sexta-feira, 23 de julho de 2010

O LIVRO DOS ESPIRITOS

CAPÍTULO VIII

EMANCIPAÇÃO DA ALMA


Centésima Qüinquagésima Quarta Parte.

SONAMBULISMO

425 – O SONAMBULISMO NATURAL TEM RELAÇÃO COM OS SONHOS? COMO SE PODE EXPLICÁ-LOS?

- É uma independência da alma, mais completa que no sonho, e nesse caso suas faculdades estão mais desenvolvidas. Ela tem percepções que não tem no sonho, que é um estado incompleto de sonambulismo. No sonambulismo, o Espírito é inteiramente ele mesmo. Os órgãos materiais estando, de alguma forma, em estado cataléptico, não recebem mais as impressões exteriores. Este estado se manifesta, sobretudo durante o sono e é o momento em que o Espírito pode deixar provisoriamente o corpo, ficando este entregue ao repouso indispensável à matéria. Quando os fastos do sonambulismo se produzem, é que o Espírito, preocupado por uma coisa ou por outra, se entrega a uma ação qualquer que necessita do uso do corpo, do qual se serve, então, de um modo análogo ao emprego que faz de uma mesa ou de outros objetos materiais nos fenômenos de manifestação física, ou mesmo de vossa mão naqueles de comunicação escrita. Nos sonhos, de que se tem consciência, os órgãos, incluindo o da memória, começam a despertar; estes recebem, imperfeitamente, as impressões produzidas pelos objetos ou pelas causas exteriores, e as comunicam ao Espírito que, também, estão em repouso, não capta senão sensações confusas e, freqüentemente, sem nexo e sem alguma razão de ser aparente, misturadas que são de vagas lembranças, seja desta existência, seja de existências anteriores. É fácil, então, compreender por que os sonâmbulos não têm nenhuma lembrança, e por que os sonhos, dos quais se conserva a memória, não têm, o mais freqüentemente, nenhum sentido. Eu disse o mais freqüentemente, porque ocorre que eles são a conseqüência de uma lembrança precisa de acontecimentos de uma vida anterior e, algumas vezes mesmo, uma espécie de intuição do futuro.

(CONTINUA AMANHÃ)

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