segunda-feira, 31 de maio de 2010

CRÔNICA DO MÊS

O MEDO DA MORTE

O homem transitava por uma estrada deserta, altas horas de uma noite escura, sem lua e sem estrelas.

Seguia apreensivo, pois, ali ocorreram muitos assaltos.

Percebeu que alguém o acompanhava, e perguntou:

- Olá, quem vem aí? Não recebeu resposta.

Apressou-se, ao que foi imitado pelo perseguidor. Correu, o desconhecido também.

Apavorado, em desabalada carreira, tão rápido quanto suas pernas permitiam. Coração a galopar no peito, pulmões em brasa. Passou diante de um poste de luz; olhou para trás e, por encanto, o medo desapareceu. Percebeu que o seu acompanhante era, apenas, um velho jumento, acostumado a acompanhar os andarilhos.

A história assemelha-se com a “Morte”.

A mortalidade é algo intuitivo da criatura humana. No entanto, muitos têm medo porque desconhecem, inteiramente, o processo e o que os espera no mundo Espiritual;

O Espiritismo é o Poste de Luz que ilumina os caminhos misteriosos do retorno, afugentando temores sem fundamentos e constrangimentos perturbadores.

A forma racional esclarece acerca da sobrevivência da Alma, descerrando a cortina que separa os dois mundos (Material e Espiritual).

Com a Doutrina Espírita aprendemos a encarar, com serenidade, a morte que chamamos de desencarnação, pois, o nosso Espírito é eterno; o que morre é o nosso corpo físico.

Isso é muito importante, fundamental mesmo, já que se trata De umas das poucas certezas da existência humana; TODOS NÓS DESENCARNAREMOS UM DIA.

O nosso Planeta é uma Oficina de Trabalho, para os que desenvolvem atividades edificantes.

Um Hospital, para os que corrigem desajustes nascidos em vidas pretéritas.


Uma Prisão, expiação dolorosa para os que resgatam débitos relacionados com crimes cometidos em existências anteriores.


Uma Escola, para os que compreendem que a vida não é um simples acidente biológico, nem uma simples jornada recreativa.


Porém, a Terra não é o Nosso Lar; este está no plano Espiritual, onde poderemos viver, depois de depurados, felizes e trabalhando para o bem dos irmãos que ainda estão em dívidas com as Leis de Deus.

Compreensivo, pois, que nos preparemos superando temores, inquietudes e enganos, afim que, ao chegar a nossa hora, estejamos habilitados a um retorno equilibrado e feliz.

O primeiro passo, neste sentido, é tirar da Morte o aspecto fúnebre, mórbido, temido e sobrenatural. Há acondicionamentos milenares neste sentido; Existem pessoas que, simplesmente, se recusam a conceber o falecimento de um familiar, ou seu próprio, transferindo o assunto para um futuro remoto. Por isso se desajustam quando chega o momento da separação.

“Onde está, oh morte, a tua vitória”. Pergunta o apóstolo Paulo, a demonstrar que a fé raciocinada supera os temores e a angustia da grande transição, dando-nos a compreensão que o fenômeno chamado “Morte” nada mais é que o passaporte para a verdadeira vida.

O Espiritismo, se bem estudado e compreendido, nos proporciona uma fé inabalável, o conhecimento de tudo que nos espera e a disposição de lutar para que nos espere o melhor.

Um dos maiores motivos de sofrimento, além túmulo, é o apego aos bens terrenos. Muitas pessoas não aceitam as normas estabelecidas pela “Aduana do Túmulo”, que não permite levar os bens materiais no momento que passam para o outro lado.

Isso demonstra que tais pessoas ainda não entenderam que os bens materiais nos são emprestados, por DEUS, como meios de progresso e que os teremos de devolver mais cedo ou mais tarde.

Os únicos bens que levamos conosco, são as boas ações que praticamos através do amor ao próximo, da caridade, do trabalho, do bom caráter.

É importante, pois, que reflitamos sobre isso; não nos deixando possuir pelos bens terrestres, dos quais somos apenas USUFRUTUÁRIOS.

Haroldo Freitas.

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