terça-feira, 13 de abril de 2010

O LIVRO DOS ESPIRITOS

LIVRO SEGUNDO

MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS

CAPÍTULO III

RETORNO DA VIDA CORPÓREA Á VIDA ESPIRITUAL

SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO

Qüinquagésima Terceira Parte


154 – A SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO É DOLOROSA?

- Não, o corpo sofre, freqüentemente, mais durante a vida que no momento da morte; neste a alma não toma parte. Os sofrimentos que experimenta, algumas vezes, no momento da morte, são um prazer para o Espírito, que vê chegar o fim do seu exílio.

(Na morte natural, que chega por esgotamento dos órgãos, em conseqüência da idade, o homem deixa a vida sem o perceber, é uma lâmpada que se apaga por falta de alimentação.)

155 – COMO SE OPERA A SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO?

- Rompidos os laços que a retinham, ela se liberta.

- A SEPARAÇÃO SE OPERA UNSTANTANEAMENTE E POR UMA TRANSIÇÃO BRUSCA? HÁ UMA LINHA DE DEMARCAÇÃO BEM NITIDA ENTRE A VIDA E A MORTE?

- Não, a alma se liberta gradualmente e não escapa como um pássaro cativo que ganha subitamente a liberdade. Esses dois estados se tocam e se confundem; assim o Espírito se liberta pouco a pouco de seus laços: os laços se desatam, não se quebram.

(Durante a vida, o Espírito se liga ao corpo por seu envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é apenas a destruição do corpo e não desse segundo envoltório que se separa do corpo quando cessa neste a vida orgânica. A observação prova que no instante da morte o desligamento do períspirito não se completa subitamente; ele não opera senão gradualmente e com uma lentidão que varia muito segundo os indivíduos. Para alguns ele é muito rápido, e pode-se dizer que o momento da morte é aquele do desligamento, algumas horas após. Para outros, aqueles, sobretudo, cuja vida foi material e sensual, o desligamento é muito menos rápido e dura, algumas vezes, semanas e mesmo meses, o que implica existir no corpo a menor vitalidade nem a possibilidade de um retorno á vida, mas uma simples afinidade entre o corpo e o Espírito, afinidade que está sempre em razão da preponderância que, durante a vida, o Espírito deu a matéria, mais ele sofre ao se separar dela. Ao passo que a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos, operam um começo de libertação mesmo durante a vida do corpo e, quando chega a morte, ela é quase instantânea. Tal é o resultado dos estudos feitos sobre todos os indivíduos observados no momento da morte. Essas observações provam ainda que a afinidade persistente entre a alma e o corpo, em certos indivíduos, é algumas vezes muito penosa porque o Espírito pode experimentar o horror da decomposição. Este caso é excepcional e particular a certos gêneros de vida e a certos gêneros de morte; ele se apresenta entre alguns suicidas.)

(CONTINUA AMANHÃ)

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