domingo, 1 de agosto de 2010

O LIVRO DOS ESPIRITOS


CAPÍTULO VIII

EMANCIPAÇÃO DA ALMA

Centésima Sexcentésima Terceira Parte.

RESUMO TEÓRICO DO SONAMBULISMO, DO ÊXTASE E DA SEGUNDA VISTA.

No estado de desprendimento em que se encontra o Espírito do sonâmbulo, ele entra em comunicação mais fácil com os outros Espíritos, encarnados ou não encarnados. Essa comunicação se estabelece pelo contato dos fluidos que compõem os perispíritos e servem de transmissão ao pensamento como o fio elétrico. O sonâmbulo não tem necessidade de que o pensamento seja articulado pela palavra; ele o sente e a adivinha. É isso que o torna eminentemente impressionável e acessível às influências da atmosfera moral na qual se encontra. É por isso que o concurso numerosos de espectadores e, sobretudo de curiosos mais ou menos malévolos, prejudica essencialmente o desenvolvimento de suas faculdades que se recolhem, por assim dizer, em si mesmas, e não se desdobram com toda a liberdade senão na intimidade e em um meio simpático. A presença de pessoas malévolas ou antipáticas produz sobre ele o efeito do contato da mão sobre a sensitiva. (planta chamada sensitiva, que se fecha ao contato da mão.

O sonâmbulo vê, ao mesmo tempo, seu próprio Espírito e seu corpo que são, por assim dizer, dois seres que lhe representam a dupla existência, espiritual e corporal, que, entretanto, se confundem nos laços que as unem. O sonâmbulo nem sempre se apercebe dessa situação, e essa dualidade faz que, freqüentemente, ele fale de si mesmo como se estivesse falando de uma pessoa estranha; é que ora é o ser corporal que fala ao seu espiritual, ora é o ser espiritual que fala ao ser corporal.
O Espírito adquire um acréscimo de conhecimento e de experiência a cada uma de suas existências corporais. Ele os esquece em parte durante sua encarnação, na matéria muito grosseira, mas lembra deles como Espírito.

(CONTINUA AMANHÃ)

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