quarta-feira, 28 de abril de 2010

O LIVRO DOS ESPIRITOS

LIVRO SEGUNDO

CAPÍTULO IV

PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS

DESTINO DAS CRIANÇAS DEPOIS DA MORTE

Sexagésima Oitava Parte

- 197 – O ESPÍRITO DE UMA CRIANÇA, MORTA EM TENRA IDADE, É TÃO AVANÇADO COMO O DE UM ADULTO?

- Algumas vezes muito mais, porque pode ter vivido mais e adquirido maior soma de experiências, sobretudo se progrediu.

- O ESPÍRITO DE UMA CRIANÇA PODE, ASSIM, SER MAIS ADIANTASDO DO QUE DO PAI?

- Isto é muito freqüente; vós mesmos não vedes isso muitas vezes na Terra?

198 – PERTENCE A UMA CATEGORIA SUPERIOR O ESPÍRITO DE UMA CRIANÇA QUE MORREU EM TENRA IDADE, NÃO PODENDO TER FEITO O MAL?

- Senão fez o mal, também não fez o bem, e DEUS não o isenta das provas que deve suportar. Se é puro não é porque é criança, mas porque progrediu muito.

199 – PORQUE A VIDA, FREQÜENTEMENTE, É INTERROMPIDA NA INFÂNCIA?

- A duração da vida de uma criança pode ser, para o Espírito que está nela encarnado, o complemento de uma existência interrompida antes do seu tempo marcado, e sua morte, no mais das vezes, é uma prova ou expiação para os pais.

- QUE SUCEDE AO ESPÍRITO DE UMA CRIANÇA QUE MORREU EM TENRA IDADE?

- Recomeça uma nova existência.


(Se o homem tivesse uma só existência, e se depois dessa existência sua sorte futura fosse fixada para a eternidade, qual seria o mérito da metade da espécie humana que morre em tenra idade para desfrutar sem esforços, da felicidade eterna, e por qual direito ficaria isenta das condições, freqüentemente, tão duras, impostas à outra metade? Uma tal ordem de coisas não estaria de acordo com a justiça de DEUS. Pela reencarnação, a igualdade é para todos; o futuro pertence a todos sem exceção e sem favor para ninguém; os que chegam por último não podem culpar senão a si mesmos. O homem deve ter o mérito de seus atos, como tem a responsabilidade.)

(Não é racional, aliás, considerar a infância como um estado normal de inocência. Não se vêem crianças dotadas dos piores instintos em idade na qual a educação não pôde, ainda, exercer sua influência? Algumas não há que parecem trazer no berço à astúcia, a felonia, a perfídia, o instinto mesmo para o roubo e o homicídio, não obstante os bons exemplos dados pelos que com ela convivem? A lei civil as absorve de suas ações porque, diz ela, não agem com discernimento, e tem razão porque, com efeito, elas agem mais instintivamente que pela própria vontade. Mas de onde podem provir esses instintos tão diferentes em crianças da mesma idade, educadas nas mesmas condições e submetidas às mesmas influências? De onde vem essa perversidade precoce, senão da inferioridade do Espírito, uma vez que a educação não contribuiu para isso? As que são viciadas é porque seu Espírito progrediu menos e, então, sofrem as conseqüências, não por seus atos de crianças, mas por aqueles de suas existências anteriores. É assim que a lei é a mesma para todos e a justiça de DEUS alcança todo mundo.)

(CONTINUA AMANHÃ)

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