quinta-feira, 13 de maio de 2010

O LIVRO DOS ESPIRITOS

LIVRO SEGUNDO

CAPÍTULO V

CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS

Octogésima Terceira Parte

Uma vez que João Batista era Elias, há, pois, uma reencarnação do Espírito ou da alma de Elias no corpo de João Batista.

Qualquer que seja, de resto, a opinião que se tenha sobre a reencarnação, que se aceite ou não, se existe deve ser suportada, não obstante toda a crença em contrário. O ponto essencial é que o ensinamento dos Espíritos é eminentemente cristão; apóia-se na imortalidade da alma, nas penas e recompensas futuras, na justiça de DEUS, no livre-arbítrio do homem, na moral do CRISTO, não sendo, portanto, anti-religioso.

Raciocinamos, como dissemos, abstração feita de todo ensinamento espírita – que para certas pessoas não tem autoridade –m que, se nós, e tantos outros, adotamos a opinião da pluralidade das existências, não é só porque ela nos veio dos Espíritos, mas porque nos pareceu a mais lógica e a única que resolveu essas questões, até então insolúveis.

Viesse ela de um simples mortal e a teríamos adotado da mesma forma e não hesitaríamos mais tempo em renunciar às nossas próprias idéias. Do momento que um erro está demonstrado, o amor-próprio tem mais a perder, que a ganhar, se se obstina em uma idéia falsa. Do mesmo modo nós a teríamos repelido, embora vinda dos Espíritos, se nos parecesse contrária à razão, como repelimos tantas outras, porque sabemos por experiência que não é preciso aceitar cegamente tudo o que vem deles, como aquilo que vem da parte dos homens. Seu primeiro título, para nós, antes de tudo, é de ser lógico, mas existe outro que é de ser confirmado pelos fatos positivos, e, por assim dizer, materiais, que um estudo atento e racional pode revelar a qualquer um que se dê ao trabalho de observar com paciência e perseverança, na presença daqueles que não permitem mais a dúvida. Quando esses fatos se popularizarem como os da formação e do movimento da Terra, será necessário reconhecer a evidência, e os seus opositores terão gasto em vão os argumentos contrários. Reconheçamos, pois, em resumo, que a doutrina da pluralidade das existências é a única que explica isto que, sem ela é inexplicável; que ela é eminentemente consoladora, conforme a mais rigorosa justiça e é, para o homem, a âncora de salvação dada por DEUS em sua misericórdia.

(CONTINUA AMANHÃ)

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