgar que se dá a essa palavra, é uma alegoria que figura uma natureza má simpatizando com Espíritos malfazejos).

550 – QUAL É O SENTIDO DAS LENDAS FANTÁSTICAS SEGUNDO AS QUAIS INDIVIDUOS TERIAM VENDIDO SUA ALMA A SATANÁS PARA OBTER CERTOS FAVORES?

- Todas as fábulas guardam um ensinamento e um sentido moral; vosso erro é tomá-las ao pé da letra. Essa é uma alegoria que se pode explicar assim: Aquele que chama em sua ajuda os Espíritos para obter os dons da fortuna, ou qualquer outro favor, murmura contra a Providência. Ele renuncia à missão que recebeu e as provas que deve suportar neste mundo, e disso sofrerá as conseqüências na vida futura, isso não quer dizer que sua alma esteja para sempre consagrada á infelicidade. Mas, porque em lugar de se libertar da matéria, ele nela se enchafurda mais e mais, aquilo que gozou sobre a Terra não fluirá no mundo dos Espíritos, até que o tenha resgatado em novas provas, talvez maiores e mais penosas. Por seu amor aos prazeres materiais, ele se coloca na dependência dos Espíritos impuros. Há entre estes e ele um pacto tácito que o conduz à perdição, mas que lhe é sempre fácil de romper com a assistência dos bons Espíritos, se para isso tem vontade firme.

(CONTINUA AMANHÃ)

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