sábado, 17 de julho de 2010

O LIVRO DOS ESPIRITOS


CAPÍTULO VIII

EMANCIPAÇÃO DA ALMA


Centésima Quadragésima Oitava Parte.

O SONO E OS SONHOS

403 – POR QUE NÃO NOS LEMBRAMOS SEMPRE DOS SONHOS?

- No que tu chamas de sono, só há o repouso do corpo, porque o Espírito está sempre em movimento. Aí ele recobra um pouco de sua liberdade e se corresponde com aqueles que lhe são caros, seja neste mundo, seja em outros. Todavia, como o corpo é matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu, porque este não a recebeu pelos órgãos do corpo.

404 – QUE PENSAR DA SIGNIFICAÇÃO ATRIBUIDA AOS SONHOS?

- Os sonhos não são verdadeiros como entendem certos adivinhos, porque é absurdo crer-se que sonhar com tal coisa, anuncia tal coisa. Eles são verdadeiros no sentido de que apresentam imagens reais para o Espírito, mas que, freqüentemente, não tem relação com o que se passa na vida corporal. Muitas vezes, também, como já o dissemos, é uma lembrança e pode ser, enfim, algumas vezes, um pressentimento do futuro, se DEUS o permite, ou a visão do que se passa nesse momento em outro lugar, para onde a alma se transporta. Não tendes numerosos exemplos de pessoas que aparecem em sonhos e vêm advertir seus parentes ou amigos do que lhes acontece? Que são essas aparições senão a alma ou Espírito dessas pessoas que vê comunicar-se com o vosso? Quando estais certo de que aquilo que vistes realmente se deu, não é uma prova de que a imaginação não tomou parte em coisa alguma, sobretudo se essa coisa não esteve de modo algum em vosso pensamento durante a vigília?

405 – VÊEM-SE FREQÜENTEMENTE, EM SONHOS, COISAS QUE PARECEM PRESSENTIMENTOS E QUE NÃO SE CUMPREM; DE ONDE VEM ISSO?

- Eles podem cumprir-se para o Espírito, se não para o corpo, isto é, o Espírito vê a coisa que deseja porque vai procurá-la. É preciso não esquecer que, durante o sono, a alma está sempre, mais ou menos, sob a influência da matéria, e que por conseguinte, ela jamais se liberta completamente das idéias terrenas. Disso resulta que as preocupações da vigília podem dar, ao que se vê, a aparência do que se deseja ou do que se teme; a isso, verdadeiramente, pode-se chamar um efeito da imaginação. Quando se está fortemente preocupado com uma idéia, a ela se liga tudo aquilo que se vê.

(CONTINUA AMANHÃ)

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